Implante experimental foi colocado em duas pessoas. Em três meses deverá começar a produzir insulina.
Há mais de uma década que se tenta usar células estaminais para tratar a diabetes |
O implante, chamado PEC-Direct, é produzido pela empresa Viacyte, de San Diego, na Califórnia e tem o tamanho de um cartão de crédito. No implante estão contidas as células estaminais que, já dentro do corpo, entram num processo de maturação que dura três meses, especializando-se para produzir a insulina. Estas células foram originadas a partir de um embrião nos primeiros estádios de desenvolvimento não aproveitado por uma mulher que fez fertilização in vitro.
Assim que os níveis de açúcar do corpo sobem, espera-se que as células do implante iniciem a produção da hormona para reduzir os níveis de glicose. Como as células implantadas não pertencem aos doentes, é necessário usar medicação para suprimir o sistema imunitário não deixando que o corpo ataque o implante.
“Se resultar, podemos chamar de ‘cura funcional’”, diz Paul Laikind, da Viacyte, citado pela New Scientist. “Não é uma verdadeira cura porque não resolve o problema auto-imune que causa a doença, mas estaríamos a substituir as células que estão em falta.”
Num ensaio feito previamente em 19 pessoas, a empresa provou que as células estaminais desenvolviam-se em ilhotas de Langerhans – o grupo de células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. No entanto, como eram poucas células, aquele ensaio não foi feito para tratar a diabetes.
O novo implante pode ser posto no antebraço. Como é poroso, permite que os vasos sanguíneos o penetrem, de modo a alcançar as células estaminais que podem ser alimentadas.
“Se este tratamento tiver sucesso, esta estratégia pode realmente alterar a forma como tratamos a diabetes do tipo 1 no futuro”, diz, por sua vez, Emily Burns da Diabetes UK, uma instituição dedicada à doença, citada também pela New Scientist. Até agora, o único tratamento equivalente passa pelo transplante de células do pâncreas de órgãos de dadores. A técnica resulta, mas é limitada ao número de dadores de órgãos.
Há 15 anos que se tenta usar células estaminais para tratar a doença, mas sem sucesso. Se este implante funcionar, deixa de haver um problema de stock com os órgãos. As células estaminais poderão ser multiplicadas para se produzir os implantes necessários.
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