quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O Cancro do Pâncreas

Germano de Sousa // Saúde e Medicina // Médicos
 
Apenas em cerca de 15% dos casos pode ser removido por cirurgia.
 
Em Portugal, o Cancro do Pâncreas é responsável por 4% das mortes. O cancro é um crescimento descontrolado de células anormais que formam tumores e invadem os tecidos, existindo a hipótese de se disseminarem por todo o corpo (metástases).
No que respeita aos tumores pancreáticos, 95% desenvolvem-se nos ductos pancreáticos, frequentemente a partir das células que expelem as enzimas, por sua vez excretadas pelo pâncreas exócrino. Os tumores pancreáticos endócrinos são detetados mais cedo que os exócrinos, uma vez que podem produzir sintomas causados pela excreção de quantidades excessivas de hormonas. Geralmente, os tumores endócrinos são mais raros e menos agressivos que os tumores exócrinos.
Causas e Sintomas
Os fatores de risco que podem estar na origem de desenvolvimento de Cancro do Pâncreas são a Pancreatite Crónica, exposição a algumas substâncias industriais e a possibilidade do indivíduo ser fumador.
Em 95% dos casos de pacientes com Cancro do Pâncreas, os cancros são adenocarcinomas, desenvolvendo-se assim nos tecidos exócrinos. O diagnóstico torna-se difícil, pois nos estádios iniciais existem sintomas comuns a outras doenças, como dor, náuseas, perda de apetite e, algumas vezes, icterícia. Como o Pâncreas é um órgão profundo, os tumores não são observados ao exame físico e, quando os sintomas ocorrem, já estão bastante desenvolvidos. Por esta razão, o Cancro do Pâncreas é a quarta causa mais comum de morte por cancro, principalmente porque em cerca de 90% dos casos já se disseminou para fora do órgão quando é diagnosticado.
Exames
Não existem exames laboratoriais específicos para a deteção precoce do Cancro do Pâncreas. O diagnóstico da doença é geralmente efetuado com o tumor já num estádio avançado, através de exames de imagem e biópsias. No entanto, existem alguns exames laboratoriais que podem apresentar resultados anormais e que podem despoletar a hipótese de presença da doença, mas que não são específicos para o seu diagnóstico, nomeadamente:
Amilase – A sua presença no sangue está em geral aumentada em doentes com Cancro do Pâncreas;
CA 19-9 - Marcador tumoral usado para detetar a presença de diversos tumores abdominais, em especial o Cancro do Pâncreas, embora um valor aumentado possa surgir em situações benignas;
CEA (antígeno carcinoembrionário) - Marcador tumoral útil para monitoração da doença;
Teste de Função Hepática - Grupo de exames utilizados para avaliar doentes com suspeita de doença hepática, incluindo a medição da dosagem de bilirrubina e enzimas hepáticas no sangue;
Outros exames como a gordura fecal, Tripsina, Tripsinogénio, Amilase e Lipase podem ser solicitados para avaliar a função do pâncreas e a necessidade de tratamento com enzimas pancreáticas.
Tratamento
Como o Cancro do Pâncreas, na maioria dos casos, está já num estádio avançado quando é diagnosticado, apenas em cerca de 15% dos casos pode ser removido por cirurgia. O procedimento mais utilizado pelos médicos passa por retirar parte do estômago, da vesícula, dos ductos cístico e biliar comum, da cabeça do pâncreas e do duodeno. Após a cirurgia, o doente realiza sessões de radioterapia e quimioterapia para retardar a evolução de tumores inoperáveis.
Por Germano de Sousa

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