quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Um terço das mortes por cancro deve-se a hábitos alimentares

Ná próxima terça feira, dia 16 de outubro, assinala-se o Dia Mundial da Alimentação, tendo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) escolhido para este ano como tema central "Cooperativas agrícolas - chave para alimentar o mundo" no sentido de realçar a importância das cooperativas agrícolas como um dos componentes da garantia da segurança alimentar e da redução da pobreza.
Nunca é de mais relembrar que a qualidade dos alimentos ingeridos constitui um dos factores ambientais de maior relevância na promoção e prevenção da saúde pública, exigindo que os mesmos sejam produzidos segundo os ritmos naturais, respeitando os tempos de crescimento, sem hormonas e antibióticos.
Também o preço dos alimentos, definido por múltiplos intervenientes no circuito que começa na produção e termina na aquisição pelos consumidores, tem levado a que populações mais desfavorecidas manifestem cada vez mais dificuldades em adquiri-los em quantidade e qualidade e, daí as carências nutricionais que não deixam de aumentar a nível global com reflexos no aumento da incidência de doenças, como o cancro.
Organizações como a União Humanitária de Doentes com Cancro tem alertado para o facto de um terço das mortes por cancro serem devidas a hábitos alimentares.
A estreita relação entre cancro e alimentação é salientada pela SAPO- Saúde no texto a seguir transcrito.
 
"No âmbito do Dia Mundial da Alimentação, a União Humanitária dos Doentes com Cancro alerta para a importância da alimentação na prevenção do cancro e na melhoria do prognóstico do doente oncológico.
“O cancro e a malnutrição são duas condições que estão frequentemente associadas, seja pelas alterações fisiológicas resultantes da doença, seja pelos efeitos colaterais do tratamento, como a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia, sendo fundamental realizar uma adequada intervenção nutricional. Fator que deve ser encarado como um complemento fundamental ao tratamento”, explica Cláudia Costa da União Humanitária dos Doentes com Cancro.
Uma alimentação correta pode prevenir o desenvolvimento de certos tipos de cancro e aumentar a capacidade de resposta do organismo e contribuir para a evolução positiva da doença, após diagnóstico. “É, pois, fundamental um estado nutricional adequado que ajude a prevenir complicações e outras doenças, a otimizar a qualidade de vida do doente nos vários estádios da doença, a aumentar a resposta e tolerância aos tratamentos e a obter alta hospitalar mais cedo. Verifica-se que, na maior parte dos casos, as necessidades nutricionais dos doentes oncológicos são superiores às da população em geral”, continua a especialista.
Dados mostram que a desnutrição afeta 40 a 80% dos doentes oncológicos e que a maioria dos familiares e amigos, destes pacientes, não sabem como lidar com o problema, apesar de reconhecerem que as carências alimentares, decorrentes do cancro, são graves ou muito graves.
Começam também a existir evidências e estudos que relacionam uma nutrição adequada e equilibrada por suplementos nutricionais ao atraso do desenvolvimento do cancro.
Os hábitos alimentares incorretos são responsáveis por uma em cada três mortes por cancro. “É essencial a ingestão de fruta e vegetais frescos e cereais ricos em fibras; evitar o excesso de peso, praticar exercício físico e consumir poucos alimentos ricos em gorduras”, aconselha a especialista.
De acordo com o relatório ‘Food, Nutrition and Prevention of Cancer - A Global Perspetive’ é possível identificar alimentos ou nutrientes que podem favorecer o desenvolvimento do cancro ou travar a sua evolução. Os legumes, a fruta e os alimentos ricos em fibras são dos alimentos que mais contribuem para prevenir alguns tipos de cancro, como o cancro da boca e garganta, esófago, estômago, cólon e reto, pâncreas, fígado, pulmões, mama, ovários, próstata, bexiga, útero e rins."

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