quinta-feira, 3 de março de 2011

Os cristais gigantes das Grutas de Naica - México

Desde tempos imemoriais que o homem tem sentido um extraordinário fascínio pelos cristais.
Símbolos de perfeição e pureza, de uma superior organização da matéria, irradiadores de energia, imagens do absoluto e do transcendental, portais de comunicação para outras supostas dimensões, os cristais, tal como nós, já vêm inscritos e implícitos no parto da Terra ocorrido há mais de 4 600 milhões de anos.

No Mundo Antigo cabia aos xamâs, sacerdotes e iniciados a sua manipulação na procura do equilíbrio físico, biológico e espiritual do homem. Era tal a sua importância que da pessoa boa se dizia ter sido talhada do mais puro cristal.
De uma massa em fusão, não denotando qualquer ordem, cresceram e diferenciaram-se numa multiplicidade de classes, fruto das combinações dos elementos de simetria (plano de simetria, eixo de simetria e centro de simetria) entrados num jogo onde a temperatura e a pressão são reis e senhores.

Esta dissertação sobre os cristais vem a propósito da existência de cristais gigantescos de selenite (gesso), com um metro de diâmetro e quinze metros de comprimento encontrados nas Grutas de Naica no México. A ocorrência desta floresta de cristais, constitui algo que nem os portadores da mais fértil imaginação ousariam sonhar. É de ficar boquiaberto perante tamanha explosão de poder e beleza emanadas do interior da Terra.

Ao que tudo indica a formação destes cristais gigantes resulta de a temperatura da solução da qual surgiram se ter mantido estável durante muito tempo.
O sulfato de cálcio hidratado originado por actividade vucânica, transforma-se em anidrite, por perda de água, na sequência da injecção de fluidos quentes nas cavidades das rochas. O posterior arrefecimento da camada profunda de magma sob a montanha de Naica, permitiu a conversão da anidrite em gesso, por diminuição da temperatura dos fluidos.
A manutenção de temperaturas a pouco menos de 58ºC durante centenas de milhares de anos, terá criado as condições ideais para a criação destas gigantescas maravilhas da natureza.

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