Investigadores advertem que os suplementos vitamínicos à venda não têm este efeito
Publicado em www.cienciahoje.pt 2013-03-18
Ching-Shih Chen, professor na Universidade Estatal do Ohio |
Uma equipa de investigadores identificou uma propriedade anticancerígena na vitamina E. Já há muito se pensava que esta existia, mas encontrá-la não foi uma tarefa fácil. Muitos estudos com animais sugeriam que a vitamina E podia prevenir o cancro, mas os ensaios clínicos em humanos não mostraram esses benefícios.
Nesta nova investigação, os investigadores demonstram que nas células cancerosas da próstata uma forma de vitamina E inibe a ativação de uma enzima que é essencial para as células cancerosas sobreviverem. Com a perda dessa enzima – chamada Akt – a célula do tumor morre. A vitamina não tem efeitos negativos nas células normais.
“É a primeira demonstração de um mecanismo único que permite que a vitamina E tenha alguns benefícios em termos de prevenção e tratamento do cancro”, diz o autor principal do artigo Ching-Shih Chen, professor na Universidade Estatal do Ohio e investigador Ohio State’s Comprehensive Cancer Center. O estudo será publicado na edição de amanhã do «Science Signaling».
O cientista adverte que tomar suplementos vulgares de vitamina E não oferece quaisquer benefícios contra o cancro. Isto porque os suplementos encontrados no mercado são sintéticos a baseiam-se predominantemente numa forma da vitamina que não combate o cancro. Além disso, o corpo humano não consegue absorver as altas doses necessárias para o efeito anticancerígeno se fazer sentir.
“O nosso objetivo é desenvolver um comprimido seguro com a dose ideal para ser tomado diariamente como prevenção. Demora algum tempo a otimizar a formulação e a dose”, explica.
A vitamina E pode ocorrer em numerosas formas dependendo da sua estrutura química. A forma mais comum pertence a uma variedade chamada tocoferol. Neste estudo, os investigadores mostraram que, dos tocoferóis testados, a forma gama-tocoferol é a mais potente.
Através da manipulação da estrutura da molécula da vitamina descobriu-se que a eficácia do novo agente criado é 20 vezes mais elevada do que a própria vitamina. Em experiências realizadas com ratinhos, este agente reduziu o tamanho de tumores na próstata.
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