domingo, 1 de dezembro de 2013

As classes dos medicamentos

Texto publicado na rubrica Saúde da Sapo

De acordo com dados divulgados pelo GAT, existem cinco classes de fármacos e medicamentos indicadas para cada fase do ciclo de reprodução do vírus:
 
1ª fase: O vírus fixa-se a uma célula CD4 e os medicamentos designados por Inibidores de Entrada vão impedir que tal aconteça.
 
2ª fase: Já dentro da célula, o VIH vai libertar os seus ácidos nucleicos. De seguida, estes são transcritos de forma a poderem usar os mecanismos da célula infectada para a sua própria replicação.
Nesta fase, atuam os medicamentos INTRs (Inibidores Nucleosidos da Transcriptase Reversa) e os INNTRs (Inibidores Não-Nucleosidos da Transcriptase Reversa) para prevenir a transcrição dos ácidos nucleicos do vírus.
 
3ª fase: Nesta fase o DNA proviral – resultado da transcrição dos ácidos nucleicos do vírus – vai integrar-se no DNA da própria célula e aí permanecer escondido do sistema imunitário. Para evitar que isto aconteça, são prescritos os Inibidores da Integrase.
 
4ª fase: Posteriormente, o VIH replica-se no interior da célula, usando os mecanismos desta. O resultado dessa replicação é uma grande proteína que contém todas as estruturas do vírus, no entanto, falta ainda separar essas estruturas umas das outras para que se forme um novo vírus activo. Para impedir este processo, são administrados os Inibidores da Protease (IP) que bloqueiam o enzima viral responsável por esta fase.
 
5ª fase: Os novos vírus saem da célula infetada e procuram novas células para infectar. A medicação administrada vai atuar nas fases anteriores, evitando que o vírus afete outras células.
 
A combinação de duas classes de medicamentos vai atuar de forma eficaz, reduzindo o vírus no organismo para quantidades mínimas. O objetivo é precisamente atingir o menor número possível de VIH no sangue e, desta forma, travar a evolução da doença. «Claro que o ideal seria impedir totalmente a replicação viral, o que significaria a cura da infeção, mas infelizmente, com os medicamentos atualmente disponíveis, isso não é ainda possível», refere o especialista.

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