domingo, 10 de maio de 2015

Onde se cultiva milho transgénico em Portugal?

Publicado por Green Savers em 07/05/2015
A Plataforma Transgénicos Fora disponibilizou hoje o mapa com a identificação e localização dos campos onde se cultiva milho transgénico em Portugal – é a primeira vez, em 10 anos, que se conhece esta lista, completa com nomes, moradas e áreas de exploração agrícola para o milho transgénico.
 
Segundo a plataforma, o Ministério da Agricultura recolhe anualmente esta informação, desde que se iniciou o cultivo continuado de OGM (organismos geneticamente modificados), mas só “divulga dados muito incompletos e tem vedado o acesso do público às localizações exactas dos terrenos”. Assim, “foram precisas cinco acções em tribunal para obter os dados completos de 2005 até 2014”
 
No mapa agora divulgado é possível consultar, para os anos de 2013 e 2014, os nomes, moradas e áreas das explorações agrícolas que adoptaram o milho transgénico, entre outras informações. “Estes dados são fundamentais para a detecção precoce de eventuais problemas e é precisamente por isso que a legislação europeia e nacional prevê a sua divulgação”, explica a plataforma.
 
No caso da saúde, continua a associação, “não pode excluir-se a possibilidade, por exemplo, de alergias ao pólen transgénico para quem viva em zonas circundantes”. “Uma publicação científica veio precisamente alertar para as alterações comportamentais em milho geneticamente modificado cultivado em diferentes condições, o que abre a porta a impactos locais diferenciados”.
 
Já em termos ambientais, não seria a primeira vez que se “encontrariam impactos negativos em espécies não alvo do ecossistema agrícola”. “Este aspecto é tanto mais importante quanto se sabe agora que a Monsanto, detentora da única autorização para cultivo de milho transgénico na União Europeia, não cumpre a legislação em vigor quanto à monitorização ecológica de risco, uma acusação recentemente publicada pela própria EFSA – Autoridade Europeia de Segurança Alimentar”.
 
Recorde-se que Portugal tem votado a favor dos pedidos de introdução de novos transgénicos e, junto com a Espanha e República Checa, é dos únicos países onde ainda se cultivam transgénicos na UE.

sábado, 9 de maio de 2015

EUA: Yellowstone tem um reservatório subterrâneo de magma maior do que se pensava

Publicado por Green Savers em 01/05/2015
No coração do Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, existe um supervulcão subterrâneo que liberta cerca de 45.000 toneladas de dióxido de carbono (CO2) por dia. Mas a câmara magmática deste vulcão não é suficientemente grande para produzir tais níveis de CO2 e há anos que os cientistas procuravam por uma fonte vulcânica alternativa.
 
Agora, através da monitorização das ondas sísmicas, uma equipa de geofísicos descobriu uma enorme câmara secundária a uma profundidade maior que a câmara primária. Este outro reservatório tem rocha parcialmente fundida no seu interior, em quantidade suficiente para encher o Grand Canyon 11 vezes.
 
Esta câmara secundária encontra-se localizada imediatamente abaixo da câmara primária, a uma profundidade entre os 19 e 45 quilómetros, sendo 4,5 vezes maior que o reservatório primário, com uma capacidade de 46.000 quilómetros cúbicos. Para descobrir este último reservatório, os investigadores da Universidade do Utah monitorizaram ondas sísmicas provenientes de 5.000 pequenos sismos, decorrentes da actividade vulcânica subterrânea. O estudo foi ainda capaz de criar uma imagem tridimensional do sistema vulcânico de Yellowstone.
 
Os investigadores descobriram ainda que a câmara secundária, tal como o reservatório primário, não tem rocha completamente fundida no seu interior. A câmara primária tem apenas 2% de material líquido e o conteúdo tem um alto teor de ferro e magnésio. O reservatório secundário é composto por 9% de material líquido rico em silício.
 
“Este reservatório de magma tem um volume 4,5 vezes maior à câmara superior e estes novos dados são cruciais para perceber a evolução do vulcanismo basáltico-riolítico e para explicar a magnitude das emissões de CO2 do solo”, lê-se no estudo, cita o Daily Mail.
 
Apesar da descoberta desta nova câmara, os autores do estudo asseguram que a probabilidade de erupção não aumenta – uma em 700.000 por ano. O estudo indica ainda que terá sido a câmara magmática superior a responsável por alimentar três das erupções em Yellowstone, há dois milhões, 1,2 milhões e 640.000 anos atrás.