Investigação da UCLA lança novos conhecimentos sobre esta doença neurodegenerativa
Publicado em : www.cienciahoje.pt 2013-01-07
Vale Central californiano é uma região de grande atividade agrícola |
Ao longo das últimas
décadas, neurologistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA)
têm-se dedicado a estudar a ligação existente entre pesticidas a doença
neurodegenerativa Parkinson. Até à data foi já demonstrado que os químicos
paraquat, maneb e ziram, espalhados com frequência no Vale Central
californiano, estão relacionados com o aumento da doença, não só entre os
agricultores como em outros indivíduos que habitam ou trabalham perto dos
campos.
Agora, os
investigadores descobriram uma ligação entre Parkinson e outro pesticida, o
benomyl, cujos efeitos tóxicos ainda se fazem sentir, 10 anos após este químico
ter sido proibido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.
A exposição ao benomyl
dá início a uma série de eventos a nível celular que pode levar ao
desenvolvimento de Parkinson. O pesticida impede a enzima ALDH (aldeído
desidrogenase) de 'tapar' a DOPAL, uma toxina que ocorre naturalmente no
cérebro.
Quando deixa de ser
controlada pela ALDH, a DOPAL acumula-se, provocando danos nos neurónios e
aumentando o risco de um indivíduo poder desenvolver Parkinson.
Mas as descobertas
conseguidas com este estudo não se aplicam apenas a doentes de Parkinson que
estiveram expostos ao pesticida. Os eventos celulares descritos ocorrem em
pessoas que não tiveram contacto com o benomyl.
Assim, a descoberta
pode permitir o desenvolvimento de novos fármacos que protejam a atividade da
ALDH. Seria dessa forma possível atrasar a progressão da doença.
Os resultados da
investigação estão publicados na «Proceedings of the National Academy of
Sciences».
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