quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Dia Mundial do Cancro

Assinala-se hoje, dia 4 de Fevereiro, o Dia Mundial do Cancro. Se até meados do século passado a tuberculose constituiu um dos flagelos que mais atingiu as famílias portuguesas, esse lugar é desde há muito ocupado pelo cancro. Com efeito são cada vez mais frequentes as situações em que familiares, amigos, conhecidos e colegas de trabalho se deparam com o "monstro", algumas vezes numa fase inicial, da qual, felizmente, conseguem recuperar, outras, pelo contrário, numa fase em que já não há muito a fazer. E são vidas, esperanças, sonhos que de um momento para o outro se desmoronam, porque para isto nunca se está preparado.

Este ano, e no âmbito da luta contra este flagelo, a União Internacional Contra o Cancro (UICC) irá lançar uma campanha mundial direccionada contra o cancro na infância sob o lema "Eu adoro a minha infância activa e saudável". Com este fim esta organização pretende envolver pais, professores, entre outras entidades, na promoção de estilos de vida saudáveis, com particular incidência na alimentação cuidada e no incentivo da prática desportiva, pretendendo-se combater os níveis de obesidade infantil, com valores cada vez mais alarmantes nos países desenvovidos. O cancro é considerado hoje em dia uma doença genética, surgindo a grande maioria (cancros esporádicos) como resultado de alterações provocadas por factores ambientais no DNA. Estas alterações, designadas de um modo geral por mutações, afectam os genes conhecidos como proto-oncogenes e/ou os designados por genes supressores tumorais ou anti-oncogenes. Os primeiros, por acção de agentes cancerígenos, transformam-se em oncogenes, responsáveis pela proliferação celular sem controlo e os segundos, de igual modo, podem deixar de ser capazes de refrear o estímulo proliferativo dos proto-oncogenes normais (estes encontram-se inactivos nas células que não se dividem e, naquelas que o fazem, a sua acção é controlada pelos anti-oncogenes, de modo que num tecido normal assiste-se a um equilíbrio entre os genes que estimulam a proliferação celular e os que a refreiam). É neste quadro que o cancro pode surgir. Dado que o cancro apresenta um tempo de evolução mais ou menos longo é imprescindível proceder a uma vigilância cuidada e regular, pois o despite precoce torna-se fundamental na eficácia do combate a esta doença de tempos caracterizados por excessos de toda a ordem no que concerne a factores que o potenciam.

Fernando Ribeiro





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