domingo, 1 de dezembro de 2013

Os desafios atuais

Texto publicado na rubrica Saúde da Sapo

Para se chegar a esta fase no tratamento da infeção pelo VIH, «muitos passos foram dados desde o aparecimento da terapia combinada», ressalva.
 
«Ao longo dos últimos anos, desenvolveram-se novos fármacos, mais potentes e menos tóxicos que permitiram reduzir o número de comprimidos administrados e assim facilitar aos doentes o cumprimento rigoroso do tratamento». Ainda assim, «reduzir o nível de toxicidade dos medicamentos» continua a ser uma preocupação fundamental para os investigadores.
  
«Estamos a trabalhar para desenvolver novos fármacos menos tóxicos, para diminuir os efeitos secundários que afetam os doentes», conta Ricardo Camacho.
 
Segundo o investigador, «há medicamentos que provocam, por exemplo, o aumento dos níveis de colesterol e interferem na função cardiovascular, outros que afetam a função renal, provocando deficiências nos rins e outros que são tóxicos para o fígado e podem significar alguma degradação da função hepática».
 
Retardar o envelhecimento precoce que decorre da infeção pelo VIH é outro objetivo, pois «o indivíduo infetado, mesmo tratado com a terapêutica correta, envelhece mais rapidamente do que um indivíduo não infetado».
 
O futuro no combate ao VIH
A personalização da terapêutica é o próximo passo a dar. «A terapêutica é definida de acordo com o estado clínico de cada paciente, mas no futuro, acredito que as medicações sejam cada vez mais individualizadas», afirma Ricardo Camacho.
 
«Já há testes laboratoriais que permitem dizer se um medicamento vai ser tóxico ou não, de acordo com o genoma do doente, ou se vai ser eficaz, de acordo com o genoma do vírus, e brevemente, vão chegar novas tecnologias que permitem uma análise ainda mais pormenorizada que nos vai permitir determinar uma terapêutica quase ideal para o doente», conclui o especialista.


Texto: Sofia Cardoso com Ricardo Camacho (responsável pelo Laboratório de Biologia Molecular no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental)

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