domingo, 21 de junho de 2015

Desenvolvido fármaco que mata o parasita da malária no laboratório

Ben Hirschler - Público - 18/06/2015
O composto poderá custar menos de um euro. Ensaios em humanos serão feitos para o ano.
 
Uma equipa de cientistas desenvolveu um novo fármaco contra a malária que poderá tratar doentes com uma única dose, e que se estima que custe apenas um dólar ou 88 cêntimos de euro. O fármaco ataca as estirpes do parasita que já são resistentes aos medicamentos actuais.
 
O novo composto ainda está muito longe de chegar ao mercado, mas as experiências laboratoriais em sangue humano e em ratinhos sugerem que a substância química é muito potente, segundo um artigo publicado online, na revista Nature, nesta quarta-feira.
 
A empresa farmacêutica alemã Merck KgAA vai desenvolver e comercializar o composto, responsabilizando-se pelas próximas experiências, que passarão por ensaios clínicos em pessoas.
 
O plano é avançar com estes testes no próximo ano para avaliar a segurança do fármaco e verificar se é capaz de matar o parasita da malária no corpo humano. Muitos compostos químicos acabam por falhar quando chegam a esta fase.
 
É cada vez mais importante encontrar alternativas para tratar a malária, já que há um aumento da resistência por parte do parasita até aos melhores tratamentos. Na Birmânia, no Sudeste asiático, há uma estirpe que já é resistente à artemisina e está a chegar à fronteira da Índia.
 
Mas o novo composto funciona de uma forma diferente, atacando uma parte da maquinaria celular que produz as proteínas do parasita, o que significa que deverá ser eficaz mesmo para as estirpes mais resistentes.
 
O composto chama-se DDD107498, e foi desenvolvido pela Universidade de Dundee, no Reino Unido. Os investigadores estimam que a sua produção seja barata, o que o tornará acessível para as populações de países economicamente pobres, onde a malária ataca mais.
 
A malaria continua a matar mais de 500.000 pessoas por ano, a maioria crianças, nos países da África subsariana.
 
O parasita mais comum que ataca os humanos, o “Plasmodium falciparum”, é introduzido no corpo humano por picadas do mosquito infectado “Anopheles gambiae”. O parasita reproduz-se primeiro nas células do fígado e depois nas células do sangue. É aqui que surgem os sintomas da malária: febre, dor corporal, dores de cabeça.
 
A empresas farmacêuticas Novartis e a Sanofi estão actualmente a produzir fármacos contra a malária, e têm programas especiais para tornarem estes medicamentos mais acessíveis em termos monetários.

Terra aproxima-se a passos largos de uma nova extinção em massa

Público - 20/06/2015
Estudo desenvolvido por cientistas do México e EUA nota que no último século os vertebrados têm estado a desaparecer a um ritmo 114 vezes superior ao do passado.
 
A Terra está a entrar num novo período de extinção em massa, alerta um estudo desenvolvido por cientistas do México e dos Estados Unidos, no qual se conclui que no último século os vertebrados têm estado a desaparecer a um ritmo 114 vezes superior ao que aconteceu no passado.
 
“Podemos concluir com elevado grau de certeza que as taxas de extinção modernas são excepcionalmente altas, que estão a aumentar e que sugerem que está em marcha uma extinção em massa”, dizem os autores da equipa liderada por Gerardo Ceballos, no estudo publicado na Science Advances. Esta será, lembram, a sexta extinção do género nos 4,5 mil milhões de anos de história do planeta Terra.
 
“São incontestáveis as provas de que as taxas de extinção recentes não têm precedente na história do homem e são altamente incomuns na história da Terra”, afirmam os autores, acrescentando que a sua análise permite concluir que “a nossa sociedade global começou a destruir outras espécies a um ritmo acelerado, iniciando um episódio de extinção em massa nunca visto em 65 milhões de anos”.
 
Face a isto, os cientistas alertam que se esta situação se mantiver “o homem vai em breve ficar privado de muitos dos benefícios da biodiversidade”. “Evitar uma verdadeira sexta extinção em massa implicará esforços rápidos e intensos para conservar espécies já hoje ameaçadas e para aliviar as pressões sobre as suas populações”, dizem, apontando entre os problemas com maior expressão a perda de habitats, a sobreexploração para obter ganhos económicos e as alterações climáticas.
 
"A janela de oportunidade", concluem, "está a fechar-se rapidamente".

Um carrinho movido a esporos de bactérias e vapor de água

Testo de Nicolau Ferreira - Público - 16/05/2015
O calor faz evaporar a água, gerando um dos ciclos mais importantes na Terra. Cientistas aproveitaram esta evaporação para gerar energia mecânica e eléctrica usando esporos de bactérias.
O moinho que gira graças à humidade
Tudo começa com a energia do Sol. É este calor que põe em movimento um dos mais importantes ciclos que sustenta a vida na Terra – o da água, que é evaporada, forma nuvens, e volta ao solo na forma de chuva ou de neve. A vida foi interagindo com esta dinâmica: nas plantas, a água entra pelas raízes e sai pelas folhas, evaporando-se. Os esporos das bactérias incham devido ao vapor de água e desincham quando o ar fica seco, como se fossem esponjas. Agora, usou-se o fenómeno dos esporos para accionar um moinho, pôr um carrinho a andar e acender uma luz LED.
 
Ao contrário dos tradicionais motores a vapor, este método não necessita de combustível para produzir vapor de água. Por isso, é completamente ecológico. A invenção vem descrita num artigo da Nature Communications publicado nesta terça-feira e pode vir a ser desenvolvida para criar electricidade ou para aproveitar a transpiração humana.
 
“A evaporação é uma força fundamental da natureza”, diz Ozgur Sahin, da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Estados Unidos, um dos elementos da equipa que desenvolveu estas máquinas. “Está em todo o lado, e é mais poderosa do que outras forças como o vento e as ondas”, refere, citado num comunicado da universidade.
 
As bactérias formam esporos quando as condições do ambiente se deterioram. É uma estratégia de sobrevivência. Há esporos capazes de germinar e tornarem-se bactérias passados milhões de anos. Em 2014, Ozgur Sahin e outros colegas envolvidos no actual estudo publicaram um artigo que avaliava as potencialidades do armazenamento de energia dos esporos das espécies Bacillus subtilis e Bacillus thuringiensis.
 
A parte externa dos esporos acumula moléculas de água quando há vapor e incha, aumentando assim de tamanho. Depois, na presença de ar seco, as moléculas de água difundem-se para o ar e os esporos desincham, diminuindo de tamanho. Os cientistas pensaram que esta alteração de tamanho podia ser usada para criar movimento.
 
Agora, aplicaram a ideia. Primeiro, criaram um sistema que esticam e encolhe como as fibras musculares. Numa fita adesiva estreita e muito fina, colaram milhões de esporos inchados e prenderam esta fita a duas extremidades com molas. Quando os esporos secaram e se contraíram, a fita adesiva também se contraiu, obrigando as molas a esticarem-se. Depois, quando os esporos receberam vapor de água, incharam e a fita esticou-se, levando à contracção das molas.
 
Esta dinâmica foi aplicada num sistema auto-sustentável. A equipa colocou várias fitas com esporos numa placa. Estas fitas estavam todas ligadas a pequenas placas oscilatórias, que estavam localizadas por cima das fitas, tapando-as e não deixando assim o ar subir. Finalmente, por baixo das fitas, os cientistas puseram água. Assim que o fizeram, os esporos absorveram vapor de água que se formou naturalmente e incharam, desencadeando um movimento mecânico que fez oscilar as placas até ficarem na vertical. Isto permitiu que o vapor de água fugisse, tornando o ar seco à volta dos esporos, que também secaram e encolheram. A contracção dos esporos obrigou as placas a ficarem na horizontal. Desta forma, o vapor produzido pela água ficou preso de novo, os esporos voltaram a inchar e o processo recomeçou. Os cientistas ligaram este dispositivo a um gerador electromagnético e conseguiram acender uma luz LED.
 
Já para criar um moinho de evaporação, a equipa montou uma estrutura completamente diferente, que faz lembrar uma roda para hamsters. Em vez de ter pás, o moinho movia-se graças a um grande número de pequenas tiras de fita adesiva com milhões de esporos numa extremidade.
 
Metade do moinho estava dentro de uma caixa que tinha uma folha molhada, produzindo humidade naquela região. A outra metade estava ao ar livre, a seco. Os esporos na região húmida inchavam e estendiam a fita. Na região seca, encolhiam e a fita ficava tombada. Esta diferença entre os dois lados produziu a rotação do moinho. A equipa usou ainda este sistema para mover um carrinho de 100 gramas.
 
Para os cientistas, há muitas vantagens nesta fonte de energia, lê-se no artigo: “Como a evaporação na natureza é um processo ubíquo e os materiais envolvidos são baratos, os motores apresentados aqui podem ter uma aplicação como fonte de energia para muitos sistemas fora da rede eléctrica.” Uma ideia é desenvolver uma central eléctrica que flutue por cima de um lago para aproveitar a evaporação natural.
 

Asfalto feito com toneres de impressão reciclados permite pavimentos mais ecológicos

Publicado por Green Savers em 05/06/2015
A cidade australiana de Sydney está a utilizar um asfalto mais amigo do ambiente para pavimentar as suas ruas, que é feito com uma mistura de toneres de impressão reciclados. A tecnologia é o primeiro uso comercial encontrado para os resíduos criados pelos cartuchos de impressão. Chamada TonerPave, a tecnologia foi criada pela empresa de pavimentos Downer em parceria com uma empresa de reciclagem de toneres de impressão, a Close the Loop.
 
Para criar o novo asfalto, a tinta que sobra dos cartuchos de impressão é misturada com óleo reciclado. A técnica é 40% mais eficiente do que produzir asfalto com betume convencional. Adicionalmente, esta nova técnica permite evitar a emissão de 270 quilos de dióxido de carbono por cada tonelada de asfalto produzido.
 
Cada tonelada do produto reciclado utilizada na produção da mistura de asfalto permite substituir 600 quilos de betume e 400 quilos de agregado fino, como a areia. Em média, cerca de 13% do toner de cada cartucho é desperdiçado e são necessários cerca de 100 cartuchos para produzir uma tonelada de asfalto, escreve o Guardian.
 
Tendo em conta a taxa de recolha actual de cartuchos de impressão na região de Sydney, é possível produzir 14.500 toneladas de TonerPave todos os anos – o suficiente para repavimentar 120.000 metros quadrados de estrada.

Portugal recicla cada vez mais embalagens de aço e alumínio

Publicado por Green Savers em 15/06/2015
Entre 2012 e 2013, Portugal aumentou o número de embalagens metálicas recicladas. Os dados foram divulgados pela Fileira Metal e revelam um aumento de 3,4% entre o período referido.
 
Assim, no ano de 2012 foram recicladas 64.000 toneladas de embalagens metálicas, embalagens de aço e de alumínio e, em 2013, o número aumentou para as 66.800 toneladas. Para além destes resultados, de acordo com José Eduardo Costa, director operacional da Fileira Metal, “o número de embalagens colocadas no mercado reduziu entre 2012 e 2013”.
 
Apesar desta redução, “a taxa de reciclagem aumentou dos 72,3%, em 2012, para 75,7%, em 2013”, refere o director da Fileira Metal que acredita que em 2014 esta taxa aumente. Em 2012 foram colocadas cerca de 88.500 toneladas e no ano seguinte 88.300 toneladas de embalagens metálicas.
 
A lata de bebida é uma das embalagens que contribui para este crescimento. Em 2013, foram produzidas 182 milhões de bebidas em lata, na categoria de cerveja, e 568 milhões, na categoria dos refrigerantes ou soft drinks. Contudo, este é um número que tende a aumentar pois “em 2015, assim como em 2014, é expectável que os refrigerantes continuem a ser a principal alavanca no consumo de bebidas em lata, dado ao design apelativo, fácil transporte, fácil abertura e frescura permanente”, refere Miguel Aballe, diretor-geral da Associação de Latas de Bebidas.
 
Portugal é um dos países onde a lata alcança taxas de recuperação mais elevadas, avança ainda a Associação de Latas de Bebidas.

Ártico: ursos polares estão a comer golfinhos para sobreviver

Publicado por Green Savers em 12/06/2015
Os cientistas que estudam ursos nas margens norueguesas do Ártico têm descoberto vários destes predadores a comerem restos de golfinhos-de-bico-branco, que ficam presos debaixo do gelo dos fiordes.
 
Segundo um estudo publicado no jornal científico Polar Research, esta é a primeira vez que os golfinhos são presas dos ursos polares. Os golfinhos-de-bico-branco são visitantes frequentes das águas de Svalbard, Noruega, no Verão, mas nunca tinham sido vistos tão para norte no início da Primavera.
 
A primeira vez que um golfinho desta espécie foi visto nesta situação foi em Abril em 2014. Então, os cientistas fotografaram os ursos polares a comerem os restos dos cetáceos – um dos ursos estava particularmente magro, com as suas costelas claramente visíveis através da sua pele. Este urso tinha acabado uma carcaça e enterrou uma segunda para comer mais tarde (foto 3), explicou o autor principal do estudo do Norwegian Polar Institute, Jon Aars. Esta prática é comum em vários animais, mas não nos ursos.
 
Em Julho, os cientistas voltaram ao local e viram mais sete carcaças de golfinhos nesta área. No entanto, avançam os cientistas, é improvável que os golfinhos substituam as focas na dieta dos ursos polares.
 
“Existe uma grande população de ursos em Svalbard e nem todos se podem alimentar de golfinhos. Mas, para alguns, [esta alimentação] pode ser significativa”, explicou Aars ao Vice.
 
Na origem de toda esta situação estará as alterações climáticas, segundo os cientistas. “Antes de termos visto isto quase não havia gelo”, explicou Aars. Depois, uma frente fria entre o final de Março e início de Abril levou à formação de novo gelo e o gelo do fiorde explodiu. Os golfinhos tinham apenas um pequeno buraco para respirar e muitos foram apanhados pelos ursos quando o faziam.
 
De acordo com Andrew Derocher, biólogo que há 30 anos estuda ursos polares, muitas das espécies que eram normalmente encontradas em latitudes mais baixas estão a ir cada vez mais para norte, à medida que as temperaturas aumentam. Entre elas estão os cachalotes.
 
No Ártico, que aqueceu a uma percentagem duas vezes maior que a do resto do mundo, o fim do mar de gelo criou um novo habitat para outras espécies. “Não se encontram no seu território normal, mas é claro que seguem a comida. E porque o mar não se encontra gelado, vão muitas vezes para essas áreas”, concluiu Derocher.

Fundos europeus estão a ser usados para exterminar o rato preto das Berlengas

Publicado por Green Savers em 17/06/2015
O projecto LIFE+Berlengas, que beneficia de fundos europeus para a sua implementação, estará a exterminar o rato preto das Berlengas. Segundo o PAN (Pessoas-Animais-Natureza), este acto é um “crime ambiental contra estes mamíferos”, que tem implicações directas no equilíbrio do ecossistema das ilhas. O arquipélago das Berlengas, recorde-se, é classificado como Reserva Natural da Biosfera pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura –, mas também Reserva Natural e Reserva Biogenética do Conselho da Europa.
 
“O uso de fundos Europeus para esta campanha demonstra um erro grave na gestão destes recursos financeiros e que implica directamente o equilíbrio do frágil ecossistema das Berlengas”, alerta André Silva, porta-voz do PAN, apelando à assinatura da petição que está a decorrer online contra o extermínio desta espécie.
 
Segundo o PAN, o “extermínio” não é uma medida ecologicamente sustentável. “Nem ética”, continua. “O uso de veneno é expressamente proibido a nível comunitário ao abrigo da Diretiva 79/409/CE e, ao nível nacional, ao abrigo do Decreto-lei nº 140/99 de 24 de Abril e da Lei de Bases Gerais da Caça”, continua o partido.
 
Todas estas informações podem ser encontradas e no Programa Antídoto Portugal, plataforma de estudo e recolha de informação contra o uso de venenos.
 
Em comunicado, o PAN explica que já pediu esclarecimentos à Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), à Câmara Municipal de Peniche e ao Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional.

Como a natureza reclama uma aldeia chinesa abandonada

Publicado por Green Savers em 13/06/2015
Nas últimas décadas, a China deixou para trás muita da sua ruralidade e transformou-se numa das nações mais industrializadas do mundo. Hoje, imagens de Pequim, Xangai, Tianjin ou Guangzhou chegam a todo o mundo como provas da grandiosidade chinesa: edifícios modernos, metrópoles consumistas.
 
Porém, há bem pouco tempo a china era um país rural. Muitas destas aldeias e vilas foram deixadas pelos seus habitantes, que partiram em busca da grande cidade, e muitas delas ficaram para sempre abandonadas.
 
Shengsi, um arquipélago com centenas de ilhas localizadas na boca do rio Yangtze, tem várias vilas piscatórias que, a pouco e pouco, estão a ser engolidas pela natureza. Segundo o Good, o fotógrafo Tang Yuhong retratou uma delas, na ilha de Goqui, que está literalmente coberta de verde. Como se ninguém alguma vez por lá tivesse passado, quanto mais vivido.
 

Migração de povo russo ajudou a formar Europa moderna há 5.000 anos

Publicado por Green Savers em 11/06/2015
A Europa moderna foi apenas formada há 5.000 anos, quando uma migração em massa do sul da Rússia e Geórgia trouxe novas línguas, tecnologia e processos agrícolas para o continente. De acordo com especialistas do Centre for GeoGenetics, do Museu do Museu da História da Dinamarca, em Copenhaga, uma grande mudança nas pessoas da região do Cáucaso, há 5.000 anos, trouxe os migrantes para o Norte da Europa.
 
Estes migrantes transportaram uma mutação genética que permitiu aos adultos a tolerância a beber leite de vaca – esta última característica surpreendeu os investigadores.
 
O estudo, um dos maiores acerca do ADN dos esqueletos da Idade de Bronze, descobriu que o povo Yamnaya, que então vivia no Cáucaso, espalhou as suas ideias e ADN por toda a Europa, em países como França, Alemanha e Holanda.
 
Os Yamnaya trouxeram novas ferramentas e experiências mas também uma nova língua, que se tornou na base de quase todas as línguas europeias actuais, incluindo o grego e o latim, inglês e alemão.
 
Os elementos do povo Yamnaya substituíram os caçadores-recolectores que viviam no Norte da Europa e trouxeram as suas manadas de gado, que foram importantes para a mudança na forma como os então europeus olhavam para a pecuária.
 
Esta mistura trouxe também genes ligados a peles mais claras e olhos castanhos para a Europa Central, avança o estudo. Na Europa do Norte, os Yamnaya misturaram-se com os povos da Idade da Pedra, estabelecendo a cultura da cerâmica cordada, que geneticamente se parece com os europeus que, hoje, vivem a Norte dos Alpes.
 
Há 4.000 anos, a cultura Sintashta evoluiu no Cáucaso – tratava-se de uma cultura com novas armas e carros de guerra sofisticados, que foram rapidamente apadrinhados no resto da Europa. A área a leste dos Urais e até à Ásia Central foi colonizada há 3.800 anos pela Cultura Andronovo – os Yamnaya também migraram para leste, estabelecendo-se em algumas partes da Ásia Central antes de serem substituídos pelos asiáticos há 2.000 anos.
 
“Até agora, pensava-se que a tolerância a lactose se desenvolveu nos Balcãs ou no Médio Oriente, devido à introdução da pecuária, na Idade da Pedra”, explicou o co-autor do estudo, Martin Sikora. “Mas agora podemos ver que, até no final da Idade de Bronze, a mutação que deu lugar a esta tolerância é rara na Europa”, explicou Sikora, o que levou à conclusão de que teriam sido os Yamnaya a introduzirem esta tolerância na Europa.
 
No início do ano, um estudo similar desenvolvido pela Universidade de Harvard descobriu que, quando os Yamnaya migraram do Mar Negro e Mar Cáspio, transportaram também os genes para da altura para a Europa do Norte e Europa Central.
 
Hoje, por exemplo, o povo alemão tem muitas das características trazidas pelos Yamnaya.

Metade da população mundial de saigas morreu em Maio

Publicado por Green Savers em 03/06/2015
O saiga é um antílope conhecido pelo seu nariz distinto, que consegue esticar e encolher para melhor ajudar na respiração, quer seja durante os Verões empoeirados ou nos Invernos rigorosos do Cazaquistão. Na estação quente o seu pêlo é fino e nos meses mais frios cresce, para se transformar numa espécie de cobertor lanoso.
 
Antes da última década do século passado, existia mais de um milhão de saigas pro toda a Ásia Central, mas desde então a população destes animais tem vindo a decrescer e a espécie encontra-se agora em vias de extinção. No último ano, o número total de espécimes ascendia a 250.000 animais.
 
Mas esta primavera, época de reprodução, foi catastrófica para a espécie. Quase metade da população mundial de saigas morreu de uma doença que ainda não foi identificada. Uma contagem oficial do Programa Ambiental das Nações Unidas dá conta da morte de 120.000 animais.
 
Foi já aberta uma investigação para apurar as causas das mortes e os conservacionistas e biólogos estão já a trabalhar no terreno, a recolher amostras de tecido animal para posterior análise laboratorial, escreve o Tree Hugger.
 
De acordo com a World Wide Fund for Nature, os saigas costumam viajar em manadas de 30 a 40 indivíduos, mas durante a migração primaveril, centenas destes animais juntam-se. As fêmeas dão à luz as suas crias todas ao mesmo tempo, normalmente no período de uma semana. Foi este encontro de primavera que terá sido o vector de propagação da doença entre os animais.
 
Antes de a doença ter dizimado a população global, a principal ameaça era a caça, tanto pela sua carne como pelos seus chifres, utilizados na medicina tradicional chinesa.
 
“Esta perda é um grande golpe para a conservação do saiga no Cazaquistão e no mundo, dado que 90% da população mundial de saigas se encontra no nosso país”, afirmou o vice-ministro da Agricultura do Cazaquistão, Erlan Nysynbaev, em comunicado. “É doloroso testemunhar esta mortalidade em massa”, conclui.

Maior parte dos glaciares do Evereste vai desaparecer com as alterações climáticas

Publicado por Green Savers e 03/06/2015
A maior parte dos glaciares da região do Monte Evereste deverá desaparecer ou derreter quase na totalidade à medida que as temperaturas forem aumentando, em consequência das alterações climáticas, ao longo do século. A conclusão é de uma nova investigação internacional.
 
O estudo estima que cerca de 5.500 glaciares da região Indocuche – local do Monte Evereste e de outros dos maiores picos do mundo – podem ver o seu volume reduzido entre 70% a 99% até 2100, o que terá consequências severas para a agricultura e grande hídrica da região no sopé destes cumes.
 
“O sinal de alterações futuras nos glaciares da região é claro: perda de massa continua e acelerada é uma probabilidade, dado o aumento projecto das temperaturas”, indica Joseph Shea, hidrologista glaciar no Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado de Montanha no Nepal, e líder do estudo, cita o Guardian.
 
Outra das conclusões da investigação é que os glaciares localizados a altitudes mais baixas vão derreter mais rápido porque a isoterma de zero graus – a altitude mínima à qual a temperatura atinge um valor de zero graus Celsius – vai elevar-se à medida que as temperaturas do ar aumentam.
 
“A isoterma de zero graus varia entre os 3.200 metros em Janeiro e os 5.500 metros em Agosto. Com base nas medições históricas de temperatura e no aquecimento projectado para 2100, a isoterma pode aumentar entre 800 a 1.200 metros”, afirma o co-autor do estudo, Walter Immerzeel, da Universidade de Utrecht.
 
“Uma subida destas não vai apenas reduzir a acumulação de gelo nos glaciares como também vai expor mais de 90% da área actualmente coberta por glaciares ao derretimento nos meses mais quentes”, acrescenta.
 
A investigação foi publicada na The Cryosphere, a revista científica da Associação Europeia de Geociências.

Tratamento hormonal controverso para vacas pode ajudar a travar o aquecimento global

Publicado por Green Savers em 20/06/2015
A indústria dos produtos lácteos tem um impacto nefasto no ambiente. De acordo com a World Wildlife Fund for Nature, cerca de 270 milhões de vacas por todo o mundo produzem leite para uma população em crescimento, que subsiste cada vez mais às custas de uma dieta ocidental. Estas vacas produzem grandes quantidades de metano, decorrente do funcionamento natural do seu organismo. Porém, o metano é 25 vezes mais potente que o dióxido de carbono no que concerne ao aquecimento global.
 
Um novo estudo da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, sugere que o uso direccionado de tratamentos hormonais pode tornar esta indústria mais eficiente e mais sustentável, além de reduzir os gases com efeito de estufa.
 
Estes tratamentos seriam aplicados às vacas, de maneira a que pudessem procriar mais novas. “Tratamentos hormonais rotineiros poderiam melhorar a eficiência ao fazer com que as vacas engravidassem mais cedo. Isto é melhor para o ambiente pois por cada litro de leite produzido seria necessário menos animais, o que dá origem a menos desperdício. Isto aplica-se a qualquer raça de vaca e à maioria das quintas, excepto para aquelas que já são excepcionalmente geridas”, explica Simon Archer, investigador principal do estudo e docente na Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências da Universidade de Nottingham, cita o Phys.org.
 
Os resultados do estudo foram obtidos através de dados simulados de 10.000 manadas, cada com 200 vacas. Os resultados variaram de manada para manada, consoante as variáveis introduzidas pelos investigadores, mas para uma manada média, o tratamento hormonal permitira reduzir as emissões de metano num equivalente às de dois carros ou a uma casa de família ou 21 barris de crude. As conclusões foram publicadas na revista científica PLOS ONE.
 
Em 2050 estima-se que o crescimento em tamanho e riqueza da população humana conduza a uma procura de produtos de origem animal sem precedentes. As limitações dos recursos naturais implicam que o aumento da produtividade agrícola para suprir esta procura seja sustentável do ponto de vista ambiental. Os tratamentos hormonais aplicados às vacas poderiam ajudar a alcançar estes objectivos, mas a prática levanta várias questões éticas.
 
As vacas são já sujeitas a vários tratamentos hormonais de forma a desenvolverem mais músculo, para que possam dar mais carne. Porém, grande parte destas hormonas, semelhantes a testosterona, é excretada pelos animais e acabam por se infiltrar no solo. O mesmo aconteceria com o novo tratamento hormonal. Adicionalmente, quanto mais hormonas recebem as vacas maior será a quantidade de hormonas presentes no leite, que depois é consumido pelos humanos.
 
Embora seja importante desenvolver técnicas agrícolas e pecuárias que possam diminuir as emissões de metano, é igualmente importante que haja um escrutínio sobre a adição de mais hormonas artificiais à cadeia alimentar.

Biodiversidade marinha sofrerá grandes impactos mesmo que a temperatura da terra não aumente 2°C

Publicado por Green Savers em 11/06/2014
A biodiversidade marinha vai sofrer grandes alterações mesmo que o aquecimento global seja travado e a temperatura média do planeta não aumente 2°C. As espécies que habitam em águas mais frias vão migrar ou extinguir-se e serão substituídas pelas que vivem nas águas mais quentes – o que terá um grande impacto para a pesca industrial, já que a maior parte do peixe pescado é de água fria.
 
“Se as alterações climáticas não forem travadas rapidamente assistiremos a uma reorganização massiva da biodiversidade marinha a uma escala planetária”, indicam os investigadores do Centro Nacional para Investigação Científica de França, que elaboraram um estudo sobre as alterações da biodiversidade nas três eras da história terrestre, cita o Phys.org. O estudo foi publicado na revista científica Nature Climate Change.
 
O primeiro período a ser analisado foi o Plioceno, uma época terrestre caracterizada por temperaturas quentes que acabou há cerca de três milhões de anos. O segundo período analisado foi um de temperaturas muito mais frias – o pico da última Idade do Gelo, que também é conhecido como Último Máximo Glaciar, que ocorreu entre 26.500 a 20.000 atrás. O último período de análise compreendeu-se entre 1960 e 2013, outro período de aquecimento terrestre, mas agora potenciado pelo homem.
 
Posteriormente, os cientistas compararam os vários padrões com as projecções para o aquecimento global para 2100, que variam consoante o nível de emissões de gases com efeito de estufa dos próximos anos. As previsões mais optimistas, que assumem que a temperatura média terrestre apenas aumenta cerca de 1°C, apresentam um impacto mínimo para a biodiversidade marinha.
 
Porém, cenários mais drásticos, mas também mais reais pois são baseados nas actuais tendências de emissão de gases, assumem um aquecimento médio do planeta de 4,8°C, o que causará a maior alteração na biodiversidade marinha de pelo menos dos últimos três milhões de anos. Mesmo que a Cimeira Climática das Nações Unidas, a realizar no final do ano em Paris, consiga um acordo mundial para que a temperatura não aumente mais de 2°C até ao final do século, as alterações na biodiversidade marinha em 2100 vão ser três vezes superiores às ocorridas nos últimos 50 anos.
 
A investigação centrou-se nas espécies que habitam até 200 metros de profundidade, a parte mais valiosa dos ecossistemas marinhos para os humanos.

Sistema de limpeza dos oceanos vai começar a operar em 2016

Publicado por Green Savers em 05/06/2015
Um sistema inovador desenvolvido por um jovem holandês de 20 anos vai começar a limpar os detritos de plástico que existem nos oceanos já em 2016. O projecto chama-se “The Ocean Cleanup” e é da responsabilidade de Boyan Slat. Segundo o próprio, o sistema vai começar já a operar no próximo ano ao largo da costa da ilha de Tsushima, entre as águas do Japão e da Coreia do Sul.
 
Boyan Slat começou a desenvolveu o mecanismo em 2013, tendo contado posteriormente com o apoio de uma vasta equipa de engenheiros e cientistas. O Ocean Cleanup consiste numa plataforma flutuante que se move pelo oceano e aproveita as principais correntes marítimas para concentrar os detritos de plástico para posterior recolha. O sistema permite armazenar até 3.000 metros cúbicos de plástico de cada vez – o que equivale a uma piscina olímpica – num único local.
 
Segundo o jovem, o Ocean Cleanup é uma plataforma completamente auto-sustentável, que combina as tecnologias com o ambiente e que se alimenta através de sistemas de produção de energia solar e da força das correntes marinhas, escreve o City Metric.
 
Neste primeiro lançamento de 2016, a plataforma deverá limpar uma extensão de cerca de 2.000 metros de oceano, prevendo-se que fique em funcionamento pelo menos dois anos naquele local.
Nos próximos cinco anos, Slat ambiciona conseguir estender o alcance da plataforma até aos mil quilómetros para limpar cerca de metade da grande ilha de lixo do Pacífico, entre o Havai e a Califórnia, onde ao longo dos anos se tem vindo a acumular uma grande massa de plástico flutuante.

Borracha geradora de energia pode carregar gadgets a curto prazo

Publicado por Green Savers em 11/06/2015
A Universidade de Ciência de Tóquio e a empresa Ricoh estão a anunciar um novo material flexível que transforma a pressão e a vibração em energia eléctrica com alta eficiência. O projecto, denominado Borracha Geradora de Electricidade, foi desenvolvido tendo por base que, no futuro, o calçado normal ou de corrida poderá ser o acessório de carregamento dos nossos dispositivos móveis, como smartphones ou smartwatches.
 
“Os materiais piezoelétricos – que geram electricidade através da pressão mecânica – estão a captar a atenção enquanto materiais de recolha de energia. Estes materiais consistem em tecnologia ou processos de produção eléctrica com base em fontes externas, tais como pressão, vibração, luz, energia térmica, e ondas de rádio”, explica a empresa em comunicado. “Os principais materiais piezoelétricos correspondem à cerâmica ou polímeros, contudo, cada um apresenta limitações que impedem que sejam massificados no uso prático”.
 
A cerâmica piezoelétrica é utilizada apenas em casos específicos, devido à sua fragilidade e peso elevado, embora o material tenha a capacidade de gerar bastante electricidade. Por sua vez, o polímero piezoelétrico produz menos electricidade, apesar de obter flexibilidade através da redução da densidade.
 
“Imagine-se o seu uso na sola dos sapatos ou calçado de corrida, para gerar energia enquanto caminhamos e que possa ser suficiente para alimentar os sensores de movimento integrados, dispensando a utilização de equipamentos no pulso para contar os nossos passos. Ou, por exemplo, ser usado como carregador de bateria dos novos smartwatches”, explica a empresa.
 
A Borracha Geradora de Eletricidade produz um nível de electricidade tão elevado como as cerâmicas, enquanto a sua aparência é flexível como uma folha. Tendo em conta que o novo material supera as deficiências das cerâmicas e polímeros piezoelétricos, espera-se que este seja aplicado em diversos domínios, conjugando as vantagens de flexibilidade e alta potência.
 
Na verdade, o mecanismo desta solução não é o mesmo que os materiais piezoelétricos anteriores. A Ricoh, em colaboração com a Universidade de Ciência de Tokyo, lançou mecanismos de análise a nível molecular, com recurso a química computacional inovadora. Os resultados do estudo vão, no futuro, expandir as possibilidades do material e contribuir para o seu desenvolvimento e aplicação, em vários áreas e domínios.
 
A Borracha Geradora de Energia tem a sensibilidade necessária para a carga leve e a durabilidade para a carga pesada, através da combinação de potência equivalente às cerâmicas e flexibilidade superior aos polímeros. Além disso, ela traz vantagens ao nível de produtividade, uma vez que é maleável e não requer processos de alta temperatura como as cerâmicas.
 
Flexível, de alta potência, duradoura, manobrável e produtiva, a Borracha Geradora de Energia pode ser instalada em diversas localizações e espaços amplos. “Este material pode ser usado nos múltiplos domínios do mercado em geral, ao contrário das cerâmicas e polímeros”, conclui a empresa.

Cirurgia revolucionária cura diabetes tipo 2

Publicado por Green Savers em 21/06/2015
Um médico espanhol conseguiu reverter a diabetes tipo 2 em milhares de pacientes obesos, através de uma cirurgia revolucionária que vem trazer uma nova esperança para os 382 milhões de pessoas que sofrem desta doença em todo o mundo. A técnica foi desenvolvida por Carlos Ballesta, médico do Hospital Ruber Internacional, em Madrid.
 
Os especialistas calculam que a doença afecte entre 250.000 a 500.000 portugueses, avança o agregador O Meu Bem Estar, mas muitos deles ainda estão por diagnosticar. Apesar dos avanços da investigação científica, estilos de vida mais sedentários e má alimentação contribuem para a proliferação da doença, principalmente no mundo ocidental.
Enquanto tratava os seus pacientes obesos, Carlos Ballesta, chefe da Unidade de Obesidade e Diabetes do referido hospital, descobriu que a cirurgia de redução de apetite desenvolvida por si permitia também reverter o problema da diabetes. Ao contrário do “bypass” gástrico tradicional, a técnica de Ballesta, chamada de cirurgia metabólica, actua na zona do intestino que está ligada ao cólon, onde actuam as hormonas que metabolizam a insulina. A taxa de sucesso da intervenção ronda os 97%, escreve o jornal espanhol ABC.
“Os resultados da cirurgia implementada são extraordinários”, refe o médico ao jornal. A intervenção é pouco invasiva, pois é feita através de laparoscopia, e não deixa cicatrizes no paciente. Como tal, é considerada uma operação de baixo risco e o paciente pode ter alta nas 48 a 72 horas seguintes.
A cirurgia só pode, no entanto, ser aplicada em pacientes com excesso de peso. “Todas as pessoas que tenham um Índice de Massa Corporal superior a 35 ou que apresentem um excesso de peso de cerca de 30 quilos e que sejam diabéticas, hipertensas ou sofram de alguma patologia relacionada com o excesso de peso, como por exemplo hérnias discais, são indicadas para esta cirurgia”, explica Carlos Ballesta.
Desde que desenvolveu a técnica, Ballesta já operou mais de 3.000 diabéticos em toda a Espanha.

sábado, 6 de junho de 2015

Alterações climáticas estão a potenciar uma “nova era” no Árctico

Publicado por Green Savers em 27/05/2015
Uma mudança na camada de gelo permanente em que a camada mais fina desaparece no verão tem grandes implicações no ambiente. É por isso que os investigadores do Instituto Polar Norueguês defendem que o Oceano Árctico está a entrar numa “nova era” com as alterações climáticas.
 
A 25 de Fevereiro deste ano, a superfície gelada do Oceano Árctico registou um mínimo histórico. Desde 2002 que o tamanho do manto gelado de inverno do Árctico tem vindo a diminuir. Em 2013 aumentou ligeiramente, mas em 2014 voltou a diminuir. Os cientistas não sabem ao certo o que causa estas variações dramáticas, mas sabem que a tendência é para que o manto de inverno continue a diminuir de ano para ano.
 
Perante as alterações extremas que começam a acontecer nos pólos, esta equipa de cientistas noruegueses quer perceber quais as reais implicações para o ambiente, já que se pode tratar de uma reacção em cadeia.
 
A bordo do navio científico “Lance”, a equipa do Instituto Polar Norueguês começou já a monitorizar estas alterações. No último inverno, a expedição conseguiu chegar a cerca de 800 quilómetros do Pólo Norte nos meses mais frios. Segundo explica o director da instituição norueguesa, Jan-Gunnar Winther, à BBC, é através das medições do gelo durante o inverno que se podem retirar conclusões e definir cenários futuros.
 
“Não temos quase nenhuns dados sobre o Oceano Árctico no inverno – com algumas excepções -, por isso esta informação é muito importante para percebermos o processo de congelamento do gelo no início do inverno e também aqui estaremos quando começar a derreter no verão”, afirma Jan-Gunnar Winther.
 
Recolher dados sobre as condições do gelo vai permitir melhorar os modelos climáticos o que, por sua vez, ajudará a minimizar a margem de erro das projecções sobre as alterações climáticas.