sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Como seria o mundo actual sem humanos?

Green Savers, 21/08/2015
Se o mundo actual não tivesse humanos, ele pareceria o Serengeti, um ecossistema situado na África Oriental – norte da Tanzânia e sudoeste do Quénia – que abriga a maior migração animal do planeta e que é, de resto, uma das maravilhas do mundo natural.
 
Ou seja, num mundo sem o seu principal predador, os grandes mamíferos estariam distribuídos por todos os continentes e locais – e não apenas em África ou nas regiões montanhosas.
 
Segundo a Universidade de Aarhus, na Dinamarca, o norte da Europa seria povoado por lobos, alces, ursos mas também elefantes e rinocerontes. A pesquisa sugere ainda que o facto de o continente africano ter hoje uma grande densidade de mamíferos deve-se a actividades humanas anteriores e não a uma questão específica da sua biodiversidade.
 
“A Europa do Norte não é o único local em que os humanos reduziram a diversidade dos mamíferos – é um fenómeno global”, explicou o professor Jens-Christian. “Na maioria dos locais há um deficit muito grande de diversidade de mamíferos em relação ao que, naturalmente, seria”.
 
O actual mapa do mundo mostra que África é o único local com grande diversidade de grandes mamíferos. No entanto, um mapa hipotético sem humanos distribui os grandes mamíferos por todo o mundo. E revela, sobretudo, um grande número de mamíferos na América do Norte e do Sul – o que não acontece no mundo real.
 
“Há partes da América do Norte, como o Texas, e outras como a região entre o norte da Argentina e sul do Brasil [que teriam vários e grandes mamíferos]”, explicou Jens-Christian.
 
Por outras palavras: a existência de muitas espécies de mamíferos não se deve a um ambiente e clima óptico, mas sim o facto de este ser o único local do globo ontem estas ainda não foram erradicados pelos humanos.
 
“O grande nível de biodiversidade das regiões montanhosas deve-se, sobretudo, ao facto de as montanhas terem actuado como refúgio para as espécies, tendo em conta a caça e destruição de habitat. E não por ser um padrão natural”, explicou Soren Faurby, autor do estudo.
 
“Um exemplo, na Europa, é o urso castanho, que apenas vive nas regiões montanhosas porque foi exterminado das zonas mais acessíveis – e mais densamente povoadas – nas regiões mais baixas”, continuou.
O mapa mostra a variação do número de grandes mamíferos que teria ocorrido a cada 100 x 100 quilómetros. Os números da escala indicam o número de espécies.

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