domingo, 28 de setembro de 2008

A propósito do Dia Nacional da Contracepção

"Quem anda à chuva molha-se", "Quem muito anda muito apanha", "Tantas vezes o cântaro vai à fonte que um dia quebra-se", são ditos populares que vêm a propósito do Dia Nacional da Contracepção, comemorado na sexta-feira, dia 26 de Setembro.
Claro que o "molhar-se" direccionando-se, em primeira mão, para o problema da gravidez não planeada, aponta, igualmente, e com não menos premência, para o problema da protecção contra as doenças sexualmente transmissíveis, as famosas DSTs.
Para os jovens, a quem esta pequena nota se dirige em primeira mão, a eficácia da contracepção associa-se, qual reflexo condicionado, à pílula e/ou preservativo, e quanto a este, à sua versão masculina, que a feminina, por razões várias, ainda não conseguiu entrar nas rotinas de alcova.
Tem-se tornado comum a utilização de lubrificantes associada ao uso do preservativo, com vista a uma maior suavidade das fricções entre a mucosa e o preservativo. No entanto, não é qualquer lubrificante que pode ser utilizado, pois, como tudo na vida, nem sempre o que à primeira vista nos parece facilitador e positivo o é verdadeiramente.
Testes laboratoriais realizados com o objectivo de testar a compatibilidade entre preservativos e lubrificantes parecem indicar que, se a generalidade dos geles lubrificantes à base de água não diminuem a resistência do látex dos preservativos, o mesmo não acontece, contudo, com produtos como a vaselina, leite hidratante e outros óleos ou cremes, utilizados frequentemente como lubrificantes, neste caso, lubrificantes oleosos. Esta prática deve ser posta de parte, pois há forte indícios de que os lubrificantes que contêm gorduras na sua composição parecem reduzir grandemente a resistência do látex e, por consequência, potenciar o risco de ruptura do preservativo.
O uso dos lubrificantes não se cinge apenas ao contexto descrito, sendo aconselhado, mesmo nas relações sexuais sem protecção, caso se verifique a redução ou ausência de secreções vaginais. Esta situação que pode perturbar gravemente o relacionamento do casal, é mais frequente do que comumente se pensa, pois longe de estar associada exclusivamente à menopausa, a insuficiência de lubrificação natural decorre de situações de stress, de toma de antidepressivos, de consumo de drogas como a cannabis e de relações violentas ou de ausência de preliminares.
Fernando Ribeiro

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