domingo, 18 de março de 2012


Escaravelhos ameaçam três centenas de palmeiras no Jardim Botânico de Lisboa

O escaravelho vermelho, proveniente da Ásia, após ter dizimado centenas de palmeiras no Algarve chegou a Lisboa onde até agora já infectou centenas delas, das quais várias foram abatidas. Os escaravelhos põem em risco, assim, todas as palmeiras no Jardim Botânico que não possui dinheiro para o seu tratamento permanente.

O Rhynchophorus ferrugineus, vulgarmente denominado por escaravelho vermelho, é proveniente da Ásia e, ao longo do tempo, tem vindo a propagar-se nos países do Mediterrâneo, e a alastrar-se para outros, tal como Portugal, infiltrando-se primeiro no Algarve e acabando no resto do país. Este insecto propaga-se mais facilmente nos países com um clima temperado/tropical, por favorecer a sua mobilidade, ou seja, neste clima o insecto consegue desenvolver-se mais rapidamente e voar de palmeira em palmeira, o que não é possível durante o inverno, uma vez que o frio inibe a sua mobilidade e crescimento.
As palmeiras mais afectadas  pertencem à família Arecacea em particular a Palmeira-das-Canárias, a Palmeira-Tamareira e ainda a Palmeira-de-Leque, embora a propagação do escaravelho nesta última seja bastante menor.
Ao alcançar a palmeira, o insecto põe ovos que mais tarde se desenvolverão na copa e no interior da planta, alimentando-se da mesma, o que poderá levar à sua morte.
A presença de escaravelhos numa palmeira é evidenciada pela presença de:
- Folhas desprendidas da copa e caídas no chão;
- Orifícios e galerias na base das folhas, podendo conter larvas e casulos;
- Copa desguarnecida no topo ou com um aspecto achatado pelo descaimento das folhas centrais, que amarelecem e secam;
- Folíolos de folhas novas seccionadas em ângulo ou com as pontas truncadas a direito;
- Fibras cortadas, húmidas com um cheiro fétido.
O Jardim Botânico de Lisboa teme que muitas das suas palmeiras estejam infectadas, podendo não ter recursos para verificar todas as palmeiras. Para além deste tratamento ser caro, requer muito tempo pois é difícil analisar todas as palmeiras, agravando-se pelo facto de, numa primeira fase da infecção, não se conseguir verificar a olho nú se a palmeira está ou não infectada. Mesmo assim, após a confirmação da infecção, o tratamento poderá não resultar, já que os insectos se encontram no interior da planta que lhe fornece protecção contra os insecticidas, o que acaba por contribuir para a propagação do escaravelho vermelho e a sucessiva morte das palmeiras.

Fontes das imagens:
Isa Fernandes e Jan Hofman, alunos do 11ºB

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