Terapia genética aplicada no estudo poderá ser no futuro, acreditam os cientistas, utilizada em humanos
Publicado em www.cienciahoje.pt
2013-02-10
Grupo da Universidade Autónoma de Barcelona liderado por Fàtima Bosh. |
Investigadores da Universidade Autónoma de Barcelona,
dirigidos por Fàtima Bosh, conseguiram curar a diabetes em cães com só um
tratamento de terapia genética. O estudo, publicado na revista «Diabetes»,
refere que depois de um só tratamento, os animais recuperaram o seu estado de
saúde, deixando de ter sintomas da doença.
O acompanhamento foi realizado ao longo de mais quatro anos
e em nenhum dos casos, a enfermidade voltou a aparecer. “A terapia é muito
pouco invasiva. Consiste em uma só sessão de diversas injeções nas patas
traseiras do animal”, explicam os investigadores.
Com as injeções são introduzidos vetores de terapia genética
com um duplo objetivo: a expressão genética da insulina e da glicoquinase. Esta
última é uma enzima que atua como regulador da captação da glicose do sangue.
Quando ambos os genes atuam simultaneamente funcionam como um “sensor de
glicose”, conseguindo a regulação automática da captação da glicose e reduzindo
assim a hiperglicemia (excesso de açúcar associado à doença).
“O estudo é a primeira demonstração de cura da diabetes a
longo prazo num modelo animal grande, através da terapia genética”, sublinha
Bosh. Este tipo de tratamento já tinha sido testado em ratinhos pelo mesmo
grupo de investigadores. Mas os “excelentes resultados” obtidos agora com
animais maiores podem ser uma base para futuras aplicações em humanos.
O estudo disponibiliza bastantes dados que certificam a
segurança e a eficácia do tratamento com esta terapia genética. Esta baseia-se
na transferência de dois genes para o músculo de animais adultos utilizando uma
nova geração de vetores adenoassociados, que derivam de um vírus não
patogénicos amplamente utilizados em terapia genética e que já demonstraram
eficiência no tratamento de outras doenças.
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