O nosso satélite natural vai aproximar-se bastante da Terra, na fase de Lua Cheia.
Na próxima segunda-feira, 14 de Novembro, o céu vai estar preenchido por uma super-Lua como já não acontecia há 68 anos. A Lua estará então mais perto da Terra e, por isso, vai parecer-nos maior do que o costume. Em Portugal, o fenómeno acontecerá em plena luz do dia, mas ainda assim, caso a meteorologia o permita, valerá a pena olhar para o céu.
O que é uma super-Lua? É um fenómeno que ocorre quando o nosso satélite natural está em fase de Lua Cheia e se encontra a pelo menos a 90% do seu ponto mais próximo da Terra. Em Lisboa, serão 11h22 quando a Lua atingirá o perigeu – o ponto da sua órbita mais perto da Terra. É que a órbita da Lua (tal como a dos planetas) é elíptica, em vez de circular, e não é sempre igual.
A 16 de Outubro já houve a primeira super-Lua deste ano. Mas não faz mal se não se apercebeu disso. É que a super-Lua de 14 de Novembro é a mais “favorável” deste ano para observação, sublinha o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL). Ou seja, é a que este ano estará mais perto de nós.
Nessa altura, o satélite estará a 356.509 quilómetros da Terra. Com esta aproximação parecerá 14% mais larga e 30% mais brilhante do que o habitual. Mas “nem todas as super-Luas têm o mesmo tamanho aparente e brilho”, uma vez que isso depende da distância do perigeu, lembra o OAL.
Cerca de duas horas e meia depois de atingido o perigeu nesta segunda-feira, mais exactamente às 13h52 (de Lisboa), o satélite natural da Terra estará mesmo em fase de Lua Cheia. Nos momentos exactos em que estes dois fenómenos acontecem (a chegada ao perigeu e a entrada na fase de Lua Cheia), o satélite ainda estará abaixo do horizonte em Portugal.
Mas esta é também uma super-Lua “extrema”, como explica o OAL. Isto porque não há um grande desfasamento temporal entre a passagem no perigeu e a entrada em fase de Lua Cheia.
Também no dia seguinte (15 de Novembro), a Lua, que nascerá às 18h40 (de Lisboa), estará sob um efeito de ilusão óptica. Ainda nos vai parecer grande. E a 14 de Dezembro, ocorrerá outra super-Lua, a terceira a última deste ano – embora com o perigeu mais distante da Terra (a 358.461 quilómetros) do que a 14 de Novembro.
A última vez que a órbita da Lua esteve tão perto do nosso planeta, como acontecerá já na segunda-feira, foi há 68 anos. Em 1948, a distância foi então de 356.461 quilómetros, tendo estado até um pouco mais próxima (cerca de 48 quilómetros) do que vai estar agora.
Para quem não guardar um momento do dia para observar o céu durante esta aproximação, só poderá fazê-lo daqui a 18 anos, mais exactamente a 25 de Novembro de 2034 (a Lua estará então a 356.445 quilómetros da Terra).
No Planetário do Porto – Centro Ciência Viva, por exemplo, haverá uma sessão pública de observação da Lua com telescópios, entre as 19h e as 21h de segunda-feira. Para ajudar a compreender este fenómeno, haverá modelos à escala da Terra e da Lua e também se irá recorrer ao sistema de projecção digital fulldome (projecção na cúpula do planetário, criando o efeito de ambiente imersivo).
As super-Luas não são um fenómeno inédito, uma vez que acontecem, em média, quatro a seis vezes por ano, explica, em comunicado, o Centro de Astrofísica Smithsonian da Universidade de Harvard, nos EUA. Desde 2014, já houve seis super-Luas. No próximo ano, haverá uma apenas, a 3 de Dezembro, refere o documento Super-Luas desde 2014 a 2050, do OAL.