Um estudo desenvolvido por investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) de Coimbra revela que a diabetes pode contribuir para a infertilidade masculina.
Os níveis elevados de açúcar não têm efeito direto nos espermatozoides, mas poderão comprometer a produção de esperma, contribuindo assim para a infertilidade masculina, conclui um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC).
O elevado nível de açúcar no sangue (a hiperglicemia) “desempenha um papel importante, mas não decisivo, na disfunção do espermatozoide maduro”, explica Sandra Amaral, líder do estudo, no comunicado enviado à comunicação social.
Fruto de uma investigação de vários anos, o estudo agora publicado na revista científica Human Reproduction realizou-se num sistema “in vitro”, possibilitando controlar e identificar todas as condições às quais os espermatozoides são expostos, refere a UC. De acordo com a Universidade de Coimbra, este estudo é inovador, por “avaliar vários parâmetros de funcionalidade espermática, que não são usualmente avaliados", mas que "fornecem informação muito mais detalhada sobre esta célula tão particular”.
Apesar de a diabetes ser uma doença multifatorial, Sandra Amaral defende que “existem várias indicações de que a hiperglicemia será o principal promotor das alterações promovidas pela doença”. No entanto, a equipa de investigadores não exclui a “possibilidade do envolvimento de outros fatores, como o stress oxidativo ou processos inflamatórios que, conjuntamente com a hiperglicemia, poderão ter efeitos igualmente nefastos nos espermatozoides”, reconhece a líder do estudo.
Sandra Amaral espera que este seja um passo para ajudar quem sofre de uma doença que atinge já um milhão de portugueses e que surge cada vez mais em pessoas mais novas.
Fonte: Universidade de Coimbra
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