Dia Mundial do Não
Fumador 2018
Dia 17 de novembro
Não nascemos para ser escravos…
Porque o amanhã começa hoje,
qualquer momento é o momento certo para parar, refletir e debater sobre a
questão do tabagismo e a dependência
física e psicológica que o caracteriza.
Para adolescentes ávidos de novas
descobertas e sensações, desejosos de integrar grupos de pertença e com eles se
identificar na definição e partilha de valores e comportamentos, coloca-se o
dilema de decidir se enveredam ou não pelos domínios do tabagismo.
Para aqueles que em certo momento
se deixaram enredar pelo canto da sereia, optando pela “opressão do tabagismo”, cabe-lhes a decisão de continuar a deixar-se ir com a corrente ou trilhar o caminho das pedras, encarar o
problema porque de um problema grave se trata, que mexe com a sua saúde e dos
que lhe são próximos. É bom que estejamos todos cientes que o tabagismo não é
apenas um problema de saúde individual mas também familiar e comunitária.
Numa sociedade que se quer
formada por homens e mulheres livres, convictos que o livre arbítrio é uma
marca, um selo identitário do ser-se humanidade, é fundamental interiorizar o
princípio de que a liberdade de cada um
começa onde acaba a liberdade do outro. É este princípio fundador e
estruturante de uma sociedade aberta, diversa, aceitadora e integradora da
diferença, que nos impedirá de formular juízos de valor precipitados, quase
sempre parciais, relativamente a comportamentos, como aqueles em que o tabagismo
se enquadra.
A luta contra o tabagismo tem que
ser travada de um modo inteligente ou não tivéssemos pela frente um inimigo
responsável pela morte de mais 100
milhões de pessoas em todo o mundo no século passado. É já consensual que o tabagismo, ou hábito de fumar, é a principal causa evitável de doença,
incapacidade e morte nos países desenvolvidos.
Não se mudam comportamentos por
decreto e proibições sem nexo. O combate
ao tabagismo baseado em campanhas de sensibilização relativamente aos
malefícios decorrentes do consumo de produtos tabágicos, na criação de
dificuldades à sua aquisição pelos mais jovens e a interdição do seu consumo no
interior das instituições públicas e noutros espaços onde a liberdade de fumar
colida com a liberdade de não estar exposto ao fumo, tem feito caminho nas últimas décadas.
Em Portugal, cuja prevalência do consumo de tabaco foi de 20% das pessoas com mais de 15
anos no ano de 2014, tem-se assistido a
uma certa estabilização dos hábitos tabágicos e mesmo diminuição dos números
relativamente aos homens que, no entanto, não
se constata nas mulheres, grupo em que a tendência é para o aumento do consumo.
Desiluda-se quem pensar que o
combate ao tabagismo é uma guerra temporária com vitórias retumbantes, e que o
empenhamento e a boa vontade de uns tantos ou mesmo de muitos, assegurarão o
êxito desta empreitada. Tal como na parábola do filho pródigo que à casa
paterna torna, as alegrias deste combate avaliam-se por cada homem e cada
mulher que, por si próprios, numa luta renhida, sofrida, perdida e retomada,
por vezes, também com a ajuda preciosa da comunidade, tenha conseguido
desembaraçar-se da intrincada teia de dependências físicas e psicológicas
criadas pelo tabagismo.
Equipa EPS do AEJD e GR 520
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