
A transcrição deste artigo neste blogue advém do facto de constituir um importante material de aprofundamento de conhecimentos para os alunos de Biologia e Geologia da nossa escola.

Para encontrarmos uma perspetiva capaz de dar luz a este fenómeno, precisamos mergulhar no granito da Castanheira e acompanhar a sua evolução. No momento em que se formou esta rocha magmática, outras rochas preexistentes, tendo sido esta a causa provável da génese das formações nodulosas de predominância biotítica. Há cerca de 320 milhões de anos e à medida que o magma arrefecia, poderosas pressões exerceram-se sobre o granito e, consequentemente, sobre os encraves, determinando assim o seu atual achatamento.
Entretanto, as massas graníticas que afloraram à superfície do solo vão, por ação da meteorização mecânica, nos nossos dias, desagregando-se e libertando os referidos encraves. A pedra racha e parte – porque tem uma foliação bem marcada – e nessa altura o nódulo de biotite sai. O que se passa neste caso é uma ação conjunta da meteorização pela ação do gelo (gelivação), e pela ação do calor (crioclastia/termoclastia).
A termoclastia constitui um tipo de agente de meteorização, provocada pela variabilidade da temperatura na superfície dos materiais rochosos, provocando uma variação no volume. Os encraves dilatam-se, como reação a temperaturas elevadas, e contraem-se por reacção ao arrefecimento. Como as rochas são em geral agregados poliminerálicos, e devido ao facto de cada mineral apresentar diferentes valores de coeficiente de dilatação, surgem diferentes velocidades de expansão e contração. As partes mais externas das rochas, sujeitas a fortes amplitudes térmicas diurnas vão-se fraturando.
A desagregação pela gelivação é das mais eficazes em termos de fracturação, embora seja um mecanismo de carácter sazonal e que ocorre, predominantemente, em zonas de alta montanha. Este agente, contribui ativamente para o “parir” do nódulo de biotite. A água contida nas fraturas, quando a temperatura é menor que 0ºC, começa a gelar na parte mais superficial. À medida que a temperatura exterior baixa, as cunhas de gelo vão crescendo no interior das fraturas. A água ao congelar, aumenta de volume (cerca de 10%), exercendo consequentemente, uma grande pressão, no interior dessas fraturas, provocando o seu alargamento e prolongamento. Logo, promove a desagregação das rochas, e o consequente “parir” do encrave biotítico.
As Pedras Parideiras, paulatinamente afloram à superfície da rocha, desprendem-se e vão-se acumulando no solo. Por isso, os camponeses da região chamam à rocha "a pedra que pare pedra", isto é, a rocha que produz uma outra rocha. Urge ainda atentar à preservação deste pecúlio, pois o vandalismo e usurpação indiscriminada dos nódulos em nada engrandece o património que é de todos".
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