sexta-feira, 19 de julho de 2019

O nascimento e evolução da Lua

National Geografic

Reconstituição das diversas fases formativas do sistema Terra-Lua, segundo a hipótese do impacte gigante: 1. O grande impacte. A Terra primitiva partilhava a sua órbita com o protoplaneta Tea, que foi aumentando de tamanho. Com a agregação de materiais devido à gravidade, a sua posição tornou-se cada vez mais instável até colidir com a Terra. 2. Anel de escombros. A matéria ejectada por esta colisão, formada sobretudo por materiais mais leves, produziu um anel de escombros que orbitava o novo planeta. Os materiais mais pesados, como o ferro, ficaram presos na Terra recém-formada. 3. Condensação. Com o tempo e devido à acção da gravidade, o anel circumplanetário de escombros começou a desfazer-se em alguns corpos que, por fim, se condensaram numa única grande massa que deu lugar à Lua.

De objecto de adoração a troféu cobiçado pelas superpotências e a alvo da curiosidade da comunidade científica, a omnipresente parceira da Terra no Sistema Solar continua a atrair o nosso olhar.
A hipótese mais consensual sobre a formação da Lua foi a do “impacte gigante”, segundo a qual o nosso satélite terá resultado dos restos de uma colisão do protoplaneta Terra com um hipotético planeta, baptizado com o nome de Tea, há 4.500 milhões de anos, durante as fases iniciais da formação do Sistema Solar. A Terra actual resulta assim da mistura de dois corpos e a Lua teria surgido dos materiais projectados pelo embate.
Um incidente desta natureza coincide com os modelos informáticos de formação de sistemas planetários, que prevêem colisões planetárias catastróficas e frequentes em momentos iniciais da formação de um planeta.
As rochas lunares e terrestres apresentam proporções idênticas de isótopos químicos, o que revela uma origem comum. Apesar disso, a Lua tem menor densidade do que a Terra e possui uma quantidade muito reduzida de ferro no seu núcleo. Caso se tivessem formado juntas, uma em redor da outra, ambas teriam proporções semelhantes de ferro. De acordo com outra corrente, o núcleo de ferro de Tea fundiu-se com o do protoplaneta Terra, retendo a maior parte dos elementos densos e deixando uma quantidade residual na Lua.
Até adquirir a sua configuração actual, a Lua teve de passar por etapas sucessivas. As suas crateras e mares narram a história violenta de um astro aparentemente tranquilo.
A riqueza da paisagem lunar é complementada por uma orografia surpreendente, composta por amplos vales de origem vulcânica e por montanhas e cordilheiras formadas pelos impactes.
Não há só crateras e mares na Lua: existem também vales e montanhas, embora com uma formação e aspecto diferentes dos seus equivalentes terrestres. Neste sentido, os vales lunares remontam ao passado vulcânico do satélite, quando os fluxos de lava arrefeceram e se contraíram. Têm um aspecto muito distinto do dos vales terrestres e, embora abundem por toda a superfície lunar, encontram-se facilmente nas margens dos mares.
Fotografias: NASA/Centro de Voo Espacial Goddard/Universidade Estadual do Arizona (Cratera Chaplygin, Cratera da Bacia Aitken, Cratera Giordano Bruno e Cratera Tycho); Istock/Helen Field (A Terra e a Lua). Infografias: Mark Garlick / Age Fotostock (Formação e Evolução da Lua); Fontes: NASA, ESA, União Astronómica Internacional (UAI). Revisão: Luís Tirapicos.



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