quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Earth Water chega a Portugal - Projecto pioneiro de solidariedade


A água embalada Earth Water é o único produto no mundo com o selo do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), revertendo os seus lucros a favor do programa de ajuda de água daquela instituição.
Com o preço de venda ao público (PVP) de 59 cêntimos, a embalagem de Earth Water diz no rótulo que «oferece 100% dos seus lucros mundiais ao programa de ajuda de água da ACNUR», apresentando, mais abaixo, o slogan «A água que vale água».
Actualmente morrem 6 mil pessoas no mundo por dia por falta de água potável. Com 4 cêntimos, o ACNUR consegue fornecer água a um refugiado por um dia.

Saber mais aqui

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A CIÊNCIA NA IMPRENSA

Os media portugueses inserem, com crescente frequência, notícias e comentários sobre a evolução da Ciência, em especial quando os protagonistas são nacionais. Foi o caso recente da agência Lusa que relatou os avanços conseguidos, no domínio da evolução das espécies, por uma equipa de cientistas do prestigiado Instituto Gulbenkian de Ciência. Numa altura em que se comemoram o nascimento de Charles Darwin e a publicação da sua obra “A Origem das Espécies”, esta notícia ganha redobrada importância, pelo que a transcrevemos.
Drosophila melanogaster.

“Investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em colaboração com colegas norte-americanos, recriaram um processo de selecção natural numa população de moscas do vinagre e voltaram atrás no tempo numa experiência de reversão evolutiva.Os resultados do estudo, coordenado por Henrique Teotónio (36 anos), responsável pelo Laboratório de Genética Evolutiva do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), vieram ontem na edição online da revista Nature Genetics. O estudo insere-se no caminho aberto pela teoria da evolução de Charles Darwin, há 150 anos, e "demonstra uma parte dessa teoria que até agora toda a gente aceitava mas nunca ninguém tinha confirmado do ponto de vista empírico", disse o investigador. "A diferença é que quando fazemos experiências de evolução no laboratório estamos a observar a evolução a decorrer defronte dos nossos olhos, não é ir para a natureza e depois tentar inferir o que se passou."Henrique Teotónio e colegas da Universidade da Califórnia, em Irvine, usaram moscas recolhidas no Estado de Massachusetts (EUA) em 1975, demonstrando pela primeira vez a ocorrência de um processo de selecção natural na variação genética da população. A partir de 1980 as moscas ficaram em condições laboratoriais diferentes, e mudaram de acordo com os ambientes."Mudando os ciclos de reprodução ou de sobrevivência através de condições de stress ambiental, como falta de comida ou falta de água, por exemplo, foi observado que as populações derivadas da original evoluíram muito diferentes umas das outras", disse. Em 1996, Henrique Teotónio começou a trabalhar com estas populações diferenciadas para as colocar de volta a um ambiente próximo do original para estudar as alterações genéticas ao longo de 50 gerações, como parte do doutoramento na Universidade da Califórnia. "O que eu fiz foi pô-las num ambiente idêntico àquele em que foram colocadas em 1975, quando retiradas da natureza, a que chamamos de controlo ou ancestral", explicou. O que aconteceu foi que, ao recuarem no tempo, "muitas voltaram ao estado ancestral, mas muitas não voltaram e fizeram-no a taxas diferentes durante as 50 gerações". As alterações foram observadas na morfologia, metabolismo ou demografia, tendo esta parte do estudo sido já publicada, em 2000, na revista Nature.Ao fim das 50 gerações, as moscas estavam bem adaptadas ao ambiente ancestral e, no entanto, apresentavam características diferentes. O trabalho agora publicado estudou a variação em sequências de ADN nestas populações e concluiu que "toda a variação genética já era preexistente, já lá estava no estado ancestral. É apenas uma mudança nas frequências relativas dessa variação genética que está por detrás da evolução das características que observámos anteriormente". A variação estava toda lá mas, ao contrário do que se antecipava, não se registou uma reversão total ao estado ancestral em termos de frequências ao fim das 50 gerações. Segundo o investigador, "este estudo sugere que a formalização matemática da teoria evolutiva ainda é extremamente simples e como tal não preditiva". "Por definição a evolução é contingente no passado", afirmou. "O que conseguimos foi quantificar essa contingência."

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Gostei de ver o filme sobre o trabalho do "Cancro da Mama" realizado pelos alunos da Área de projecto, que o Fernando encontrou na NET e colocou no blogue.

Este filme, realizado depois do ano lectivo terminar, é sinal que os alunos gostaram, ficaram interessados e continuaram a trabalhar.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Ano de Darwin

Comemora-se este ano o 150º aniversário do livro mais provocante da história da ciência e, simultaneamente, o 200º aniversário (12 de Fevereiro) do naturalista inglês que o escreveu, Charles Darwin.

(…) o que Darwin ofereceu com “A Origem das Espécies” foi uma teoria consistente sobre a forma como a evolução pode ocorrer unicamente através de forças naturais, dando aos cientistas liberdade para explorar a gloriosa complexidade da vida em vez de aceitar simplesmente como mistério interpretável (…)

Inúmeras iniciativas irão realizar-se ao longo do ano de 2009, em comemoração do Ano de Darwin. De palestras a exposições, de simpósios internacionais a concursos para alunos e professores.

Uma das acções mais aguardadas é a que se vai realizar na próxima quinta-feira, dia 12 de Fevereiro, na Fundação Calouste Gulbenkian, com a inauguração da maior exposição mundial “A Evolução de Darwin”.
A curiosidade apodera-se de mim... quem quer vir comigo ver a exposição? Vamos combinar (grupo 520, 510...) e fazer uma grande "festa darwiniana"!

Para saber mais sobre este magnífico Ano de Darwin consulte:
http://www.gulbenkian.pt/
Para conhecer a Obra Completa de Charles Darwin on line consulte:

Imagem daqui

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Dia Mundial do Cancro

Assinala-se hoje, dia 4 de Fevereiro, o Dia Mundial do Cancro. Se até meados do século passado a tuberculose constituiu um dos flagelos que mais atingiu as famílias portuguesas, esse lugar é desde há muito ocupado pelo cancro. Com efeito são cada vez mais frequentes as situações em que familiares, amigos, conhecidos e colegas de trabalho se deparam com o "monstro", algumas vezes numa fase inicial, da qual, felizmente, conseguem recuperar, outras, pelo contrário, numa fase em que já não há muito a fazer. E são vidas, esperanças, sonhos que de um momento para o outro se desmoronam, porque para isto nunca se está preparado.

Este ano, e no âmbito da luta contra este flagelo, a União Internacional Contra o Cancro (UICC) irá lançar uma campanha mundial direccionada contra o cancro na infância sob o lema "Eu adoro a minha infância activa e saudável". Com este fim esta organização pretende envolver pais, professores, entre outras entidades, na promoção de estilos de vida saudáveis, com particular incidência na alimentação cuidada e no incentivo da prática desportiva, pretendendo-se combater os níveis de obesidade infantil, com valores cada vez mais alarmantes nos países desenvovidos. O cancro é considerado hoje em dia uma doença genética, surgindo a grande maioria (cancros esporádicos) como resultado de alterações provocadas por factores ambientais no DNA. Estas alterações, designadas de um modo geral por mutações, afectam os genes conhecidos como proto-oncogenes e/ou os designados por genes supressores tumorais ou anti-oncogenes. Os primeiros, por acção de agentes cancerígenos, transformam-se em oncogenes, responsáveis pela proliferação celular sem controlo e os segundos, de igual modo, podem deixar de ser capazes de refrear o estímulo proliferativo dos proto-oncogenes normais (estes encontram-se inactivos nas células que não se dividem e, naquelas que o fazem, a sua acção é controlada pelos anti-oncogenes, de modo que num tecido normal assiste-se a um equilíbrio entre os genes que estimulam a proliferação celular e os que a refreiam). É neste quadro que o cancro pode surgir. Dado que o cancro apresenta um tempo de evolução mais ou menos longo é imprescindível proceder a uma vigilância cuidada e regular, pois o despite precoce torna-se fundamental na eficácia do combate a esta doença de tempos caracterizados por excessos de toda a ordem no que concerne a factores que o potenciam.

Fernando Ribeiro





domingo, 1 de fevereiro de 2009

O pólen e o crime

No Diário de Notícias de ontem, sábado, 31 de Janeiro, Filomena Naves, em mais um dos excelentes artigos, em que nos dá conta do "saber" nacional, chamou a atenção para o trabalho de Mafalda Faria, única palinóloga forense portuguesa. Que palavra estranha, dirão alguns, com um certo espanto. Pois bem, Mafalda Faria faz dos grãos de pólen o seu material de trabalho na descoberta de eventuais suspeitos ligados a determinados crimes, nomeadamente o de homicídio, ou seja, procede à aplicação da palinologia à ciência forense.
O pólen, fonte de vida no mundo das plantas com sementes, encontra-se por todo o lado, como os indivíduos que sofrem da febre dos fenos que, segundo a revista BMJ (British Medical Journal) afecta 1 em cada 6 pessoas nos países industrializados, bem o sabem. Têm sido encontrados grãos de pólen a 3 km de altitude e no mar a 600 km da costa, levados pelos ventos e pela água, respectivamente.
Os grãos de pólen possuem uma membrana externa, também designada de exina, extremamente rija e resistente, que lhe permite suportar as condições mais adversas, nomeadamente a acção de ácidos fortes e de calor intenso, podendo durar milhares de anos sem se decompor, como o provam as amostras de solo recolhidas a profundidades consideráveis e, daí a importância dos pólens no estudo da evolução das espermatófitas. O que faz desta camada externa objecto de particular interesse é o facto de apresentar na sua superfície desenhos distintivos consoante as espécies. Assim, nos grãos de pólen teremos uma exina mais lisa ou mais rugosa, com os mais variados padrões geométricos ou outras diferenciações, que fazem do pólen de cada espécie um pólen único, singular, quais impressões digitais de cada espécie. É esta singularidade que Mafalda Faria utiliza na triangulação entre os pólens encontrados no local de um homicídio (ou local de encontro do corpo, caso tenha havido remoção do mesmo), as amostras retiradas das cavidades nasais, dos cabelos e roupas da vítima e as encontradas no eventual suspeito
Não nos dando uma completa certeza pois, como refere a investigadora"Tem que haver pelo menos 80 por cento de coincidência entre o pólen que é característico de um determinado local e o que é encontrado no cabelo de uma vítima para se poder dizer, por exemplo, que aquele é o local onde ocorreu o crime", estes estudos não deixam de constituir mais um meio de prova posto à disposição da ciência forense.


Fernando Ribeiro
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=385468&tema=27