terça-feira, 5 de outubro de 2010

Prémio Nobel da Medicina 2010


Este ano o Prémio Nobel da Medicina foi atribuído ao embriologista britânico Robert Eduards que, em parceria com o ginecologista Patrick Steptoe, já falecido, desenvolveram a técnica da fertilização in vitro.

O essencial desta técnica baseia-se na possibilidade de a fecundação do oócito II pelo espermatozóide, originando o ovo, a primeira célula do novo indivíduo, poder ocorrer no laboratório e não, como naturalmente acontece, nas trompas de Falópio. Posteriormente, já na fase de segmentação, o incipiente embrião será implantado no útero onde irá prosseguir o seu desenvolvimento.

Tratou-se de um acontecimento ímpar, uma autêntica revolução que permitiu ao homem intervir num campo que até aí lhe esteve interdito, por questões técnicas, mas também porque em termos éticos a reprodução assistida levantou e continua a levantar muitas reticências e resistências, como o demonstra a posição de alguns meios do Vaticano à atribuição deste prémio.

Polémicas à parte, é um facto que depois de Louise Brown, o primeiro bébe-proveta, nascida em 1978, em Inglaterra, a técnica permitiu trazer ao mundo mais de 4 milhões de pessoas. Pessoas como quaisquer outras, sem traços indicativos do modo como foram concebidas e, cujo número constitui a maior prova de amor por parte de uma mãe e de um pai, que viram através desta técnica a concretização de um sonho.

A nível mundial estima-se que a infertilidade afecte mais de 10% dos casais, constituindo-se como uma fonte de ansiedade, stress e sensação de fracasso para muitos. É necessário não esquecer que em algumas sociedades ou grupos sociais a incapacidade de gerar filhos, de um modo natural, é encarada como uma maldição, uma indicação do pouco préstimo dos indivíduos afectados.



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