No coração do Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, existe um supervulcão subterrâneo que liberta cerca de 45.000 toneladas de dióxido de carbono (CO2) por dia. Mas a câmara magmática deste vulcão não é suficientemente grande para produzir tais níveis de CO2 e há anos que os cientistas procuravam por uma fonte vulcânica alternativa.
Agora, através da monitorização das ondas sísmicas, uma equipa de geofísicos descobriu uma enorme câmara secundária a uma profundidade maior que a câmara primária. Este outro reservatório tem rocha parcialmente fundida no seu interior, em quantidade suficiente para encher o Grand Canyon 11 vezes.
Esta câmara secundária encontra-se localizada imediatamente abaixo da câmara primária, a uma profundidade entre os 19 e 45 quilómetros, sendo 4,5 vezes maior que o reservatório primário, com uma capacidade de 46.000 quilómetros cúbicos. Para descobrir este último reservatório, os investigadores da Universidade do Utah monitorizaram ondas sísmicas provenientes de 5.000 pequenos sismos, decorrentes da actividade vulcânica subterrânea. O estudo foi ainda capaz de criar uma imagem tridimensional do sistema vulcânico de Yellowstone.
Os investigadores descobriram ainda que a câmara secundária, tal como o reservatório primário, não tem rocha completamente fundida no seu interior. A câmara primária tem apenas 2% de material líquido e o conteúdo tem um alto teor de ferro e magnésio. O reservatório secundário é composto por 9% de material líquido rico em silício.
“Este reservatório de magma tem um volume 4,5 vezes maior à câmara superior e estes novos dados são cruciais para perceber a evolução do vulcanismo basáltico-riolítico e para explicar a magnitude das emissões de CO2 do solo”, lê-se no estudo, cita o Daily Mail.
Apesar da descoberta desta nova câmara, os autores do estudo asseguram que a probabilidade de erupção não aumenta – uma em 700.000 por ano. O estudo indica ainda que terá sido a câmara magmática superior a responsável por alimentar três das erupções em Yellowstone, há dois milhões, 1,2 milhões e 640.000 anos atrás.
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