A Europa moderna foi apenas formada há 5.000 anos, quando uma migração em massa do sul da Rússia e Geórgia trouxe novas línguas, tecnologia e processos agrícolas para o continente. De acordo com especialistas do Centre for GeoGenetics, do Museu do Museu da História da Dinamarca, em Copenhaga, uma grande mudança nas pessoas da região do Cáucaso, há 5.000 anos, trouxe os migrantes para o Norte da Europa.
Estes migrantes transportaram uma mutação genética que permitiu aos adultos a tolerância a beber leite de vaca – esta última característica surpreendeu os investigadores.
O estudo, um dos maiores acerca do ADN dos esqueletos da Idade de Bronze, descobriu que o povo Yamnaya, que então vivia no Cáucaso, espalhou as suas ideias e ADN por toda a Europa, em países como França, Alemanha e Holanda.
Os Yamnaya trouxeram novas ferramentas e experiências mas também uma nova língua, que se tornou na base de quase todas as línguas europeias actuais, incluindo o grego e o latim, inglês e alemão.
Os elementos do povo Yamnaya substituíram os caçadores-recolectores que viviam no Norte da Europa e trouxeram as suas manadas de gado, que foram importantes para a mudança na forma como os então europeus olhavam para a pecuária.
Esta mistura trouxe também genes ligados a peles mais claras e olhos castanhos para a Europa Central, avança o estudo. Na Europa do Norte, os Yamnaya misturaram-se com os povos da Idade da Pedra, estabelecendo a cultura da cerâmica cordada, que geneticamente se parece com os europeus que, hoje, vivem a Norte dos Alpes.
Há 4.000 anos, a cultura Sintashta evoluiu no Cáucaso – tratava-se de uma cultura com novas armas e carros de guerra sofisticados, que foram rapidamente apadrinhados no resto da Europa. A área a leste dos Urais e até à Ásia Central foi colonizada há 3.800 anos pela Cultura Andronovo – os Yamnaya também migraram para leste, estabelecendo-se em algumas partes da Ásia Central antes de serem substituídos pelos asiáticos há 2.000 anos.
“Até agora, pensava-se que a tolerância a lactose se desenvolveu nos Balcãs ou no Médio Oriente, devido à introdução da pecuária, na Idade da Pedra”, explicou o co-autor do estudo, Martin Sikora. “Mas agora podemos ver que, até no final da Idade de Bronze, a mutação que deu lugar a esta tolerância é rara na Europa”, explicou Sikora, o que levou à conclusão de que teriam sido os Yamnaya a introduzirem esta tolerância na Europa.
No início do ano, um estudo similar desenvolvido pela Universidade de Harvard descobriu que, quando os Yamnaya migraram do Mar Negro e Mar Cáspio, transportaram também os genes para da altura para a Europa do Norte e Europa Central.
Hoje, por exemplo, o povo alemão tem muitas das características trazidas pelos Yamnaya.
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