terça-feira, 7 de outubro de 2014

Nobel da Física de 2014 atribuído pela invenção das lâmpadas LED

O prémio Nobel da Física de 2014 foi para três japoneses pela invenção de emissores eficientes de luz azul – que conhecemos como lâmpadas LED –, anunciou esta terça-feira de manhã a Real Academia Sueca das Ciências, em Estocolmo. Os três premiados são Isamu Akasaki e Hiroshi Amano, que trabalham na Universidade de Nagóia, no Japão, e Shuji Nakamura, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, nos Estados Unidos.
 
Texto de Teresa Firmino publicado pelo jornal Público em 07/10/2014.
Emissão eficiente de luz azul é o avanço científico premiado deste ano.
 
Mais do que uma descoberta, o galardão deste ano distingue uma invenção: o díodo emissor de luz azul, também conhecido pela sigla em inglês LED (“light-emitting diode”). Nas palavras da academia sueca, esta invenção permitiu criar “fontes intensas de luz branca e que poupam energia”. Um quarto do consumo de energia no mundo destina-se a iluminação, pelo que as lâmpadas LED vieram contribuir para salvaguardar os recursos do planeta.
 
Ao combinarmos fontes de luz vermelha, verde e azul, podemos obter uma luz branca – algo que o físico Albert Einstein já tinha demonstrado. Os díodos vermelhos e verdes – ou seja, a produção de raios intensos de luz vermelha e verde utilizando componentes electrónicos – já existiam muito antes da invenção agora premiada. Mas sem a produção de raios intensos de luz azul não era possível ter fontes igualmente intensas de luz branca, explica um comunicado de imprensa da Real Academia Sueca das Ciências. No início da década de 1990, os três galardoados conseguiram esse feito e agora, além do valor simbólico do Nobel, vão partilhar os seus oito milhões de coroas suecas (883 mil euros).
 
“Utilizando os LED azuis, pode criar-se luz branca de uma nova maneira. Com o advento das lâmpadas LED, temos agora alternativas mais duradouras e eficientes para as fontes de luz antigas”, lê-se ainda no comunicado. “As lâmpadas incandescentes iluminaram o século XX; o século XXI será iluminado pelas lâmpadas LED.”
 
Um dos premiados, Shuji Nakamura, foi acordado às três da manhã, para que a academia sueca lhe pudesse dar a notícia. Ao telefone, pouco depois do anúncio do Nobel da Física deste ano, o cientista contou o que sentiu ao ser acordado com essa mensagem: “É inacreditável. Sim, sim, inacreditável.”
 
Também o secretário permanente da academia sueca, Staffan Normark, contou durante o anúncio do galardão o gozo que dá acordar alguém dessa maneira. Neste caso, os membros da academia só conseguiram contactar, além de Shuji Nakamura, Isamu Akasaki. “Não estavam à espera dia e noite desta chamada telefónica. É uma experiência fantástica para nós sermos os primeiros a felicitá-los.”

Sem comentários: