segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Duas novas espécies animais descobertas na Mata do Buçaco

Artigo publicado pelo jornal Público em 19/09/2013
Uma equipa da Universidade de Aveiro descobriu o morcego-de-ferradura-mediterrânico e o musaranho-de-água nesta mata.
 
O morcego-de-ferradura-mediterrânico está criticamente em perigo

O musaranho-de-água é uma espécie pouco conhecida
Duas novas espécies animais, um morcego e um pequeno mamífero, foram descobertas, nas últimas semanas, na Mata do Buçaco, por investigadores da Universidade de Aveiro (UA), informou nesta quinta-feira a fundação que gere aquele espaço natural.
 
De acordo com uma nota da Fundação Mata do Bussaco (FMB), os investigadores do departamento de Biologia da UA registaram “pela primeira vez” a presença do morcego-de-ferradura-mediterrânico, uma espécie em vias de extinção, e ainda o musaranho-de-água, “um mamífero sobre o qual existe muito pouca informação”.
 
O morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale) está classificado no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal como “criticamente em perigo” e a mesma obra “atesta a raridade da espécie”, indicando, de acordo com a nota da FMB, que no território continental deverão existir menos de mil exemplares.
 
“Este morcego é maioritariamente cavernícola, podendo, no entanto, também abrigar-se em edifício. Alimenta-se em áreas de floresta de folhosas e autóctone, motivo que o terá atraído à Mata do Buçaco”, refere.
 
Com a confirmação da existência do morcego-de-ferradura-mediterrânico, o número de espécies de morcegos naquela mata nacional atinge as 15, “número bastante impressionante, atendendo a que em Portugal continental ocorrem 25 espécies”, assinala a Fundação.
 
Já o musaranho-de-água (Neomys anomalus), um pequeno mamífero semelhante a um roedor, com pelagem escura e ventre branco, é uma espécie “muito pouco conhecida” e “muito tímida”, cujo estatuto de conservação em Portugal aponta para “informação insuficiente”, por ser de difícil observação e captura “e assim existir muito pouca informação sobre a sua abundância e requisitos ecológicos”, adianta a nota.
 
“Estas duas descobertas vêm mais uma vez demonstrar o oásis de biodiversidade que é a Mata Nacional do Buçaco”, refere a Fundação, aludindo ao espaço natural que se estende por 105 hectares e providencia alimento, abrigo e refúgio para mais de 150 espécies de vertebrados.

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