quarta-feira, 27 de novembro de 2013

As doenças tratáveis com recurso à fitoterapia e as plantas mais usadas

Texto publicado na rubrica Saúde da Sapo
 
A fitoterapia tem-se revelado benéfica na prevenção e no tratamento de uma série de doenças. Quais são as mais comuns e quais as plantas que acabam por ser mais usadas em cada uma delas?

É difícil responder a essa pergunta de modo tão genérico e tão simplista.
 
Na China, a utilização da fitoterapia é tão generalizada que podemos dizer que ela constitui a principal linha de tratamento médico, independentemente de estarmos a falar da medicina chinesa ou da convencional, sendo que as duas estão muito integradas.
 
Praticamente não existem problemas que não sejam tratados com fitoterapia. Mais uma vez, mais importante do que as plantas em si, são as fórmulas que as combinam. Mas podemos falar de algumas das principais plantas medicinais, daquelas que entram em inúmeras fórmulas, e sobretudo que são frequentemente recomendadas como simples (usadas sozinhas), geralmente como prevenção, um dos aspetos mais importantes da medicina chinesa. O ginseng, por exemplo, é uma das plantas mais usadas como tónico.
 
O fungo fu ling (poria) é muito utilizado em inúmeras fórmulas, e em particular para tratamento de problemas metabólicos ou ligados ao colesterol e à gordura, entre outros. Talvez uma das mais conhecidas plantas seja a da huang (ruibarbo), usada numa variedade grande de problemas gastro-intestinais e que entra em centenas de fórmulas. Mas existem literalmente milhares de plantas e fórmulas usadas na medicina chinesa. A principal exigência para a utilização das fórmulas da fitoterapia chinesa é a existência de um diagnóstico correto de acordo com a medicina chinesa.

Se o diagnóstico for correto, é certo que existe uma ou mais fórmulas que poderão ser receitadas e que os resultados serão bons no tratamento de quase todas as patologias. Isso é ainda mais verdade se a fitoterapia vier em complemento de tratamentos de acupuntura, já que muitos estudos apontam para que a combinação destes dois métodos de tratamento seja o ideal. Mas a fitoterapia chinesa é uma das mais antigas e mais vastas tradições médicas do mundo e possui fórmulas utilizáveis para praticamente todas as patologias.

Todas as pessoas podem recorrer à fitoterapia ou existem grupos de indivíduos a quem este método não é recomendado?


Esta é outra pergunta difícil de responder de um modo abstrato. Todas as pessoas podem recorrer à fitoterapia mas nem todas as fórmulas serão indicadas para todos os pacientes, e sobretudo, para todas as alturas. Por mais segura que seja, a fitoterapia possui algumas contraindicações, dependendo das plantas e fórmulas a usar. Existem plantas que não são indicadas para pacientes que tenham hipertensão, por exemplo, ou plantas que podem ser usadas com segurança em quase todas as pessoas, mas que não podem ser usadas por grávidas.

Assim, uma fórmula que aumenta a energia geral e seja muito tónica não deve ser receitada a pacientes que já estejam em estado ansioso, tal como fórmulas que aumentem o fluxo ou a força do sangue podem ter efeitos adversos em grávidas. Mais uma vez, o diagnóstico correto é talvez a coisa mais importante, e o médico que receita ser bom conhecedor das plantas. Mas duma maneira geral, e não entrando em situações específicas.

A fitoterapia é indicada para todas as pessoas e todas as idades, sendo aliás de enorme segurança, quase não se conhecendo casos de reações graves à utilização da farmacopeia chinesa. Devemos lembrar que mesmo em casos em que uma fórmula possa conter uma planta com alguma toxicidade (como, por exemplo, o acónito), a própria fórmula vai incluir plantas que vão reduzir esse risco.

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