sábado, 13 de setembro de 2008

O 1º Dia!

Olá a todos!

O novo ano escolar já bate à porta. Para mim, que ando nestas "andanças" há somente dez anitos (a iniciar o quinto nesta escola), confesso que continuo a sentir aquele friozinho na barriga quando entro na sala de aula no 1º Dia!
O 1º Dia!
Encontro-me mais uma vez numa sala onde os "moços" me olham como se eu fosse o próprio saber, o instrumento que eles procuram para aprender. Tento aproximar-me, primeiro apreensiva e depois sorrindo e dialogando com eles de forma a criar um clima de confiança e amizade dentro da sala de aula.
A necessidade de conhecer aqueles jovens para melhor com eles comunicar repete-se todos os anos. Compreendo cada vez mais que cada aluno tem um universo próprio, que cada caso é um caso e que na escola eu não só irei ensinar as minhas disciplinas, mas irei, sobretudo, aprender com eles a comunicar e a melhorar a maneira de lhes facilitar a aprendizagem.
Depois… sucedem-se dias de aprendizagem bilateral. Vou aprendendo nos livros e no dia-a-dia com os alunos e colegas, que na escola deve haver um processo vivo de descoberta, em que alunos e professor estejam implicados numa formação recíproca e contínua com vista a engrandecer os seus conhecimentos, mas, sobretudo, com vista à sua autonomia enquanto pessoas.
Por isso procuro que estes "moços" não só melhorem o seu nível de conhecimento da disciplina, mas, principalmente, que aprendam a ser pessoas e a saber viver como pessoas, procurando reconhecer em cada um a sua liberdade individual de pensamento e expressão, a sua criatividade e espontaneidade, sempre dentro do respeito mútuo, enfim, o direito que cada um tem à diferença.
Porque aprender deve ser um acto voluntário e apetecido, ou não fosse o contrário frequentemente sinónimo de indisciplina, empenho-me mais uma vez em ir ao encontro dos interesses dos "meus mocinhos", de modo a incutir e animar o prazer de aprender.
VeraMR

2 comentários:

Maria de Fátima disse...

pois é menina, é em nome de tudo isto que me lembrei do nosso Almada e desse excerto lindíssimo que metaforisa o direito à criatividade, o dever de cada um dos educadores a ter em atenção o que cada "moço" já trás de conceito antes de o empanturrar com riscos de flores que ele não entende e por isso não integra e por isso não aprende
um bom ano

Maria de Fátima disse...

ah! eu sempre tremi no 1º dia rsss