sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Nova espécie de esponja marinha descoberta em águas portuguesas

Publicado por Green Savers em 06/01/2015
Um grupo internacional de cientistas descobriu uma nova espécie de esponja marinha em algumas zonas do Mediterrâneo e do Atlântico, nomeadamente nas montanhas submarinas de Gorringe, em águas portuguesas. A nova espécie trata-se de uma esponja-de-cristal e representa uma descoberta importante, já que a nova espécie é uma importante fonte de silício, um dos nutrientes essenciais para a sobrevivência dos ecossistemas marinhos.
 
A investigação, desenvolvida por cientistas de França, Canadá e Espanha, aponta para a existência da nova espécie de esponja nos desfiladeiros marinhos de Córsega, em montanhas do Mar de Alborán e no Atlântico e nas elevações submarinas conhecidas como Banco de Gorringe, localizadas a sudoeste de Portugal, a cerca de 200 quilómetros do Cabo de São Vicente.
 
Segundo informa a organização internacional Oceana, a nova espécie foi baptizada de Sympagella delauzei. A esponja mede entre oito e 14 centímetros, incluindo o pedúnculo, e pode ser encontrada a profundidades entre os 350 e 500 metros.
 
O trabalho foi publicado no Journal of the Marine Biological Association do Reino Unido e aponta ainda para a possibilidade da existência da nova esponja em outras áreas geográficas, como o norte de África ou a Macaronésia e revê a distribuição mediterrânica de cerca de uma dezena de espécies, nomeadamente algumas com mais de um metro de altura.
 
“Estas descobertas, junto com a revisão de espécies de esponjas cristal do Mediterrâneo, indicam-nos que há que ter em conta este mar no momento de proteger as agregações de esponjas”, indica Ricardo Aguilar, director de investigação da Oceana e co-autor do estudo. “Estudos prévios demonstraram que as esponjas de cristal são uma fonte muito importante de silício, um dos nutrientes básicos para os oceanos”, acrescenta o investigador.
 
Até agora, a comunidade científica acreditava que o Mediterrâneo não era um local propício para a presença de esponjas cristal, já que estes seres preferem águas mais frias, tornando-as presença habitual em águas polares ou em grandes profundidades marinhas.
 
O trabalho resulta da colaboração de investigadores do Instituto Mediterrâneo de Biodiversidade e Ecologia Marinha e Costeira de Marselha, da Universidade de Victória, do Canadá, e da Oceana.

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