segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Espinha de bacalhau pode ser usada na produção de implantes ósseos


Testes são realizados na Escola Superior de Biotecnologia da Católica Porto
Publicado em www.cienciahoje.pt 2012-11-23

Investigadores da
Escola Superior de Biotecnologia da Católica Porto acabam de concluir um estudo que revela que as espinhas de bacalhau podem ser utilizadas na produção de implantes ósseos e próteses dentárias. 

Espinhas de bacalhau.
Os resultados deste projecto de  investigação demonstram ser possível extrair compostos à base de hidroxiapatite (um fosfato de cálcio que é o principal componente dos ossos humanos e de animais) deste subproduto, conferindo-lhe uma aplicação efectiva na área da saúde.

 

 A conversão das espinhas em hidroxiapatite é possível através de um processo simples de calcinação a temperaturas elevadas (entre 600 e 1250ºC). Este método permite a eliminação da matéria orgânica presente nas espinhas, resultando num material que se distingue pelos elevados níveis de pureza e cristalinidade.


A investigação demonstra ainda que, tratando as espinhas em soluções apropriadas antes da calcinação, é possível preparar materiais com composições diferentes e dirigidas a aplicações específicas. Testes realizados com estes materiais revelaram um nível de biocompatibilidade concorrencial com outros produtos comerciais à base de hidroxiapatite.


 

Hidroxiapatite em pó.


 Aplicação ambiental

Além da aplicação na saúde, a hidroxiapatite pode ser também utilizada no tratamento de águas residuais, incluindo a remoção de metais pesados, como o chumbo, ou a degradação de poluentes orgânicos, como corantes.

 
Tendo em conta que actualmente a maioria da hidroxiapatite utilizada nestes domínios é sintética, o processo desenvolvido a partir de uma fonte totalmente natural destaca-se por permitir o aproveitamento de um subproduto alimentar. Esta alternativa garante em particular o reaproveitamento de fósforo, um elemento cuja utilização crescente coloca em causa a sua disponibilidade no futuro.

 

Assim, um subproduto da indústria alimentar pode agora ser convertido num composto de elevado valor acrescentado graças às suas aplicações comerciais diversificadas.

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