sexta-feira, 19 de abril de 2013

Descoberta da função do gene Meis1 inicia nova era no tratamento de falhas cardíacas



Investigadores perceberam como podem promover regeneração do coração
Publicado em www.cienciahoje.pt  2013-04-18

Gene Meis1 é um fator de transcrição que controla a função de outros genes.

Uma equipa de investigação do departamento médico da Southwest Texas State University relatou recentemente a descoberta da função que o gene Meis1 tem na regulação da capacidade de regeneração do coração.
Descobrimos que a atividade do Meis1 aumenta significativamente nas células do coração logo depois do nascimento, coincidindo com a altura em que as células do músculo param de se dividir”, diz Hesham Sadek, professor assistente de medicina interna na divisão de cardiologia e autor sénior do estudo, agora publicado na «Nature».

Baseando-se nesta observação, os investigadores questionaram: se o Meis1 for eliminado do coração, as células continuarão a dividir-se ao longo da idade adulta? A resposta é positiva.
Hesham Sadek.
Em 2011, experiências de laboratório de Sadek mostraram que o coração de mamíferos recém-nascidos é capaz de uma vigorosa resposta regenerativa aos danos através da divisão das suas próprias células. À medida que o recém-nascido se desenvolve, o coração perde rapidamente esta habilidade de regeneração e de reparação de danos como, por exemplo, os provocados por um ataque cardíaco.


A equipa demonstrou que através do bloqueio do Meis1, é possível alargar o período de proliferação no coração de ratinhos recém-nascidos. É reativado, igualmente, o processo regenerativo do coração de ratos adultos sem provocar problemas a nível das funções cardíacas.

Meis1 é um fator de transcrição que atua como um programa de software, com capacidade de controlar a função de outros genes. Neste caso, verificou-se que o Meis1 controla vários genes que normalmente atuam como travões na divisão celular”, explica Sadek.
Assim sendo, o Meis1 poderá ser utilizado “como um botão de ligar/desligar para fazer as células dos corações adultos dividirem-se. Se isto for feito com sucesso, esta capacidade pode dar início a uma nova era no tratamento de falhas cardíacas”.

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