terça-feira, 20 de março de 2012

Melanoma ocular

Hoje, primeiro dia da primavera, na secção de Saúde do motor de busca sapo aparece em destaque um excelente artigo de opinião do médico oftalmologista do British Hospital Lisboa XXI, Nuno Campos, sobre um dos tumores malignos mais perigosos passíveis de afetar o globo ocular.
Conforme referido pelo médico "Trata-se de um tipo de neoplasia agressiva e potencialmente fatal que se desenvolve nos melanócitos, as células responsáveis pela produção de um pigmento normal, a melanina.
Este pigmento encontra-se presente, entre outras áreas do corpo, na íris, no corpo ciliar (um tecido responsável pela produção de humor aquoso) e na caróide (a camada intermédia
entre a retina e a esclera). O melanoma ocular é maligno e pode estender-se a outras partes do corpo (metastização).
Esta é uma situação que costuma ocorrer em metade dos casos. De acordo com a Ocular Melanoma Foundation, cerca de 50% dos casos de melanoma ocular registam a propagação de células malignas a outras partes do corpo. Ainda não há certezas absolutas sobre as causas deste
tipo de tumor, mais prevalente entre pessoas de pele clara e olhos azuis.
Sabe-se, contudo, que a doença surge quando ocorrem erros ao nível do ADN das células que fazem com que estas se multipliquem e cresçam descontroladamente. O melanoma ocular é também mais comum em indivíduos afetados pela síndrome do nervo displásico, caracterizada pelo aparecimento de muitas dezenas de sinais no corpo, de tamanho e forma anormais.

O melanoma ocular pode desenvolver-se sem provocar sintomas. Ainda assim, é possível que surjam sinais de alarme como o aparecimento de uma mancha escura na íris ou na esclera, a sensação de flashes anormais, mudanças na forma da pupila, alterações na visão ou mesmo a sua perda. Caso ocorram, é essencial procurar o médico oftalmologista com a maior brevidade possível.
O tratamento irá depender de fatores como a dimensão do tumor, a sua localização e o estado de saúde do doente. Entre os tratamentos disponíveis encontram-se vários tipos de cirurgia, que permitem remover a parte afetada (como a iridectomia, que visa a remoção de parte da íris) ou, se necessário, todo o globo ocular. Outra solução passa pelo recurso a técnicas de radioterapia (como a braquiterapia ou a teleterapia) que são usadas nos casos de melanoma ocular de pequena e média dimensão e que permitem, através de radiação, destruir as células cancerosas.
Existem também tratamentos laser, como a termoterapia transpupilar, em que se aplica calor marcado e localizado no pigmento da retina e coróide. Nos casos de melanomas oculares de pequena dimensão também se recorre, embora mais raramente, à crioterapia (tratamento à base de frio).

Não é certo que possa ser prevenido. Há teorias que defendem que pode ser provocado pela exposição solar excessiva, mas ainda não existem estudos que comprovem uma relação direta entre os dois fatores.
De qualquer forma, a utilização de óculos de sol e a exposição solar apenas nas horas em que
a ação dos raios ultravioletas não é tão nefasta (até às 11 horas e a partir das 17h) são medidas benéficas. Deve, por isso, evitar expor-se ao sol nesse período.
Aconselha-se principalmente a realização de consultas anuais de oftalmologia, para despiste dos casos assintomáticos, um cuidado especialmente recomendado a quem tem olhos e pele clara e sofre da síndrome do nevo displásico.

O melanoma ocular pode provocar glaucoma (aumento da pressão intraocular), perda de visão total ou parcial e descolamento da retina. Pode ainda espalhar-se a outras partes do corpo, nomeadamente fígado, pulmões e ossos, podendo ser potencialmente fatal".

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