Os traços genéticos dos peixes serão cruciais para determinar a sua sobrevivência em águas mais quentes. A conclusão é de um novo estudo da Universidade James Cook, na Austrália, e da Universidade de Ciências e Tecnologias Rei Abdullah, na Arábia Saudita.
A equipa internacional de cientistas descobriu que determinados peixes conseguem ajustar-se a águas oceânicas mais quentes ao longo de várias gerações, mas apenas se utilizarem todas as suas capacidades genéticas. Durante o estudo, que decorreu ao longo de quatro anos, os investigadores analisaram como o peixe-donzela-espinhoso (Acanthochromis polyacanthus) lidava com o aumento da temperatura da água.
Durante a investigação, os cientistas identificaram 53 genes úteis na adaptação às temperaturas mais elevadas relacionados com a produção de energia, resposta imunitária e resposta a pressões externas. Os peixes que conseguiram lidar com as temperaturas mais quentes, que variaram entre 1,5°C e 3°C em relação ao seu ambiente normal, foram aqueles que utilizaram estes genes.
“Se os peixes não se adaptarem à medida que fica mais quente, a sua capacidade de oxigenação é afectada, o que prejudica a capacidade de evitar predadores, diminui a sua velocidade e dificulta a alimentação”, indica Philip Munday, professor na Universidade James Cook, cita o Guardian.
“Esta investigação ajuda-nos a perceber quais os mecanismos biológicos que vão ser determinantes para a adaptação dos peixes às alterações climáticas”, acrescenta o investigador.
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