sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Agricultura biológica beneficia a biodiversidade

Green Savers, 31/05/2015
Um novo estudo revela que as quintas que praticam agricultura biológica promovem a biodiversidade de plantas selvagens nos terrenos envolventes, o que se traduz em vantagens para a vida selvagem.
 
A investigação – elaborada por cientistas da Universidade de Swansea, no Reino Unido, e institutos franceses, que analisaram campos semeados com trigo de inverno na região de Poitou-Charente – concluiu que embora a agricultura orgânica seja menos rentável que a agricultura convencional, consegue albergar mais biodiversidade nos seus campos e terrenos adjacentes ao cultivo.
 
“As plantas selvagens são importantes para os pássaros, abelhas e outras espécies que costumam frequentar os campos agrícolas”, indica Luca Borger, investigador do Departamento de Biociências da Universidade de Swansea, cita a BBC. “A agricultura biológica tem vantagens em manter este tipo de prática, mas mesmo uma mistura de práticas biológicas e não biológicas pode ajudar a manter a biodiversidade na área”, acrescenta o investigador.
 
Os terrenos agrícolas fornecem habitat essencial para muitas espécies de animais, mas a intensificação da agricultura tem conduzido a uma perda de biodiversidade. Defensores da agricultura biológica indicam que este método agrícola pode ser um compromisso importante para assegurar as necessidades alimentares da população humana e o habitat de abelhas, pássaros e outros animais.

Como seria o mundo actual sem humanos?

Green Savers, 21/08/2015
Se o mundo actual não tivesse humanos, ele pareceria o Serengeti, um ecossistema situado na África Oriental – norte da Tanzânia e sudoeste do Quénia – que abriga a maior migração animal do planeta e que é, de resto, uma das maravilhas do mundo natural.
 
Ou seja, num mundo sem o seu principal predador, os grandes mamíferos estariam distribuídos por todos os continentes e locais – e não apenas em África ou nas regiões montanhosas.
 
Segundo a Universidade de Aarhus, na Dinamarca, o norte da Europa seria povoado por lobos, alces, ursos mas também elefantes e rinocerontes. A pesquisa sugere ainda que o facto de o continente africano ter hoje uma grande densidade de mamíferos deve-se a actividades humanas anteriores e não a uma questão específica da sua biodiversidade.
 
“A Europa do Norte não é o único local em que os humanos reduziram a diversidade dos mamíferos – é um fenómeno global”, explicou o professor Jens-Christian. “Na maioria dos locais há um deficit muito grande de diversidade de mamíferos em relação ao que, naturalmente, seria”.
 
O actual mapa do mundo mostra que África é o único local com grande diversidade de grandes mamíferos. No entanto, um mapa hipotético sem humanos distribui os grandes mamíferos por todo o mundo. E revela, sobretudo, um grande número de mamíferos na América do Norte e do Sul – o que não acontece no mundo real.
 
“Há partes da América do Norte, como o Texas, e outras como a região entre o norte da Argentina e sul do Brasil [que teriam vários e grandes mamíferos]”, explicou Jens-Christian.
 
Por outras palavras: a existência de muitas espécies de mamíferos não se deve a um ambiente e clima óptico, mas sim o facto de este ser o único local do globo ontem estas ainda não foram erradicados pelos humanos.
 
“O grande nível de biodiversidade das regiões montanhosas deve-se, sobretudo, ao facto de as montanhas terem actuado como refúgio para as espécies, tendo em conta a caça e destruição de habitat. E não por ser um padrão natural”, explicou Soren Faurby, autor do estudo.
 
“Um exemplo, na Europa, é o urso castanho, que apenas vive nas regiões montanhosas porque foi exterminado das zonas mais acessíveis – e mais densamente povoadas – nas regiões mais baixas”, continuou.
O mapa mostra a variação do número de grandes mamíferos que teria ocorrido a cada 100 x 100 quilómetros. Os números da escala indicam o número de espécies.

As primeiras flores de Portugal são (também) as primeiras flores da Terra

Artigo de Teresa Firmino publicado pelo jornal Público em 21/08/2015
Nem sempre a Terra teve flores. Subitamente, elas apareceram – um mistério que Charles Darwin considerou “abominável”. Portugal tem estado a contribuir para o estudo das flores primitivas, graças à descoberta de fósseis de várias plantas novas para a ciência.
A flor do Kajanthus lusitanicus, com 110 milhões de anos: o seu interior visto num corte longitudinal graças a observações numa máquina de raios X intensos
Na palma da mão, é um ponto negro, indistinguível a olho nu. Já à lupa binocular, este pedaço de carvão, nem de um milímetro de comprimento, ganha formas. É uma flor, exemplar único, nova para a ciência. Esteve enterrada em argila durante 110 milhões de anos, até ter sido recolhida entre quilos de terra pelo investigador Mário Miguel Mendes perto da vila do Juncal, no concelho de Porto de Mós, distrito de Leiria. Ela e os fósseis de outras três plantas, também classificadas entretanto como novidades científicas, enriquecem as colecções do jardim português do Cretácico, quando os dinossauros reinavam e as plantas com flor começavam a despontar na Terra.
 
Antes, uma breve história. Há cerca de 440 milhões de anos, ter-se-ão deslocado para terra firme, vindas do mar, as primeiras plantas. “Esses primeiros colonizadores terão sido algas verdes já extintas, que apresentavam semelhanças com os briófitos, grupo de plantas a que pertencem os musgos”, explica-nos o paleobotânico Mário Miguel Mendes, do Centro de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Algarve, em Faro, e do Museu Geológico, em Lisboa. “Para que as plantas pudessem conquistar o meio terrestre, tiveram de desenvolver estruturas que possibilitassem, por um lado, a obtenção de água e, por outro, reduzir a sua perda. Além disso, desenvolveram as raízes que fixavam a planta ao solo, absorvendo água necessária à sua manutenção, e os caules que suportam as folhas, órgãos fotossintéticos por excelência.”
 
Estavam ainda longe de ter flores, e os continentes onde viviam tinham uma configuração muito diferente da de hoje. A evolução tornou as plantas mais complexas, até aparecerem as gimnospérmicas, como as coníferas, em que as sementes não estão encerradas dentro de um fruto, de que são exemplo os pinheiros e os seus pinhões. “Há cerca de 320 milhões de anos, em Portugal formavam-se cordilheiras de montanhas com lagos envolvidos e habitados por vegetação rica e diversificada. Havia cavalinhas gigantes e plantas afins de licopódios e selaginelas actuais, mas de porte arbóreo, a par de coníferas que lembravam araucárias. Os fetos eram particularmente abundantes e diversificados”, conta Mário Miguel Mendes. “Esta vegetação desenvolvia-se em ambientes pantanosos, em clima húmido e relativamente quente das áreas próximas do equador da Terra de então. São desta altura muitos dos depósitos de carvão mundiais, inclusivamente em Portugal.”
 
Há cerca de 250 milhões de anos, os continentes anteriormente existentes já tinham colidido entre si e formado um só supercontinente, a Pangeia. Mas a tectónica é imparável e a fragmentação das placas ao longo da era Mesozóica – iniciada há 235 milhões de anos, no período do Triásico, e terminada com o Cretácico, entre há 145 e 65 milhões de anos –, colocou novos desafios às plantas terrestres. Se na Pangeia viviam sobre a influência de um clima continental, com a fragmentação das placas tectónicas as plantas tiveram de se adaptar a condições mais húmidas. “Esta interacção entre clima e fenómenos tectónicos ditou o aparecimento e a extinção de alguns grupos vegetais”, explica o paleobotânico.
 
“Há 225 milhões de anos, no Triásico, as plantas foram povoando as imensas áreas continentais semidesérticas, a partir da vizinhança de áreas lacustres. No Jurássico (200-145 milhões de anos), as coníferas dominavam a vegetação arbórea. Os fetos abundavam.”
 
Mas a Terra continuava sem flores. As primeiras plantas com flores, ou angiospérmicas, apareceram relativamente tarde na história do planeta – “apenas” há cerca de 130 milhões de anos, no início do Cretácico, como indicam os fósseis mais antigos. E as suas flores eram pequenas. E sem pétalas. Hoje, as angiospérmicas dominam a vegetação terrestre, ocupando quase todos os ecossistemas e representando mais de 85% das espécies vegetais vivas.
 
“O aparecimento súbito destas plantas no Cretácico Inferior sempre intrigou os cientistas. Charles Darwin referia-se a este súbito evento evolutivo que provocou alterações profundas em todos os ecossistemas terrestres como um ‘ mistério abominável’. Aparentemente, o seu desenvolvimento foi feito a par da evolução dos insectos e a sua enorme diversificação terá resultado do êxito adaptativo das suas inovações evolutivas. Mas muitos aspectos relacionados com as condições paleoambientais que presidiram à proliferação das angiospérmicas continuam por esclarecer”, diz Mário Miguel Mendes.
Portugal tem contribuído para a reconstituição desta história do nosso planeta. Tal como nos Estados Unidos, na China e em Espanha, em Portugal encontram-se os fósseis de plantas com flores mais antigos do mundo. São de flores, sementes e frutos, com cerca de 125 milhões de anos, recolhidos em Torres Vedras pela dinamarquesa Else Marie Friis, uma das maiores especialistas em angiospérmicas. Por exemplo, identificou pólenes (que só existem quando há flores) de um género e espécie novos – a Mayoa portugallica, descrita em 2004.
 
Em Torres Vedras, Mário Miguel Mendes também recolheu pólenes (de Pennipollis, por exemplo), sementes e frutos, nos depósitos com 125 milhões de anos. E na praia do Porto da Calada, perto da Ericeira, há ainda registo de um grão de pólen com 139 milhões de anos (atribuído à espécie Clavatipollenites hughesii).
 
Há ainda os restos de plantas com flores de uma jazida perto de Cercal, no concelho de Cadaval, com cerca de 120 milhões de anos. Ainda que seja agora dúbio que sejam de angiospérmicas, estes restos foram famosos em tempos. Em 1894, foram estudados por um francês apaixonado pela botânica e pela paleobotânica, o marquês Louis Charles Gaston de Saporta. O geólogo português Carlos Teixeira voltou a essas plantas em 1948, nas Memórias dos Serviços Geológicos de Portugal, frisando que o jazigo onde se descobriram ficou célebre: “Não há livro de paleobotânica que não o mencione. E com razão, pois procedem dali os mais antigos restos de dicotiledóneas [um grupo de angiospérmicas], até hoje, na Europa”, escrevia, na época.
 
Remexendo os sedimentos…
Mário Miguel Mendes, de 40 anos, e os seus colegas têm continuado o estudo das angiospérmicas primitivas do país. Nos últimos tempos, anunciaram a descoberta de algumas preciosidades floridas do Cretácico português, na revista científica Grana. Uma delas é precisamente a angiospérmica, de exemplar único, preservada na argila perto da vila do Juncal, que Mário Miguel Mendes encontrou por volta de 2008.
 
A equipa classificou-a como um género e uma espécie novos para a ciência. Chamou-lhe Kajanthus lusitanicus, em que o género (a primeira palavra) é a derivação do nome de Kaj Raunsgaard Pedersen, em homenagem a este investigador emérito da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, também estudioso de plantas fossilizadas e que vive com Else Marie Friis. E o segundo nome científico, que, em conjunto com o primeiro, designa a espécie, remete visivelmente para o país de origem do fóssil.
 
O paleobotânico português costuma procurar fósseis de plantas onde as empresas de cerâmica extraem argila para o fabrico de tijolos ou telhas – os barreiros. Percorre esses terrenos argilosos, dispostos em vários níveis, e geralmente o resultado dessas incursões traduz-se em sacos com quilos de argila etiquetados. “Cada amostra deve ter aí uns 15 quilos.”
 
Os níveis escuros do terreno argiloso têm restos de vegetais fossilizados e são justamente esses que interessam ao paleobotânico, porque pode lá haver fósseis de plantas. E que, ao mesmo tempo, não interessam às empresas de cerâmica, porque os restos vegetais, ao arderem durante a cozedura da argila, deixam as telhas e os tijolos esburacados.
 
O que veio a ser descrito como a Kajanthus lusitanicus estava em argilas cinzento-escuras no barreiro do Chicalhão, no Juncal. “As condições de fossilização têm de ser as adequadas: estas peças têm de ficar imediatamente protegidas dos agentes de decomposição e degradação, para ficarem conservadas nas melhores condições. Neste caso, ficaram preservadas em argilas”, refere Mário Miguel Mendes.
 
“A flor está incarbonizada, que é um processo de fossilização”, acrescenta o investigador sobre esse processo que consiste no enriquecimento relativo de carbono à custa da libertação gradual dos componentes voláteis e das moléculas orgânicas da planta.
 
Uma vez no laboratório, a argila é lavada num crivo, ficando retidos só os carvões e alguns sedimentos. “O material que fica no crivo é seco e visto à lupa binocular. Tudo o que tiver formas aparentemente identificáveis é colocado à parte”, conta. “Na lupa, vê-se logo se temos sementes, frutos, flores... Mas se as flores tiverem pólenes ‘in situ’, isso só consigo ver no microscópio electrónico.” Nem é possível identificar, nesta fase, o tipo de planta a que pertence uma flor.
 
Sendo promissor, o fóssil da Kajanthus lusitanicus seguiu para observações pormenorizadas no microscópio electrónico de varrimento, já no Museu Sueco de História Natural, em Estocolmo. Aí, Mário Miguel Mendes trabalhou com Else Marie Friis, que co-orientou a sua tese de doutoramento com o paleobotânico João Pais, da Universidade Nova de Lisboa, outro dos autores do artigo da Kajanthus lusitanicus. “Nesse dia, tínhamos visto muito material – flores, sementes e frutos –, já estávamos os dois cansados. Olhei para a flor e pensei: ‘Esta flor diz-me qualquer coisa.’ Sobretudo por causa da disposição dos estames e dos carpelos.”
 
Mas como tinham tirado poucas fotografias da flor, Mário Miguel Mendes quis observá-la de novo no microscópio electrónico. “Tinha ficado intrigado com ela.” Uns dias mais tarde, quando o microscópio ficou finalmente disponível outra vez, ainda que muito cedo, às seis da manhã, pôde observá-la em várias perspectivas. “Vi que tínhamos uma coisa nova. Quando mostrei a fotografia à professora Friis, ela disse: ‘Nunca vi isso!’”
 
A singularidade desta flor de carvão do Cretácico tornou-se ainda mais evidente quando as suas estruturas internas puderam ser observadas, nomeadamente os óvulos, sem que fosse destruída. Para tal, a flor viajou até à Suíça, ao Instituto Paul Scherrer, em Villigen, onde foi submetida a raios X intensos (numa máquina chamada “sincrotrão”).
 
O que tinha de especial esta flor portuguesa? A resposta científica está no artigo da equipa: a planta que deu essa flor é muito parecida com uma espécie actualmente endémica da China, a Sinofranchetia chinensis. Além disso, é o membro mais antigo da família Lardizabalaceae, pelo que está na base da linhagem da evolução das angiospérmicas. Que aspecto teria esta planta, que era terrestre? “Não me atrevo a dizer. Não encontrámos o resto da planta. Não sabemos como eram as folhas, os caules…”, responde. “Actualmente, a Sinofranchetia chinensis é uma planta trepadeira.”
 
E se procurarmos uma resposta literária, Antoine de Saint-Exupéry deu-nos uma n'O Principezinho. “E se eu, eu que aqui estou à tua frente, conhecer uma flor única no mundo, uma flor que não existe em mais lado nenhum senão no meu planeta, mas que, numa manhã qualquer, uma ovelha pode reduzir a nada num instante, assim sem dar sequer pelo que está a fazer, isso também não tem importância nenhuma?”, diz o principezinho, que vivia num asteróide com os seus vulcões em miniatura e a sua rosa vermelha, irritado com o amigo que encontrou na Terra. “Amar uma flor de que só há um exemplar em milhões e milhões de estrelas basta para uma pessoa se sentir feliz quando olha para o céu. Porque pensa: ‘Ali está ela, algures lá no alto…’ Mas se a ovelha comer a flor, para essa pessoa é como se as estrelas se apagassem todas de repente! Mas isso também não tem importância nenhuma, pois não?”
 
…Na Bacia Lusitaniana
Ao artigo na “Grana” sobre a Kajanthus lusitanicus, seguiu-se agora outro na mesma revista, no qual a equipa descreve de uma assentada três novas espécies de angiospérmicas, todas terrestres também, incluídas no que é descrito também como um género novo. O género é o Canrightiopsis, e as três espécies são a Canrightiopsis dinisii, a Canrightiopsis intermedia e a Canrightiopsis crassitesta, igualmente com 110 milhões de anos. “Até agora, o Canrightiopsis é conhecido apenas em Portugal”, diz o novo artigo.
 
Na análise das características destas plantas, vasculhadas novamente no microscópio electrónico de varrimento e no sincrotrão do Instituto Paul Scherrer, a equipa pôde determinar a existência de uma relação evolutiva entre o novo género e um género mais antigo e, ainda, com outros géneros actualmente existentes. “O novo género estabelece a ligação entre o género extinto Canrightia e os géneros da flora moderna Chloranthus, Ascarina e Sarcandra”, sublinha o cientista.
 
E com uma das novas plantas presta-se uma homenagem muito especial. A equipa quis dedicar a Canrightiopsis dinisii a Jorge Dinis, investigador da Universidade de Coimbra que em Setembro de 2013 teve um acidente de viação. “Um camião em contramão deixou-o em coma. Até hoje, o meu colega não consegue andar e não recuperou a fala”, diz Mário Miguel Mendes.
 
No caso das três novas espécies, não há um só exemplar, como no Kajanthus lusitanicus. A sua descrição baseou-se em quase 1000 espécimes de frutos, sementes e grãos de pólenes. “A maior parte dos espécimes é de Famalicão, onde cerca de 650 já foram separados dos resíduos orgânicos”, relata o segundo artigo na Grana.
 
Muitos dos 1000 exemplares, só agora descritos na literatura científica, foram apanhados por Else Marie Friis ainda na década de 1990, calcorreando Portugal, e encontram-se no Museu Sueco de História Natural. Mas o Kajanthus lusitanicus e o Canrightiopsis dinisii, por exemplo, ficaram no Museu Geológico de Lisboa.
 
Além de Famalicão e do Chicalhão, os cerca de 1000 exemplares (também incarbonizados) foram recuperados em Arazede, Buarcos, Catefica, Vale de Água e Vila Verde. Excepto em Catefica, estavam todos em barreiros, alguns entretanto desactivados. Nestes sete locais há depósitos da Bacia Lusitaniana, que começou a formar-se há 150 milhões de anos, quando se iniciou o afastamento entre as massas continentais da Europa e da América do Norte e, no meio delas, ia nascendo o Atlântico Norte.
 
A Bacia Lusitaniana tinha então águas pouco profundas e zonas costeiras pantanosas. Com o passar do tempo, a água foi secando e a bacia foi sendo preenchida por depósitos continentais – onde estavam as quatro novas espécies de angiospérmicas descritas recentemente na Grana e classificadas dentro dos dois novos géneros –, localizados agora na faixa Oeste da Península Ibérica, indo do Norte de Aveiro até à Península de Setúbal.
 
O estudo dos restos vegetais portugueses faz parte do projecto CretaCarbo – iniciado em 2009, e coordenado, desde o acidente de Jorge Dinis, por Luís Duarte, também da Universidade de Coimbra, com o objectivo de desvendar os mistérios da evolução e da ecologia das angiospérmicas. “Na Bacia Lusitaniana, temos o Cretácico bem representado, por isso podemos acompanhar a evolução florística desde o Cretácico Inferior, onde dominavam os fetos e as gimnospérmicas, até ao Cretácico Superior, onde passaram a dominar as plantas com flores”, diz Mário Miguel Mendes. “Tem de haver algo que explique por que é que, de repente, as angiospérmicas passaram a dominar toda a flora fóssil. As condições climáticas estão relacionadas com isso. A Terra era mais quente do que actualmente.”
 
Assim, através da composição da flora, a equipa procura compreender que condições climáticas permitiram a explosão das plantas com flores, na transição do Cretácico Inferior para o Cretácico Superior. Portanto, há cerca de 99 milhões de anos o planeta tornava-se ainda mais florido.
 
Especulando, será que essas flores já perfumariam a Terra? “É possível que sim, porque algumas, para a polinização por acção dos insectos, teriam de ter alguma coisa que os atraísse.”

 

sábado, 15 de agosto de 2015

Diabetes reduz fertilidade masculina

Escrito por Inspire Saúde - 12/08/2015
Um estudo desenvolvido por investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) de Coimbra revela que a diabetes pode contribuir para a infertilidade masculina.
Os níveis elevados de açúcar não têm efeito direto nos espermatozoides, mas poderão comprometer a produção de esperma, contribuindo assim para a infertilidade masculina, conclui um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC).
O elevado nível de açúcar no sangue (a hiperglicemia) “desempenha um papel importante, mas não decisivo, na disfunção do espermatozoide maduro”, explica Sandra Amaral, líder do estudo, no comunicado enviado à comunicação social.
Fruto de uma investigação de vários anos, o estudo agora publicado na revista científica Human Reproduction realizou-se num sistema “in vitro”, possibilitando controlar e identificar todas as condições às quais os espermatozoides são expostos, refere a UC. De acordo com a Universidade de Coimbra, este estudo é inovador, por “avaliar vários parâmetros de funcionalidade espermática, que não são usualmente avaliados", mas que "fornecem informação muito mais detalhada sobre esta célula tão particular”.
Apesar de a diabetes ser uma doença multifatorial, Sandra Amaral defende que “existem várias indicações de que a hiperglicemia será o principal promotor das alterações promovidas pela doença”. No entanto, a equipa de investigadores não exclui a “possibilidade do envolvimento de outros fatores, como o stress oxidativo ou processos inflamatórios que, conjuntamente com a hiperglicemia, poderão ter efeitos igualmente nefastos nos espermatozoides”, reconhece a líder do estudo.
Sandra Amaral espera que este seja um passo para ajudar quem sofre de uma doença que atinge já um milhão de portugueses e que surge cada vez mais em pessoas mais novas.

O que os olhos podem dizer sobre a sua saúde

msn saúde e bem estar - 15/08/2015
“Só de olhar para os olhos de alguém, conseguimos ver artérias, veias e nervos, que são um reflexo do que se passa no resto do corpo”, diz o médico especialista da retina Rahul Khurana, à publicação Prevention.
 
Eis alguns problemas de saúde importantes que os seus olhos podem sinalizar:
 
Está muito stressado. Sente a visão turva quando trabalha até tarde? A culpa pode não ser das horas que passa ao computador. O stress tem sido associado à acumulação de fluido sob a retina, o que resulta em visão turva.
 
Tem a tensão alta. A hipertensão é um problema de saúde silencioso que pode gerar problemas cardiovasculares e até levar à morte. Os seus sintomas não são visíveis mas os olhos podem revelar este problema. A tensão arterial alta podem gerar alterações nos sanguíneos da retina, fazendo com que fiquem inflamados ou mais estreitos. O oftalmologista pode notar este problema e direcioná-lo para um cardiologista.
 
Está a sofrer de uma inflamação. Ao acordar doem-lhe os olhos ou tem um derrame nos olhos há uma semana mas tem dormido oito horas todas as noites e evitado o álcool? Estes sintomas podem ser sinal de uma inflamação no olho ou noutra parte do corpo. Estes sintomas são marcadores de doenças como psoríase, artrite reumatoide ou até doença de Crohn. Deve consultar um médico.
 
A sua tiroide está instável. Tem os olhos esbugalhados ou inchados? Este sintoma pode ser um sinal de que a tiroide está a produzir hormonas que atacam os músculos e os tecidos dentro da órbita do olho. Esta condição chamada hipertiroidismo afeta muito mais mulheres do que homens. Fale com o seu médico de família para verificar os níveis da sua tiroide.
 
Tem diabetes. Um simples exame aos olhos pode alertá-lo para o problema da diabetes que afeta tantas pessoas em todo o mundo. Os altos níveis de açúcar no sangue podem manifestar-se em várias partes do olho e a diabetes é uma condição que pode até levar a perda de visão. Mas, se for detetada a tempo pode controlar o seu progresso. Mantenha os níveis de açúcar no sangue sob controlo e consulte um oftalmologista.

O que as mulheres podem fazer para atrasar a menopausa

msn saúde e bem-estar - 15/08/2015
Para muitas mulheres a menstruação é um enorme incómodo. Mas ficar sem período menstrual antes dos 40 anos também não é das melhores experiências.
 
“A menopausa precoce não é um processo biológico natural, mas sim patológico”, destaca Santiago Palacios, diretor do Instituto Palacios Salud de la Mujer, ao El País.
 
Entre muitas coisas, a perda de estrogénio (hormona feminina) afeta a pele e a sexualidade e aumenta o risco de desenvolver problemas cardiovasculares e osteoporose, como destaca o especialista. Tem um grande impacto na qualidade de vida mas também pode ‘ameaçar’ a saúde.
 
As mulheres europeias entram na menopausa entre os 45 e os 55 anos, mas a média é aos 51 anos. Para conseguir que a menopausa não chegue antes desta ideia há mudanças no estilo de vida que pode adotar.
 
1. Deixe de fumar. “Fumar mais de 15 cigarros diariamente antecipa a última menstruação cerca de dois anos”, destaca Rafael Sánchez Borrego, diretor médico da Diatros Clínica de Atención a la Mujer.
 
2. Caminhe e apanhe sol com proteção. O défice de vitamina D, que se sintetiza através da exposição aos raios solares, está por trás da antecipação da menopausa em algumas mulheres, como aponta um estudo da Universidade de Massachusetts. Por isso caminhe durante o dia e aproveite para apanhar um pouco de sol, mas não se esqueça de aplicar protetor solar.
 
3. Não coma muito atum ou peixe-espada. A Sociedade Americana da Menopausa alerta sobre os possíveis efeitos da contaminação destes peixe azul de grande porte pelos compostos dos plásticos que não se degradam e passam para o peixe. Um dos efeitos é que interfere com as hormonas acelerando a menopausa.
 
4. Adote uma dieta saudável. Apesar de não existirem provas concretas, especialistas como o Dr. Palacios sugerem que é a adoção de hábitos saudáveis que tem influenciado o facto de as mulheres entrarem em menopausa cada vez mais tarde.

 

Cinco alimentos que ajudam a manter a massa muscular

msn saúde e bem-estar - 15/07/2015
Para promover o ganho de massa muscular é importante consumir proteínas, hidratos de carbono, gorduras boas e vitaminas.
 
A revista Cláudia reuniu cinco alimentos que deve incluir na dieta para ajudar a manter uma boa forma física.
Ovo. Contém albumina, proteína que contribui para a recuperação das fibras musculares. Também possui leucina, um aminoácido que ajuda a evitar a perda de massa muscular. A gema é rica em vitamina E e em glutationa, contém a vitamina B12, que ajuda a quebrar as células de gordura. A mesma revista recomenda o consumo de um ovo por dia ou a cada dois dias.
 
Batata-doce. Este tipo de batata é um hidrato de carbono de fácil digestão e é uma boa fonte de fibras, que ajudam a prolongar a sensação de saciedade. Contém betacaroteno, fonte de vitamina A e de antioxidantes, e vitamina K, que ajuda a controlar a retenção de líquidos no corpo.
 
Banana. Este é um hidrato de carbono complexo que ajuda a manter os níveis de glicose, que melhora o desempenho durante o exercício. A banana também é rica em potássio, que atua no processo de contração muscular e ajuda a evitar as caibras. Pode comer uma por dia antes ou depois do treino.
 
Quinoa. É um hidrato de carbono rico em proteínas. Cada grão contém aminoácidos essenciais. Este alimento tem pouca gordura e não contém açúcar.
 
Frango. Uma ótima fonte de proteína que contém ainda vitaminas B e zinco, que reforça a imunidade. Mas, claro, não se esqueça de não comer a pele.

Os mitos mais prejudiciais sobre a higiene oral

msn saúde e bem-estar - 15/07/2015
As más práticas baseadas em mitos e a ausência de higiene correta podem provocar erosão dental e aumentar o risco de cáries, gengivites e até doenças periodontais.
 
De acordo com o estudo Com Salud, como reporta o ABC, estas são as falsas crenças sobre os dentes mais prejudiciais para a saúde oral.
 
Branqueamento com bicarbonato de sódio e limão. “O ácido cítrico do limão debilita o esmalte, a parte externa do dente, enquanto o bicarbonato de sódio é um abrasivo que se vai aproveitar dessa erosão para eliminar as primeiras camadas da superfície do dente”, alerta Rodrigo Martínez Orcajo, diretor do Instituto Dental ImplanT.
 
Não lavar os dentes de leite. Uma cárie num dente de leite pode doer “tanto como num dente definitivo” porque também têm nervo, explica o doutor. Além disso, alerta que as infeções que podem surgir nos dentes de leite podem chegar aos dentes definitivos. Por isso, é fundamental fazer a higiene oral desde a infância.
 
Os dentes são responsáveis pelo mau hálito. O mau hálito deve-se às bactérias que se encontram na boca devido a uma higiene oral incorreta e devido a problemas gastrointestinais, explica o especialista.
 
A escova elétrica é melhor do que a manual. “Ambas as escovas são igualmente boas desde que se utilize a técnica correta”, comenta Rodrigo Martínez Orcajo. O especialista recomenda as escovas suaves e sublinha que mascar pastilha não substitui a lavagem dos dentes e a utilização de fio dental.
 
É normal que as gengivas sangrem durante a escovagem. “A causa mais frequente do sangramento das gengivas é a acumulação de bactérias”, afirma o doutor. Por isso, recomenda que se escovem os dentes e se use fio dental com frequência.
 
Só ir ao dentista quando lhe dói um dente. O especialista aconselha que se visite o dentista de meio em meio ano, no máximo uma vez por ano, para fazer um check-up e aconselhar-se a tomar medidas preventivas. É importante atuar mal as cáries comecem a aparecer é essencial para manter os seus dentes, fazer uma limpeza profissional também contribui para a saúde dos dentes e das gengivas.

Mais altos e inteligentes

msn saúde e bem-estar - 15/08/2015

A espécie humana está cada vez mais alta e com competências mentais mais apuradas, revela um estudo que avaliou populações de todo o mundo.
 
Publicada na revista Nature, a investigação realizada por investigadores da Universidade de Edimburgo (Escócia) avaliou mais de 100 estudos realizados em todo o mundo e concluiu os filhos de pessoas com uma genética mais diversificada têm tendência a ser mais altos e inteligentes do que as gerações anteriores. Na base desta evolução parece estar a riqueza genética que resulta da mistura entre populações e etnias, que é cada vez mais comum.
 
Os cientistas analisaram a saúde e a informação do ADN de mais de 350 mil pessoas, distribuídas entre comunidades urbanas e rurais. A equipa descobriu que uma maior diversidade genética está relacionada com um aumento médio da altura, melhores habilidades cognitivas e níveis mais elevados de educação.
 
No entanto, a genética diversificada não mostrou ter influência noutro tipo de fatores como a pressão arterial ou os níveis de colesterol, que contribuem para o desenvolvimento de doença cardíaca, diabetes ou outras condições.
 
Estas conclusões sugerem assim que, ao longo do tempo, a evolução tem vindo a favorecer os indivíduos com maior estatura e habilidades de pensamento mais nítidas, mas não tem impacto na sua propensão para o desenvolvimento de uma doença grave.

Quatro motivos para incluir azeite na sua dieta

msn saúde e bem-estar - 15/07/2015
Que o azeite é uma gordura saudável, já sabemos. Mas por que é que dizem que o azeite virgem extra é mais saudável, benéfico e rico do que o azeite comum? O jornal El Confidencial reuniu alguns motivos para incluir esta classe de azeite na sua dieta, embora também se apliquem ao azeite em geral.
 
1. Reverte a síndrome metabólico. Os últimos estudos sobre os efeitos a longo prazo da dieta mediterrânica nos problemas metabólicos, como tensão alta e colesterol, comprovam a eficácia desta dieta na prevenção primária das doenças cardiovasculares.
 
2. Ajuda a prevenir úlceras nervosas. Estas lesões no estômago têm repercussões negativas na saúde e na qualidade de vida dos que as têm. O azeite forma uma película protetora à volta do estômago que ajuda a prevenir as úlceras, aponta o mesmo meio.
 
3. Potencia o colesterol saudável. O azeite virgem extra tem efeitos protetores em relação a doenças associadas ao stress, como as cardiovasculares, neuro degenerativas ou até cancro, graças ao seu conteúdo rico em ácidos gordos monoinsaturados. O azeite potencia ainda o colesterol bom, como os estudos sugerem.
 
4. Hidrata a pele. Além de beber muita água e usar um bom creme, o azeite também se revela um bom aliado no que toca a manter a pele hidrata e bonita. Além disso, ajuda a prevenir o envelhecimento prematuro e a proteger a pele de agressões provocadas pelos raios solares.

Está sempre a corar? Saiba porquê

msn saúde e bem-estar - 15/08/2015
Quando se sente a corar, tentar conter é a melhor forma de intensificar a vermelhidão nas bochechas e, por vezes, no rosto todo.
 
Quando se sente envergonhado ou desconfortável com algum assunto, o seu sistema nervoso emite um sinal aos músculos do rosto instruindo-os a relaxar, o que faz com que pequenos vasos sanguíneos na sua pele dilatem e deem um aspeto corado às suas bochechas, explica a Dra. Corine Dijk, psicóloga clínica da Universidade de Amesterdão, à revista Time.
 
Se tem pele clara, quando cora, a vermelhidão serão mais visível do que se tivesse uma pele mais escura. Algumas questões hormonais ou anatómicas também podem fazer com que seja mais propenso a corar, explica o Dr. Peter Drummond, cientista social e investigador do tema da Universidade australiana de Murdoch.
 
O desconforto social provocado por sentimentos de vergonha, culpa ou desconforto (ou a combinação dos três) são os fatores que mais fazem as pessoas corar.
 
Entre outros fatores que fazem com que as pessoas corem apontados pelos especialistas ouvidos pela Time encontram-se ainda: as companhias, uma vez que quando se sente inferior perante as pessoas à sua volta, a probabilidade de ficar corado aumenta; fobias sociais; ser alvo de escrutínio; ou quando alguém mantém contacto visual prolongado consigo.
 
Um dos especialistas aponta que corar também pode ter vantagens, uma vez que quando as pessoas se apercebem de que coramos em determinada situação que nos deixou envergonhados, vão considerar-nos mais “confiáveis e verdadeiros”.

Hidratos de carbono ou gordura. O que cortar?

msn saúde e bem-estar - 15/08/2015
Hidratos de carbono ou gordura? Eis a questão e a maior dúvida de quem quer fazer uma dieta para perder peso.
 
No momento em que alguém se compromete a emagrecer, são estes os dois conceitos que mais pesam, embora os hidratos de carbono continuem a dominar a lista de alimentos banidos da alimentação. Mas, afinal, qual dos dois é mais dispensável?
 
Kevin Hall, do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais dos Estados Unidos, ajuda a responder. Num estudo levado a cabo no país, e publicado na Cell Metabolism, Hall pediu a 19 pessoas com excesso de peso que se deixassem avaliar durante duas semanas.
 
Na primeira semana de análise, conta a Time, os participantes cortaram da sua alimentação cerca de 800 calorias derivadas de hidratos de carbono, mas mantiveram a ingestão normal de proteína e gordura. Na segunda semana, foi a vez de as gorduras serem banidas (800 calorias), mantendo-se a ingestão comum de proteína e hidratos de carbono.
 
Nestas duas semanas de teste, os 19 inquiridos praticaram diariamente uma hora de exercício físico e a perda de peso foi mais notória na segunda semana, o que para Hall indica que há “mais perda de gordura com uma dieta de baixo teor de gordura”.
 
Assim sendo, indica o investigador, na semana em que os inquiridos baniram 800 calorias da sua alimentação, verificou-se uma perda diária de 53 gramas de gordura; quando foi a vez de cortar 800 calorias de gordura, a taxa de perda de gordura corporal foi de 89 gramas diárias.
 
Embora a diferença verificada entre as duas semanas não tenha sido muito desfasada, Hall salienta que a médio e longo prazo os resultados podem ser diferentes, com um emagrecimento mais saudável e eficaz quando se cortam as gorduras da alimentação.

sábado, 1 de agosto de 2015

Os novos corais psicadélicos descobertos no Mar Vermelho

Green Savers - 19/07/2015
Os corais do Mar Vermelho

Uma equipa internacional de investigadores descobriu novos tipos de corais bioluminescentes no Mar Vermelho. Os investigadores esperam agora que estas estruturas possam ser utilizadas em novas aplicações para a imagem médica devido ao seu brilho natural.
 
Os novos corais foram descobertos por investigadores Universidade de Southampton, no Reino Unido, e da Universidade de Tel Aviv e do Instituto Interuniversitário de Ciências Marinhas, em Israel, a profundidade de 50 metros. Muitos destes corais emitem um brilho fluorescente em cores que variam entre o verde, amarelo e vermelho.
 
A descoberta destes corais brilhantes em águas profundas foi uma surpresa para os investigadores, já que os corais de águas pouco profundas apenas contêm pigmentos bioluminescentes verdes. “Estes pigmentos fluorescentes são proteínas. Quando os corais são iluminados com luz azul ou ultravioleta eles emitem luz com comprimentos de onda superior, como o verde ou o vermelho”, explica Jörg Wiedenmann, professor na Universidade de Southampton e um dos investigadores que participou no estudo, cita o Daily Mail.
 
Os novos corais foram descritos num estudo publicado na revista científica PLOS ONE e os investigadores esperam agora que alguns dos pigmentos das estruturas possam ser aplicadas da área da imagem médica.

Corais estão já a adaptar-se ao aquecimento global

Green Savers - 06/07/2015
Algumas populações de corais estão já a produzir as variantes genéticas necessárias para tolerar águas oceânicas mais quentes e os humanos podem ajudar a espalhar estes genes. A conclusão é de um novo estudo da Universidade do Texas, do Instituto Australiano de Ciências Marinhas e da Universidade Estatal do Oregon.
 
A descoberta pode ter implicações para muitos recifes de coral que estão ameaçados pelo aquecimento global e, pela primeira vez, mostrou-se que misturar corais de diferentes latitudes pode ajudar à sobrevivência dos mesmos. As conclusões foram publicadas na revista científica Science.
 
Durante a investigação, os cientistas cruzaram corais nativos de águas mais quentes, como a Grande Barreia de Coral, na Austrália, com corais de latitudes mais frias. Os investigadores perceberam que as larvas de corais cujos parentes eram de águas mais a norte, onde as temperaturas eram 2°C mais quentes, tinham uma probabilidade dez vezes superior de sobreviver ao stress provocado pelo calor, em comparação com as larvas de coral de águas mais a sul e mais frias.
 
Através de ferramentas genómicas, os investigadores identificaram os processos biológicos responsáveis por esta tolerância e demonstraram que a tolerância ao calor pode evoluir rapidamente se existir variabilidade genética.
 
“A nossa investigação concluiu que os corais não têm de esperar por novas mutações para sobreviver em águas mais quentes. Evitar a sua extinção pode-se começar por cruzar corais de regiões diferentes para que as variantes genéticas se espalhem”, indica Mikhail Matz, professor de biologia na Universidade do Texas e um dos investigadores do estudo, cita o Phys.org. “As larvas de coral podem movimentar-se naturalmente através dos oceanos, mas os humanos também podem contribuir, ao relocar corais adultos”, acrescenta.
 
Nos últimos anos, um pouco por todo o globo, os recifes de coral têm sofrido danos devido ao aumento da temperatura das águas do mar. O branqueamento – um processo através do qual os corais morrem devido à perda de algas simbióticas de que se alimentam – tem estado ligado a águas mais quentes. Porém, alguns corais têm uma tolerância maior a temperaturas mais elevadas, embora até agora ainda não se percebesse porque uns se conseguiam adaptar e outros não.

Traços genéticos dos peixes serão a chave da sua sobrevivência às alterações climáticas

Green Savers - 28/07/2015
Os traços genéticos dos peixes serão cruciais para determinar a sua sobrevivência em águas mais quentes. A conclusão é de um novo estudo da Universidade James Cook, na Austrália, e da Universidade de Ciências e Tecnologias Rei Abdullah, na Arábia Saudita.
 
A equipa internacional de cientistas descobriu que determinados peixes conseguem ajustar-se a águas oceânicas mais quentes ao longo de várias gerações, mas apenas se utilizarem todas as suas capacidades genéticas. Durante o estudo, que decorreu ao longo de quatro anos, os investigadores analisaram como o peixe-donzela-espinhoso (Acanthochromis polyacanthus) lidava com o aumento da temperatura da água.
 
Durante a investigação, os cientistas identificaram 53 genes úteis na adaptação às temperaturas mais elevadas relacionados com a produção de energia, resposta imunitária e resposta a pressões externas. Os peixes que conseguiram lidar com as temperaturas mais quentes, que variaram entre 1,5°C e 3°C em relação ao seu ambiente normal, foram aqueles que utilizaram estes genes.
 
“Se os peixes não se adaptarem à medida que fica mais quente, a sua capacidade de oxigenação é afectada, o que prejudica a capacidade de evitar predadores, diminui a sua velocidade e dificulta a alimentação”, indica Philip Munday, professor na Universidade James Cook, cita o Guardian.
 
“Esta investigação ajuda-nos a perceber quais os mecanismos biológicos que vão ser determinantes para a adaptação dos peixes às alterações climáticas”, acrescenta o investigador.

A flor que fica transparente quando entra em contacto com a água

Green Savers - 25/07/2015
A flor esqueleto

O planeta Terra é um local que alberga uma incontável variedade de formas de vida, havendo espaço para todas caso a espécie humana não contribua para o seu desaparecimento. Uma destas formas de vida, com uma habilidade bastante interessante é a “flor esqueleto”, de nome científico Diphelleia grayi.
 
Esta planta dos bosques possui flores brancas que quando entram em contacto com a água, maioritariamente através da chuva, ficam transparentes. Quando secam, as pétalas da flor volta a adquirir a cor branca, escreve o Bored Panda.
 
A Diphelleia grayi gosta de crescer em locais húmidos e sombrios, florescendo entre a primavera e o verão. Esta planta pode apenas ser encontrada nos bosques frescos da China e Japão e nos Apalaches, nos Estados Unidos. A planta pode ser identificada pelas suas folhas características em forma de guarda-chuva.

No sudoeste de Marrocos, a água vem do nevoeiro

Green Savers - 25/07/2015
A tecnologia verde que permite transformar o nevoeiro em água fresca que sai directamente nas torneiras veio pôr um fim às caminhadas das mulheres de várias aldeias do sudoeste de Marrocos, que todos os dias percorriam vários quilómetros para ir buscar água a poços.
 
Recentemente, várias famílias de cinco comunidades de berberes do sudoeste marroquino começaram a beneficiar da “colheita de nevoeiro”, uma técnica que foi desenvolvida no Chile há cerca de 20 anos e que desde então tem sido aplicada a países como o Peru, Namíbia, África do Sul e agora Marrocos.
 
No cume de uma montanha chamada Boutmezguida, que se ergue sobre várias aldeias a 1.225 metros de altitude, foram instalados 40 painéis feitos de espessa malha que consegue capturar a água do nevoeiro e encaminhá-la para uma rede de tubos, que depois distribui a água pelas várias aldeias. Para os habitantes da região semiárida das montanhas Anti-Atlas é uma “revolução” ter água a sair da torneira nas suas casas. E tudo graças a esta tecnologia verde que aproveita a água presente no nevoeiro.
Os painéis colectores foram instalados pela Dar Si Hmad para o Desenvolvimento, Educação e Cultura, uma associação regional marroquina. Aissa Derhem, presidente da associação, ouviu falar destes painéis há 20 anos, quando ainda davam os primeiros passos. Anos depois, quando regressou à localidade de Sidi Ifni, nas montanhas Anti-Atlas, Derhem – que aí nasceu – apercebeu-se que o clima local era semelhante aos dos Andes da América do Sul.
 
Unindo esforços com a Fog Quest, uma organização de caridade canadiana, Derhem conseguiu trazer o sistema de filtragem do nevoeiro para a região de Sidi Ifni. A 22 de Março de 2015, Dia Mundial da Água e dez anos de pois de Derhem ter dado início ao projecto, as válvulas do sistema de tubagem que distribui a água pelos aldeões foram finalmente abertas e água jorrou das torneiras dos habitantes de Sidi Ifni.
 
Desde então, “92 lares, o que equivale a quase 400 pessoas” têm beneficiado da água que é filtrada do nevoeiro pelos painéis, indica Derhem ao Phys.org. “Marrocos tem muito nevoeiro devido a três fenómenos: a presença de um anticiclone provindo dos Açores, uma corrente de ar frio e uma cadeia montanhosa que funciona como obstáculo”, explica o presidente da associação Dar Si Hmad. As malhas que retêm a água são uma “mera imitação da natureza”, acrescenta, exemplificando como as teias das aranhas conseguem fazer o mesmo.
 
O objectivo passa agora por alargar o projecto e instalar mais painéis colectores de água em outras aldeias da região sudoeste e a longo-prazo no país inteiro.

Uma árvore com 6.000 anos e um bar lá dentro

Green Savers - 30/07/2015
Um baobab que funciona como bar

O baobab – ou imbondeiro – é uma das mais míticas e belas árvores do mundo, conhecida pelas suas proporções extraordinárias e longevidade. Aliás, há espécimes tão grandes que conseguem albergar casas e negócios – como é o caso do Sunland Baobab Pub, que desde 1933 se situa num imbondeiro perto de Modjadjiskloof, na África do Sul, e que pode acomodar até 15 pessoas.
 
Conhecido também por Pub Tree, este bar faz parte da Quinta Sunland, tem um pé direito de quase quatro metros e bancos feitos de madeira. As suas prateleiras mantêm documentos históricos deixados pelos clientes, que narram a história do bar que, segundo o Inhabitat, é detido pela família Van Heerden, que possui a quinta onde ele está localizado e uma pensão próxima.
 
Os abundantes ramos da árvore propiciam também uma ampla sombra para a área de restaurante, lá fora. O local também recebe eventos especiais. Este baobab é um dos mais velhos do mundo e uma das maiores atracções da província de Limpopo, África do Sul.
 
Com 32 metros de circunferência, este baobab tem ramos que medem perto de 22 metros. A árvore encontra-se dividida naturalmente em duas, cada uma com interiores que têm milhares de anos. As duas partes da árvore estão ligadas, ao centro, por uma passagem, que foi convertida em bar nos anos 30.

6 mitos sobre a poluição atmosférica

Green Savers - 23/07/2015
A poluição atmosférica é uma das grandes preocupações das últimas décadas, globalmente, e tem ganhado cada vez mais importância nas estratégias dos países de combate à poluição e transição para uma economia verde.
Ciente deste facto, o site Planeta Sustentável elencou seis dos mitos sobre a poluição do ar. Porque, muitas vezes, somos mal informados sobre o que se passa realmente à nossa volta.
 
1.A poluição do ar só nos afecta quando estamos na rua
Quando os níveis de poluição estão altos na rua, eles podem ficar altos também dentro de casa (ou do trabalho). As pessoas, de uma forma geral, passam cerca de 90% de seu tempo em ambientes fechados. Mas nem por isso elas se devem deixar de preocupar com a qualidade do ar na cidade.
 
2.Só teremos problemas se ficarmos expostos à poluição durante muito tempo
Não há um período seguro para a exposição a poluentes, uma vez que isso também depende da quantidade de poluição a que o organismo é exposto. É possível termos problemas de saúde por causa da exposição a partículas poluentes de períodos longos, como um ano, a períodos muito curtos, como de uma a 24 horas.
 
3.Poluição só é nociva para quem tem problemas respiratórios
Todos podemos ser afectado pela poluição do ar, incluindo as pessoas com doenças cardíacas, adultos e crianças. Se a qualidade do ar estiver classificada como má, estes riscos são ainda maiores e podem ter alvos mais abrangentes.
 
4.A poluição está no ar e não posso fazer nada para me proteger
Se, por um lado, é verdade que a poluição chega também aos ambientes internos, como já vimos no mito número 1, também é verdade que ela é maior na rua. Assim, podemos utilizar os indicadores de qualidade do ar para controlar as actividades ao ar livre. Em dias de má qualidade, é preferível ficar mais em casa ou no escritório.
 
5.Se não andar de carro, não contribuo para a poluição do ar
Vários aparelhos que todos nós usamos no nosso dia-a-dia contribuem para a poluição do ar. Um laptop, por exemplo, emite 12 gramas de poluentes por hora ligado, enquanto um LCD produz 88 gramas. A calça de ganga que usamos enviou seis quilos de gás carbónico para a atmosfera para ser produzida, e os nossos sapatos (um par só!) atiraram 11,5 kg. Por isso é tão importante reduzir o consumo.
 
6.Lidar com a poluição é coisa para os governos e as autoridades internacionais
Sim, de facto esta é uma posição cómoda. Mas está longe de ser verdade. Podemos adoptar medidas simples para contribuir com uma menor geração de agentes poluentes. Para começar com o óbvio, podemos trocar o carro pelos transportes colectivos – pelo menos algumas vezes por semana mas, quanto mais, melhor -, pela bicicleta ou por caminhadas são uma enorme ajuda. Além disso, o consumo consciente também é uma grande atitude.
 
Outra coisa que está ao nosso alcance é plantar árvores e mudas de plantas. Sim, elas ajudam mesmo: uma árvore plantada neutraliza a emissão de poluentes da produção de sete livros; cinco mudas de árvores absorvem gás carbónico equivalente à produção de três pares de sapatos; e 30 árvores compensam o uso de um portátil ligado directo durante dois anos.

Aljustrel: a vila portuguesa que vive coberta de pó

Green Savers - 25/07/2015
No final de 2014, um conjunto de aljustrelenses lançou um abaixo-assinado a alertar a câmara da localidade, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA), a Almina – que gere a mina local – e a Assembleia Municipal para a “poeira negra, potencialmente cancerígena, que cai diariamente em cima de uma zona habitada” da região.
 
Segundo os cidadãos, que há muito procuram alertar para esta situação, a população afectada “respira o pó preto enquanto ouve e sente explosões subterrâneas que fazem o chão tremer”. “O pó é tanto que muitos populares afirmam limpar o negrume dos quintais duas vezes ao dia”, avançava o abaixo-assinado.
 
Segundo uma reportagem da Visão de 2014, Aljustrel sempre viveu paredes meias com o caos ambiental provocado pela exploração mineira. Desactivadas, finalmente, em 2008, as antigas Pirites Alentejana reabriram no ano seguinte – com a designação Almina.
 
A exploração foi reconvertida para a produção de cobre e o pó escuro voltou à vila. “Basta uma volta pelas redondezas para se perceber que, com a retoma da exploração mineira, em 2009, reapareceram muitas das antigas – e também novas – feridas ambientais”, escreveu a Visão.
 
A partir do momento em que a produção atingiu a velocidade de cruzeiro, a poluição tornou-se tema obrigatório para os 6.000 habitantes da vila, todos dependentes – directa ou indirectamente – da mina.
 
Emprego ou ambiente?
“O problema insere-se numa dualidade conflituosa em que as notórias chagas ambientais provocadas pela exploração mineira e os benefícios económicos carregados pela mesma se confrontam em polos opostos”, explica o abaixo-assinado.
 
Segundo o grupo de cidadãos que redigiu o abaixo-assinado, é inegável a mais-valia económica da mina para a população. Mas é também impossível “ignorar a rede hidráulica da vila, poluída com metais pesados”. Ou ignorar “as explosões diárias que fazem o chão da vila tremer”, os “solos amarelados” que circundam as zonas explorados ou o estudo do Instituto Nacional de Saúde que colocava o risco de mortalidade por cancro de Aljustrel como o mais elevado do país.
 
“É também impossível ignorar um artigo do jornal Mapa onde se afirma que Aljustrel é um dos concelhos com maior incidência de cancro pulmonar em Portugal”, continua o abaixo-assinado.
 
Pó de britagem
A poeira aljustrelense terá origem nos processos de britagem (trituração) e de estucagem (queda no parque) do minério em bruto. Não existem dados concretos, porém, sobre que partículas estão a chegar à vila nesta poeira negra. “Essa ausência de informação é só por si alarmante. Mas basta analisar a literatura científica sobre o tema para perceber que as poeiras resultantes destes processos podem conter finas partículas de metais pesados e outras substâncias como sílica, cobre, alumínio, chumbo, mercúrio, enxofre”, avança o abaixo-assinado.
 
O impacto para a saúde destas substâncias inclui irritações nos olhos, doenças respiratórias crónicas ou cancro. “Estamos em plano século XXI e a situação nesta vila alentejana é inadmissível”, escreveu-nos há dias o leitor Humberto Figueira, alertando-nos para a situação.
 
Nas redes sociais é também possível encontrar referências ao pó aljustrelense – a página do Facebook Não ao Pó da Mina, por exemplo. E o caro leitor, tem alguma história ou fotografia que queira partilhar connosco sobre o pó de Aljustrel?

Mistério resolvido: aldeia em que as pessoas adormecem do nada está envenenada

Green Savers - 17/07/2015
Nos últimos três anos, os habitantes da cidade de Kalachi, no Cazaquistão, têm adormecido do nada, podendo estar neste estado comatoso durante dias. Quando finalmente acordam, eles sentem tonturas, dores de cabeça, náuseas e perdas de memória.
 
O caso tornou-se célebre mundialmente em Março e as conclusões da investigação ordenada pelo primeiro-ministro cazaque chegaram agora ao fim, com a conclusão há muito esperada: a cidade encontra-se envenenada por urânio não utilizado de numa mina próxima.
 
Para além dos habituais sintomas de mal-estar e dos sonos trocados, a população sentia ainda alucinações bizarras – especialmente as crianças -, agressividade e, por vezes, intenso desejo de praticar actos sexuais, avança a imprensa britânica.
 
“[Há homens com erecções intermináveis]. Os médicos riem-se e as enfermeiras ficam embaraçadas”, explica uma mulher cujo marido se encontra nesta estranha condição.
 
O fenómeno, que já atingiu 160 habitantes desde 2012, parece finalmente resolvido. A velha mina, utilizada nos tempos da União Soviética, está a levar níveis muito altos de monóxido de carbono para a aldeia, envenenando os seus habitantes.
 
“Depois de vários exames médicos, realizados em Moscovo e Praga, os nossos investigadores confirmaram que o monóxido de carbono é responsável pela epidemia de sono na aldeia de Kalachi”, explicou ao Mail Online Berdybek Separbayev, vice-presidente do Cazaquistão.
 
Situada a 400 quilómetros da fronteira russa, Kalachi e a aldeia vizinha de Krasnogorsk estão a ser evacuadas. O Governo cazaque está a relocalizar os habitantes em novas casas e a entregar €1.250 a cada pessoa que seja retirada da aldeia – 68 das 223 famílias já se mudaram.

Japão: excesso de árvores está a prejudicar o ambiente

Green Savers - 02/07/2015

Podem as árvores causar poluição? A resposta curta é sim. Pode parecer contraditório que as árvores possam ser uma fonte de poluição quando absorvem o dióxido de carbono mas, quando as florestas não são bem geridas, o excesso de árvores pode causar poluição por nutrientes.
 
É isto que se está a passar no Japão, onde as florestas de cedros e ciprestes, que não são cuidadas ou são mal geridas, estão a lançar grandes quantidades de nitrogénio para os cursos de água locais, provocando um florescimento nefasto de algas.
 
Mas a culpa não é das árvores, mas sim da sua má gestão. Muitas árvores são plantadas de forma massiva e para fins comerciais. Esta prática de plantação massiva iniciou-se há meio século, numa altura em que a procura de madeira no Japão era elevada. Porém, por várias razões, as empresas nipónicas começaram pouco tempo depois a importar a madeira que necessitavam.
 
A mudança de paradigma no mercado deixou um rasto excessivo de plantações de árvores, que agora estão a causar problemas às restantes formas de vida selvagem. As árvores mais velhas necessitam de menos nutrientes que as mais novas, que crescem mais rápido. Porém, quase não nascem novas árvores nestes locais, porque as velhas que foram plantadas de forma densa ocuparam todo o espaço disponível e impedem que a luz solar chegue às árvores mais novas, escreve o Discovery News.
 
Como consequência, existe nestes locais uma elevada concentração de nitrogénio, que é expelida pelas árvores mais velhas que não necessitam dele, mas não existem árvores mais novas para o absorver. Assim, este nitrogénio tende a infiltrar-se nos cursos de água das proximidades, propiciando o florescimento de algas marinhas. Na presença de nutrientes, as algas começam a crescer de forma desenfreada, tornando-se problemáticas para as outras formas de vida marinhas, já que absorvem o oxigénio da água, num processo conhecido como eutrofização.

Sente-se permanentemente cansado?

SAPO LIFESTYLE
Um estudo da Universidade de Estocolmo, na Suécia, garante que não existe qualquer relação entre cansaço e falta de descanso. Descubra, então, o que pode ser
 
Uma alimentação nutricionalmente pobre afeta o desempenho físico e cognitivo. Segundo Isabel do Carmo, diretora do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Santa Maria, «uma alimentação diversificada em termos de macronutrientes (proteínas, hidratos de carbono e lípidos) e micronutrientes (vitaminas e minerais) tem as doses necessárias para o equilíbrio nutricional que é exigido pelo organismo». «Quando isso não acontece, entra-se num défice vitamínico, emergindo como alerta um estado de fadiga permanente», refere ainda a especialista.
 
Em situações como esta, de desequilíbrio nutricional, os suplementos multivitamínicos desempenham uma função importante, restituindo ao organismo vitaminas e minerais fundamentais. As justificações para o cansaço não se ficam, contudo, por aqui. Podem ter a ver com desidratação, doença do sono, patologias do foro coronário ou problemas renais, entre outros. Em situações mais extremas pode estar relacionado com uma situação de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) ou de insuficiência cardíaca.
 
«A falta de sintomas clássicos de doença coronária torna difícil identificá-los e pensar no diagnóstico com subsequente investigação. Muitos sintomas, como a angina de peito e o cansaço, são consequência da fixação de placas de aterosclerose no interior das artérias, limitando o fluxo de sangue para o coração. Em alguns casos, essa placa nas artérias das mulheres, acumula-se com um padrão homogéneo e regular, diferente da típica placa grumosa que se forma nas artérias dos homens, não sendo detetada ou sendo mais dificilmente detetada pelos testes padrão», adverte Maria Helena Custódio, cardiologista da clínica CUF Alvalade.
 
A estenose aórtica é uma patologia valvular muito frequente nos países desenvolvidos, sendo sobretudo uma doença degenerativa associada ao envelhecimento. Esta doença caracteriza-se pelo aperto da válvula aórtica, causado sobretudo pela fibrose e acumulação de cálcio que impedem a passagem do sangue, provocando cansaço, dor no peito e desmaios. Se sente um cansaço acima do normal, procure rapidamente um especialista para analisar as causas. Pode até não ser nada de grave mas só uma opinião médica o poderá confirmar.