domingo, 21 de junho de 2015

Desenvolvido fármaco que mata o parasita da malária no laboratório

Ben Hirschler - Público - 18/06/2015
O composto poderá custar menos de um euro. Ensaios em humanos serão feitos para o ano.
 
Uma equipa de cientistas desenvolveu um novo fármaco contra a malária que poderá tratar doentes com uma única dose, e que se estima que custe apenas um dólar ou 88 cêntimos de euro. O fármaco ataca as estirpes do parasita que já são resistentes aos medicamentos actuais.
 
O novo composto ainda está muito longe de chegar ao mercado, mas as experiências laboratoriais em sangue humano e em ratinhos sugerem que a substância química é muito potente, segundo um artigo publicado online, na revista Nature, nesta quarta-feira.
 
A empresa farmacêutica alemã Merck KgAA vai desenvolver e comercializar o composto, responsabilizando-se pelas próximas experiências, que passarão por ensaios clínicos em pessoas.
 
O plano é avançar com estes testes no próximo ano para avaliar a segurança do fármaco e verificar se é capaz de matar o parasita da malária no corpo humano. Muitos compostos químicos acabam por falhar quando chegam a esta fase.
 
É cada vez mais importante encontrar alternativas para tratar a malária, já que há um aumento da resistência por parte do parasita até aos melhores tratamentos. Na Birmânia, no Sudeste asiático, há uma estirpe que já é resistente à artemisina e está a chegar à fronteira da Índia.
 
Mas o novo composto funciona de uma forma diferente, atacando uma parte da maquinaria celular que produz as proteínas do parasita, o que significa que deverá ser eficaz mesmo para as estirpes mais resistentes.
 
O composto chama-se DDD107498, e foi desenvolvido pela Universidade de Dundee, no Reino Unido. Os investigadores estimam que a sua produção seja barata, o que o tornará acessível para as populações de países economicamente pobres, onde a malária ataca mais.
 
A malaria continua a matar mais de 500.000 pessoas por ano, a maioria crianças, nos países da África subsariana.
 
O parasita mais comum que ataca os humanos, o “Plasmodium falciparum”, é introduzido no corpo humano por picadas do mosquito infectado “Anopheles gambiae”. O parasita reproduz-se primeiro nas células do fígado e depois nas células do sangue. É aqui que surgem os sintomas da malária: febre, dor corporal, dores de cabeça.
 
A empresas farmacêuticas Novartis e a Sanofi estão actualmente a produzir fármacos contra a malária, e têm programas especiais para tornarem estes medicamentos mais acessíveis em termos monetários.

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