domingo, 13 de março de 2011

Nos limites do inimaginável

Num texto recentemente publicado, resultante de uma pesquisa em que esteve envolvido com a sua equipa, o cientista Brian Schubert, do Departamento de Estudos Geológicos da Universidade do Estado de Nova York, refere que em Death Valley e Saline Valley, na Califórnia, têm sobrevivido, desde há 34 mil anos, estranhos ecossistemas de bactérias devoradoras de sal em fluidos no interior de minerais de halite ( formado por cristais de cloreto de sódio). Segundo ele, estas bactérias estavam vivas, apesar de não se reproduzirem nem movimentarem. O estado vegetativo das bactérias terá sido assegurado pela alga unicelular Dunaliella salina, presente em muitos sistemas salinos, da qual recebiam glícidos e outros nutrientes, sendo esta fonte de alimento responsável pela sua sobrevivência durante milhares de anos.
A insólita sobrevivência das bactérias terá também beneficiado do facto de o rápido crescimento dos cristais de halite ter possibilitado o envolvimento dos fluidos em que aquelas se encontravam no interior dos cristais, por pequenas bolhas de ar.
Schubert refere que conseguiu fazer com que os organismos voltassem a crescer outra vez, resultado também obtido em testes posteriores em laboratório. Indica que as bactérias demoraram cerca de dois meses e meio a "despertar" do estado de letargia em que se encontravam, tendo então começado a proliferar em cinco dos 900 cristais analisados pela sua equipa.
O facto de terem conseguido que as bactérias se reproduzissem, outra vez, ao fim de milhares de anos é um feito a todos os títulos notável.

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