sábado, 22 de setembro de 2018

Organização Mundial de Saúde: Consumo de álcool matou mais de três milhões de pessoas no mundo em 2016

MadreMedia/Lusa
22 set 2018
Mais de três milhões de pessoas no mundo morreram em 2016 devido ao consumo de álcool, sendo que os homens representam três quartos das mortes registadas, revela um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) hoje divulgado.

De acordo com o relatório “A Situação Global sobre o Álcool e a Saúde 2018″, que analisa os padrões de consumo de álcool a nível mundial nos últimos anos, uma em cada 20 mortes no mundo deveu-se ao consumo nocivo de álcool, correspondendo a 5% do conjunto das doenças a nível mundial.
Este estudo da OMS mostra um quadro global sobre o consumo nocivo de álcool em todo o mundo, o peso da doença em relação ao conjunto das doenças e indica o que os países estão a fazer para diminuírem este fardo.
“Muitas pessoas, suas famílias e as comunidades sofrem as consequências do consumo nocivo do álcool, através da violência, ferimentos, problemas de saúde mental e doenças, tais como o cancro e os acidentes vasculares cerebrais”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Para este responsável “é hora de intensificar as ações para evitar esta séria ameaça ao desenvolvimento de sociedades saudáveis”.
Do total das mortes atribuídas ao consumo nocivo do álcool, 28% deveram-se, entre outras causas, a lesões resultantes de acidentes de trânsito ou a violência entre pessoas, 21% foram causados por problemas digestivos e 19% por doenças cardiovasculares, sendo que doenças infecciosas, o cancro, perturbações mentais e outras situações de saúde representam a restante parcela.
Apesar de se observarem algumas tendências globais positivas desde 2010, o relatório classifica como “inaceitavelmente elevado” o peso da doença causada pelo consumo abusivo de álcool no conjunto das doenças, bem como o número das lesões provocadas, em particular na região das Américas e na região da Europa.
Em termos globais, estima-se que 237 milhões de homens e 46 milhões de mulheres sofram de problemas devido ao consumo de álcool, sendo que é maior a prevalência entre homens e as mulheres da região da Europa (14,8% e 3,5%, respetivamente) e da região das Américas (11,5% e 5,1%, pela mesma ordem).
O estudo refere ainda que os problemas com o consumo de álcool são mais comuns nos países com rendimentos mais elevados, prevê que o consumo global de álcool aumente nos próximos dez anos e diz que a Europa tem o maior consumo per capita do mundo, apesar deste ter diminuído em mais de 10% desde 2010.
A OMS estima que 2,3 mil milhões de pessoas consumam atualmente álcool no mundo, sendo que este é consumido por mais de metade da população de três regiões – Américas, Europa e Pacífico Ocidental.


quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Moléculas de colesterol num fóssil revelam o animal mais antigo já descoberto

MadreMedia/Lusa
20 set 2018
Vestígios moleculares de colesterol descobertos num fóssil revelaram a cientistas australianos o animal mais antigo já descoberto, que terá vivido há 558 milhões de anos, resolvendo um enigma de décadas.

Batizado “Dickinsonia”, tinha cerca de 140 centímetros de comprimento e forma oval, com segmentos semelhantes a costelas ao longo do corpo, segundo o estudo publicado hoje na revista Science.
O fóssil perfeitamente preservado numa área remota no noroeste da Rússia continha moléculas de colesterol, uma forma de gordura característica do reino animal.
“As moléculas de gordura fóssil que encontrámos provam que os “Dickinsonia” eram grandes e abundantes há 558 milhões de anos, milhões de anos antes do que se pensava”, afirmou Jochen Brocks, da Universidade Nacional Australiana.
Há mais de 75 anos que os cientistas debatiam o que seria o “Dickinsonia” e outros fósseis que ainda não tinham conseguido identificar no período anterior ao Câmbrico, que, há 540 milhões de anos, representou uma explosão da diversidade de formas de vida, com o aparecimento das formas modernas de vida prevalecentes nos fósseis: moluscos, vermes, artrópodes e esponjas.
O problema dos investigadores tinha sido encontrar fósseis de “Dickinsonia” com restos de matéria orgânica, uma vez que a maior parte das rochas onde foram descobertos tinham sofrido milhões de anos de desgaste.
A matéria orgânica acabou por ser encontrada em amostras de rochas na Rússia, em áreas que só são acessíveis de helicóptero.
“Estes fósseis estavam no meio de falésias no Mar Branco, a 60 e 100 metros de altura. Tive que me pendurar numa corda e escavar pedaços enormes de rocha, lavá-los e repetir até encontrar fósseis como os que procurava”, afirmou o investigador Ilya Bobrovskiy.
Além dos australianos, também colaboraram na investigação cientistas da Academia das Ciências Russa e do Instituto Max Planck para a Biogeoquímica e da universidade alemã de Bremen.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

O maior parque eólico do mundo já está a funcionar

SAPO TEK
17 setembro 2018

No Walney Extension cabem mais de 20 mil campos de futebol. Ao todo são 87 turbinas que se estendem por uma área de 145 quilómetros quadrados.

Serve energia a mais de meio milhão de casas e fica localizado na costa oeste de Inglaterra. Chama-se Walney Extension, abriu no início de setembro, é composto por 87 turbinas eólicas e tem capacidade para gerar 659 megawatts. O parque faz parte de uma tendência que se tem vindo a verificar no sector energético, com milhares de milhões de euros a serem investidos nas fontes renováveis. O parque é neste momento o maior do mundo, mas com a fase de transição vigente, que está a privilegiar as energias verdes em detrimento das fósseis, este complexo não deverá poder gabar-se do estatuto durante muito mais tempo. Neste momento, há até uma proposta em cima da mesa para que se construa um parque com capacidade para gerar 30 gigawatts, numa ilha artificial, que poderá erguer-se até 2027, no meio do mar que separa Holanda e Noruega.

Quando atinge a capacidade máxima, o parque, que ocupa uma área de 145 quilómetros quadrados, faz chegar eletricidade a 590 mil casas. O parque foi construído pela empresa dinamarquesa, Orsted, que terminou o projeto no passado mês de junho.
Ao todo foram necessárias mais de 261 pás para compor as 87 turbinas. Cada pá pesa cerca de 30 toneladas e, de acordo com a Orsted, quando uma pá completa uma volta, a turbina gera energia suficiente para servir as necessidades energéticas de uma família durante um dia inteiro. As turbinas foram feitas pela Siemens e pela MHI Vestas, e têm 18 metros de altura.
De acordo com o Business Insider, a energia é transportada do parque eólico para a rede nacional britânica através de uma complexa rede de cabos que se estende por mais de 300 quilómetros.

Todos estes números contribuem para a dimensão da Walney Extension, que bate o segundo maior parque eólico do mundo por 14 quilómetros quadrados. O London Array, que ocupa a segunda posição da lista, situa-se na costa sudeste do Reino Unido e tem uma capacidade em 29 megawatts inferior à deste novo complexo.
A produção de energia eólica é mais cara quando feita offshore, mas como os preços da energia produzida em fontes renováveis continua a cair, é expectável que mais pessoas venham a beneficiar com a instalação de parques maiores e menores do que este. Em 2050, espera-se que as fontes renováveis sejam responsáveis por pelo menos de 50% de toda energia consumida no mundo.

sábado, 1 de setembro de 2018

8 doenças sexualmente transmissíveis perigosas e fáceis de apanhar

Nuno Noronha
Saúde e Medicina
A prática de sexo seguro é a melhor maneira de prevenir estas infeções sexualmente transmissíveis. Conheça as doenças sexualmente transmissíveis mais comuns e perigosas. Este artigo não dispensa a consulta de um especialista médico.

1. Tricomoníase

Esta é uma das infeções sexualmente transmissíveis mais comuns. É causada por um parasita denominado Trichomonas vaginalis e transmite-se pelo contacto sexual. Na mulher, os sintomas mais comuns são corrimento com odor intenso e cor alterada, pequenas hemorragias durante ou após a relação sexual, prurido ou comichão à volta da vagina, inchaço das virilhas e necessidade de urinar com frequência e ardor ao urinar.
No homem, os sintomas mais comuns são corrimento, necessidade de urinar mais do que o habitual, dor ou ardor e irritação no pénis. Esta infeção tem cura. Os parceiros sexuais devem ser tratados ao mesmo tempo e só devem voltar a ter relações após o tratamento e quando não houver manifestação de sintomas. A utilização do preservativo, masculino ou feminino, é o único método contracetivo que diminui o risco de contágio.

2. Herpes genital

Trata-se de uma infeção que pode ser causada por dois tipos de vírus: o herpes simplex do tipo 1 (que causa lesões na mucosa oral) e o herpes simplex do tipo 2 (que causa lesões nos genitais e ânus). Os sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de vesículas e lesões na área genital, quer dos homens quer das mulheres, acompanhadas por dor, prurido e ardor.
O herpes deve ser tratado para atenuar as queixas e sintomas e para diminuir o período em que o vírus se encontra ativo e contagiante. Não existe cura, sendo recorrente o seu reaparecimento. Quando surge, aconselha-se a abstinência sexual. A utilização do preservativo é a forma mais adequada de prevenção, embora não seja 100% eficaz.

3. Sífilis

A sífilis é uma infeção sexualmente transmissível causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum. Após a infeção, existe um período latente que dura em média três semanas. Durante este período não são visíveis quaisquer sintomas.
A Sífilis Primária caracteriza-se por uma úlcera indolor no ponto de exposição da bactéria e pode aparecer nos genitais, uretra, ânus e colo do útero, bem como nos lábios e na boca. Transmite-se através de relações sexuais não protegidas (sexo vaginal, oral ou anal). A sífilis é fácil de curar durante as fases iniciais, sendo normalmente tratada com penicilina. O preservativo é o modo mais eficaz de evitar a transmissão da sífilis.

4. Gonorreia

A gonorreia é uma infeção causada por uma bactéria que pode afetar o pénis, a vagina, o colo do útero, a uretra, o ânus ou a garganta. A sua via de transmissão principal é a sexual, através do contacto com uma pessoa infetada, mas pode ser também transmitida de mãe para filho durante o parto. A ida ao médico para exames periódicos é fundamental para a sua deteção precoce.
O tratamento da gonorreia é feito com antibióticos. Quando não tratada, pode causar doença inflamatória pélvica nas mulheres e/ou infertilidade (em ambos os sexos). Estima-se que um

5. Vírus do Papiloma Humano (HPV)

Existem mais de 100 tipos. Em determinados casos afetam a pele e causam verrugas. Cerca de 40 serotipos afetam o aparelho genital, causando condilomas (verrugas genitais). Estima-se que 80% das mulheres e dos homens tenham contacto com o vírus em alguma fase da sua vida. Se o sistema imunitário estiver vulnerável, pode tornar-se uma infeção persistente e desencadear cancro do colo do útero. A forma mais fácil de diagnosticar é através do exame citológico (Papanicolau).
Já existem disponíveis em Portugal vacinas que previnem a infeção por alguns tipos de HPV, os que provocam cancro. O uso de preservativo não protege por completo contra a transmissão deste tipo de vírus.
a em cada quatro mulheres que contraia a infeção fique infértil.

6. Clamídia

Trata-se de uma infeção do tipo bacteriano que pode afetar o pénis, a vagina, o colo do útero, o ânus, a uretra, a garganta ou os olhos. É a infeção sexualmente transmissível mais comum. Transmite-se por via sexual e também de mãe para filho.
Na mulher, os sintomas são dor pélvica, corrimento vaginal, dor durante a relação sexual ou ao urinar, hemorragia entre as menstruações. No homem, os sintomas mais comuns são ardor ou dor ao urinar, pus ou corrimento proveniente do pénis e inchaço nos testículos ou ânus. O tratamento é feito à base de antibióticos.

7. Hepatite A e B

A Hepatite B é uma infeção viral que ataca o fígado e pode causar doença aguda ou crónica. O vírus da Hepatite B é extremamente contagioso, sendo as suas principais vias de transmissão os fluidos genitais (esperma e secreções vaginais), corporais (sangue, urina e saliva) e o leite materno. É a mais perigosa de todas as hepatites, pois o risco de morte por cirrose e cancro do fígado é elevado. Mais de 90% dos adultos saudáveis que são infetados com Hepatite B recuperam e libertam-se do vírus no período de seis meses.
A vacina para a Hepatite B é o meio mais seguro e eficaz de prevenção. É composta por três doses e tem uma taxa de eficácia de 95%. No caso da Hepatite A, também já há vacina disponível.

8. VIH/Sida

O VIH encontra-se principalmente no sangue, sémen e fluídos vaginais das pessoas infetadas. Assim, a transmissão do vírus só pode ocorrer se estes fluídos corporais entrarem diretamente em contacto com o corpo de outra pessoa. Uma mulher seropositiva pode transmitir o vírus ao bebé durante a gravidez, parto ou aleitamento.
Comportamentos sociais, como abraçar, beijar, apertar a mão ou beber pelo mesmo copo não representam riscos de transmissão. A infeção pode ser prevenida através do preservativo masculino ou feminino nas relações sexuais.
Sempre que se inicia uma nova relação sexual é importante falar com o parceiro ou parceira sobre as relações anteriores, de modo a prevenir os riscos de contrair uma IST. Lembre-se: certas infecções provocam sintomas apenas no homem outras somente na mulher e, por vezes, pode existir infecção sem qualquer tipo de sintoma.
Este artigo não dispensa a consulta de um especialista médico.