domingo, 6 de setembro de 2009

Uma ajuda no combate ao aquecimento global

É por demais sabido que caminhamos a passos largos para o desastre, para o desabar de um modo de vida que começámos a construir nos idos de oitocentos, em consequência do aparecimento e desenvolvimento galopante da Revolução Industrial. A utilização do carvão e mais tarde do petróleo e do gás natural,capital energético acumulado neste planeta ao longo de milhões de anos, proporcionaram-nos, através do desenvolvimento da ciência e da tecnologia, as condições para a criação da sociedade que hoje conhecemos,sem que, durante muito tempo, o comum dos cidadãos se apercebesse da progressiva degradação do ambiente.
O consumo desenfreado dos combustíveis fósseis e dos diversos recursos com que o planeta nos presenteou foi animando a fúria consumista e hedonista do homem moderno, convencido de que o festim trazia consigo a marca da eternidade. Contudo, mais cedo que tarde, a factura está sendo apresentada, através da intensificação do efeito de estufa e, consequentemente, do aquecimento global, das mudanças climáticas, do aumento da desertificação, do buraco do ozono e do degelo das calotes polares, da contaminação das águas superficiais e subterrâneas, do ritmo exponencial de extinção de espécies, do envenenamento do mar transformado numa cloaca gigantesca, num nunca mais acabar de resgulação dos processos responsáveis pelo desencadear e manutenção da vida na Terra. Geia, mãe criadora do planeta, a Terra-Mãe, está cada vez mais incomodada, talvez mesmo enraivecida com o comportamento deste elemento que, provavelmente num momento de descuido, permitiu que aparecesse, se multiplicasse e a enchesse numa escala que se está a tornar incomportável.
Perante a hecatombe que se anuncia já não é possível adiar a procura e a implementação de soluções que passem não só por uma mais eficiente utilização dos recursos energéticos não renováveis, a par da redução do seu consumo, mas pela intensificação da utilização e melhoramento da rentabilidade das energias alternativas renováveis conhecidas e, se possível, dentro do seu âmbito, por novas formas de produção energética.
A imprensa tem feito eco de algo que neste domínio está sendo desenvolvido em Israel. A empresa israelita Innowattech está envolvida num projecto tecnológico que permite captar a energia mecânica do movimento e transformá-la em electricidade. Para isso são utilizados os chamados geradores piezoeléctricos, colocados sob o asfalto das vias rodoviárias, particularmente das auto-estradas, por baixo dos carris dos caminhos de ferro, dos passeios pedonais, das pistas dos aeroportos e das discotecas e mesmo por baixo das bancadas dos estádios de futebol, enfim, em todos os locais de tráfego/movimento intenso de veículos e pessoas.
O sistema aproveita o bulício, o corre-corre das modernas sociedades para produzir a energia que permita a manutenção desse mesmo bulício, sem que a sua instalação acarrete qualquer impacto ambiental ou afecte a eficiência de automóveis, comboios e aviões.
Não se coloca qualquer problema ao armazenamento da energia produzida nos geradores, pois os acumuladores poderão ser colocados ao longo das vias ou nos outros locais de produção. Esta energia poderá ser utlizada localmente e/ou ser introduzida na rede eléctrica geral. Com a futura expansão dos carros eléctricos possibilitará a recarga das suas baterias.
Poderão não estar longe os tempos em que os adeptos do SLB, do FCP ou do SCP vejam as bancadas dos seus estádios iluminados com a energia proveniente dos seus entusiasmados saltos.
Segundo os promotores do projecto as vantagens desta nova forma de energia renovável em relação às energias renováveis mais utilizadas (solar e eólica) decorrem do facto de não estar dependente de factores como o clima (nebulosidade, vento), alternância dia/noite que afectam a produção daquelas energias.
Esperemos que este e outros projectos permitam retardar o ritmo da corrida da humanidade para o abismo , se não mesmo, começar a inverter o seu sentido, a bem do nosso futuro e da nossa permanência nesta Geia ou Gaia, que é a única casa segura de que dispomos.

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