terça-feira, 19 de março de 2013

Problemas de sono podem antecipar Alzheimer


Publicado em www.cienciahoje.pt 2013-03-12
Baixos níveis de AB42 no fluido cérebroespinal associados à formação de placas
Mesmo antes das primeiras falhas de memória e oscilações de humor, problemas de sono podem ser indicadores de Alzheimer, segundo sugere um estudo recentemente publicado na revista «JAMA Neurology».
A equipa de investigação do Departamento de Neurologia da Universidade de Washington, liderada por David Holtzman, considera que esta anomalia está associada a um depósito de amiloides em estado pré-clínico da doença. 
Para o estudo, o grupo de trabalho seguiu 145 voluntários, de meia-idade e mais velhos. No início da investigação não apresentavam qualquer problema cognitivo; mas, entre outros testes, foi-lhes pedido que realizassem um diário com padrões de sonho, durante duas semanas, enquanto a atividade noturna dos participantes era monitorizada.


Em concomitância, a equipa analisou o líquido cefalorraquidiano dos indivíduos, procurando biomarcadores de Alzheimer incipiente, estudando especialmente os níveis de AB42, uma das proteínas precursoras das placas características desta doença – já que estudos percursos tinham mostrado que baixos níveis desta proteína no fluido cérebroespinal estão associados à formação de placas. 

No final, detetaram que 12 dos indivíduos tinham sinais pré-clínicos da doença neurodegenerativa. A equipa cruzou os dados com a informação sobre os sonos dos voluntários e observou que esta dozena tinha uma pior qualidade de sono, comparativamente aos restantes. 

No entanto, o artigo publicado que “não dormem menos horas”, mas “descansam mais mal e têm tendência para fazer sestas durante o dia”. Os cientistas consideram que existem vários mecanismos que poderiam explicar como os depósitos de amiloides levam à fragmentação do sono, destacando que a agregação de proteínas típica da doença pode interferir diretamente no funcionamento neuronal das áreas do cérebro implicadas no sono. 

Os autores concluem que esta relação poderá ajudar a desenvolver novas abordagens contra a doença.

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